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Katelyn Nacon

- Mãe! - gritei pela minha mãe, com a minha prova em mãos.

- O que foi, Katelyn? - perguntou sem desviar seu olhar do notebook.

- Toma, minha prova - estendi o papel para ela, então ela olhou para mim com um olhar de "lá vem..." e então pegou a prova.

- Até quem enfim uma nota boa - murmurou um pouco baixo, mas eu ouço, e aquilo doeu. Eu realmente me esforçava para tirar notas boas nas provas, mas não conseguia prestar atenção, de jeito nenhum.

- Quer saber? Nem sei porque eu te mostrei, você nem se importa -  resmunguei, o tom de desgosto era nítido na minha voz.

- Katelyn, por quê você não vai dar uma volta pela cidade? Pegue aquele skate que você está sempre grudada.

Um pouco cabisbaixa, fui até o meu quarto, guardei a prova na mochila e me olhei no espelho. A mesma imagem de sempre, a pose de marrenta e o coração mole.

Até quando eu vou ter que fingir isso?

Perguntei para mim mesma, e como de esperado, nenhuma resposta.

Calcei meu tênis e peguei meu melhor amigo, vulgo skate.

As ruas não estavam movimentadas, o que era meio estranho em Londres. Dei de ombros e coloquei o skate no chão, subi em cima e peguei impulso. O vento balançava meus cabelos, fazendo eles ficarem meio embaraçados.

- Ai, caralho! - alguém resmungou, então eu percebi que estava caída no chão, o meu joelho estava ralado e saía um pouquinho de sangue, mas nada que álcool não resolva.

E quando eu me lembrei que havia esbarrado em alguém, eu levantei o olhar. Um garoto de cabelos nos ombros limpava as calças. Ele usava um óculos escuros, mesmo que o tempo estivesse nublado.

Espera... eu conheço esses cabelos. Pensei.

- Será que você não presta atenção? Poderia ter me matado - falou, eu ainda estava estática no chão.

Ok, ele tinha exagerado um pouco.

Ele olhou para mim e então perguntou:

- Vai ficar aí no chão?

Pisquei, um pouco perplexa.

- Você não é aquele garoto daquela série? - perguntei observando seus traços de "Carl" - The Walking Dead - estralei os dedos quando me lembrei do nome.

- Sim, sou eu, sim - respondeu olhando para os lados. Ele parecia apressado.

- Se você está tão apressado, por quê ainda não foi embora?

- Me estenda seu braço logo, ou o seu diário com a minha foto de capa. Eu preciso ir logo - falou apressado.

Arqueei as sobrancelhas.

- Eu não quero um autógrafo - respondi um pouco irritada.

- Ótimo! Eu preciso ir.

Ele passou por mim e foi embora, e eu continuava sentada no chão.

After The Storm || Chandler Riggs.Onde histórias criam vida. Descubra agora