Um Desejo do Destino [Livro 1] COMPLETO

Capítulo 07 - Claire

— Porque você está olhando assim pra essa janela? — Kate indaga me tirando dos meus pensamentos.

— Nada demais. — Me viro pra ela dando um sorriso para disfarçar. — Vamos assistir os filmes.

Kate aceitou e não falou mais nada, eu agradeço muito por não ter interrogatório.

No final assistimos só um filme, insisti para Kate dormir aqui em casa mas ela não aceitou e foi para sua casa. Subo as escadas, entro em meu quarto e me deito na cama, a casa está em absoluto silêncio pois já estão todos dormindo. Estou quase pegando no sono quando escuto objetos sendo quebrados.

Me levanto da cama e abro a porta do quarto para ver se é aqui em casa, novamente objetos são arremessados e percebi que não vem aqui de casa. Corro pra janela e as luzes da casa do meu vizinho estão acesas e o barulho vem de lá.

Desço as escadas de casa em silêncio e saio pela porta dos fundos pra não dar na cara que saí a noite.

— Caramba o que eu estou fazendo? — Falo sozinha. — O que eu vou fazer lá?

Não, eu preciso ajudá-lo e já passou da hora, eu vou lá e fazer o que for preciso. Caminho até o portão de sua casa e agradeço por estar aberto, entro e vou até a porta. Toco a campainha e nada, espero um pouco e toco de novo mas nada novamente, tento pela terceira e última vez, quando estou quase indo embora a porta é aberta.

— O que você quer aqui garota? — Sinto meu corpo todo arrepiar ao ouvir sua voz. — É hora das crianças estarem na cama e não na porta dos outros!

Quem ele pensa que é para falar assim comigo? Eu estou sendo legal por vir aqui tentar ajudar e ele me chama de criança e pensa que vai ficar assim?

— Eu vim te ajudar. — Só agora percebi que sua mão esquerda está sangrando. — O que aconteceu com sua mão?

— Eu não te devo satisfações! — Diz arrogante, eu sou estava tentando ajudar. — Agora por favor vá embora!

— Deixa eu ajudar você com a sua mão. — Tento ser gentil. — Só estou aqui para lhe ajudar.

— Por um acaso tem alguma placa alí na frente. — Aponta pro portão. — Pedindo ajuda?

— Você está assim só porque sua esposa foi embora. — Aumento o tom de voz. — E desconta em alguém que só quer ajudar?

— Não fale dela assim. — Chega mais próximo de mim. — Eu não te dei permissão nem de entrar no quintal da minha casa.

Minha respiração está pesada, meu coração batendo descompassado, minhas mãos tremendo e eu não sei o porquê disso. Me afasto dele dando dois passos para trás.

— Deixa eu lhe ajudar com a sua mão. — Toco em sua mão ensanguentada e um choque elétrico percorre meu corpo. — E aí eu irei embora.

— Aí nunca mais me encomoda? — Confirmo com a cabeça que sim. — Tá, entra então.

Nossos olhares se cruzam e eu sinto que ele me olha por inteira, reparando cada detalhe minuciosamente.

— Vou pegar a caixa de primeiros socorros. — Sai e eu me sinto desconfortável. — Tem certeza que crianças sabem fazer curativos?

— Eu não sou criança. — Grito. Estou cansada de ser tratada assim por ele. — Faça sozinho então!

— Espera! — Bufo inconformada e volto meu olhar para ele. — Faça logo isso.

Me sento em sua frente no sofá e começo a pegar o necessário para limpar o machucado.

— Porque fez isso? — Encosto minha mão na sua e sinto novamente um choque pelo corpo e ele percebe.

— Não te interessa! — Diz ríspido. — Faça isso logo e de preferência rápido!

Fico quieta e faço tudo o mais rápido possível, sem nem ao menos olhar para ele. Finalmente acabo pois já não aguentava mais a tensão que se instalou naquele ambiente.

— Está pronto. — Digo me levantando e descartando o que usei no machucando de Derek. — Eu vou indo, amanhã tenho faculdade e preciso descansar.

— Já passou do horários de crianças dormirem. — Dou uma olhada para ele e não digo nada.

Saio de sua casa batendo a porta. Entro em silêncio na minha casa e vou pegar um copo de água na geladeira. Me encosto na pia e penso o que foi que eu fiz, por que eu tinha que ir lá atrás desse estúpido? Por que quando encostei minha mão na sua eu senti esse choque elétrico percorrer pelo meu corpo?