Capítulo 8 - Convite Especial

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Alfred estava com um sorriso enorme enquanto esfregava as mãos, olhando fixamente para a reação de Will. Maike segurava a cabeça que latejava de ressaca.

- Eu vim lhe fazer um convite, Will. - A Renatinha disse no viva-voz. Era possível notar que estava sorrindo enquanto falava no telefone. - Mas antes de tudo, queria saber como você está depois de ontem. Não sei se de repente você pode ter ficado mal, sei lá. 

- Olha, eu nunca estive melhor! - Will abriu um sorriso tão grande quanto seus olhos por trás do óculos-fundo-de-garrafa. Um sorriso tão sincero quanto seus sentimentos, tão verdadeiro quanto as lágrimas que ele derramou dias atrás no banheiro, tão inexplicável quanto o sentido que ele achou na música do Lucas Lucco nos momentos de decadência - Meus amigos até estranharam. Nada como o tempo, né? E olha que nem foi muito. As coisas se encaixam e a gente percebe que está melhor agora. E também fico muito feliz que sua vida tenha continuado...

- Que bom, Will. - O tom da Renatinha subiu do outro lado, deu pra ouvir até o som do seu salto batendo no assoalho com os pulinhos que ela deu pra comemorar. 

- Que convite você acha que ela vai fazer? - Alfred cochichou para Maike.

- Um café, ou almoço... - Maike cochichou de volta. - Ela está sentindo que perdeu o Will. 

- Que tal apostar?

- Apostado. Qual o seu palpite?

- Casamento.

-Céus, Alfred. Você está maluco? 

Olharam para a frente, na silhueta de Will ofuscada pela iluminação exterior vindo pela janela naquele dia nublado. 

- Então vou te fazer o convite! espero que fique feliz e aceite,hein? - A Renatinha sabia fingir ser amigável com uma destreza de interpretação digna de Wolf Maia, isso porque pelo telefone não era possível ser convencido pelo seu decote. - Vim convidar você para ser o padrinho do meu casamento  com o Alexandre!

- O que?! - Maike se levantou da mesa. 

- Yes! - Alfred comemorou.

- Casamento? - O óculos de Will escorregou dos olhos e ficou pendurado na boca, até que ele o ajeitou com uma tremedeira capaz de matar um portador de Parkinson de inveja. - Você vai casar?

- Sim. - Renatinha grunhiu de felicidade do outro lado.

- Com o Alexandre?

- Sim! Não é o máximo?

- Mas já?

- A gente se ama muito, então pra que esperar, né?

- Mas vocês estão namorando há... Deixa eu fazer as contas... Quase dois dias!!!!!!

- Mas a gente já se amava há muito tempo, Will.

- Pelas minhas contas, - Alfred somou nos dedos. - Muito tempo cai no período em que você namorava com ela. 

- Quem está ai? - Renatinha quis saber. 

- Renata, você faz ideia do que está fazendo? - Will se engasgou com o próprio desespero. - Está convidando o seu ex, que era atual até dois dias atrás, para ser padrinho do seu casamento com o substituto, cuja substituição já estava sendo planejada há um bom tempo!!!

- Will, seja maduro...

- Escuta aqui, sua filha da puta! - Maike tomou o telefone da mão do Will.

- Hey, Maike. O que é isso? - Will ficou puto. 

- Fica quieto ai, Will. - Maike o empurrou para o lado. - Deixa um macho alfa resolver essa situação. - Levou o telefone até a boca. - Renatinha?

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