Ligação de Sangue - Fanfic Academia de Vampiros

Capítulo 7

Duas linhas...

Eu devia contar ou deveria esperar mais algumas semanas e fazer um exame de sangue para ter mesmo certeza disso?

Quer dizer, um teste de farmácia não me ajudaria a provar nada ajudaria?

Quem eu estava querendo enganar, sou mãe de três crianças maravilhosas que eram a minha vida, então saberia se eu estivesse grávida de um bebê e eu tinha certeza de que estava.

A verdade é que eu estava morrendo de medo de ter que passar por toda essa parte de novo, a última vez em que estive grávida as piores coisas da minha vida aconteceram uma atrás da outra, e com isso levando embora quase todas as minhas esperanças também, e meu bebê havia sido tirado de mim por causa disso. Por causa de Dimitri, e eu claramente não tinha ideia de como lidar com isso, como lidar com ele em relação a isso.

Não que eu estivesse culpando ele, mesmo que de certa forma tenha sido mesmo culpa dele, já que nada disso teria acontecido se ele não tivesse tentado me matar a primeira vez que o vi como Strigoi, e mesmo assim, agora a verdade era que eu estava morrendo de medo... Dele.

Ah que droga, eu realmente me odiava profundamente com todas as minhas forças!

Não sabia exatamente o que fazer com toda aquela mistura de sentimentos brigando dentro do meu peito ferozmente, me dando ainda mais vontade de chorar, então apenas encostei-me na parede atrás de mim, ficando ao lado da banheira e deixei meu corpo escorregar lentamente até sentar no chão. Abracei minhas pernas e simplesmente comecei a chorar.

Senti braços em meus ombros e por um momento isso me assustou, ergui a cabeça pensando em pular e imobilizar o visitante e acabei dando de cara com meu pai.

— Hey calma. Sou eu, desculpe querida eu não queria assustar você. – Disse Abe, ainda me segurando em seus braços com cuidado.

Era engraçado porque por muito tempo ouvi que meu pai era o tipo de mafioso que não tem coração e muito menos medo de ser agressivo. No entanto, desde que o conheci tudo que ele fazia era cuidar de mim o tempo todo. Na verdade, eu duvido que ele tenha se desfeito de suas conexões com a parte suja do nosso mundo, mas isso não afetava diretamente a vida das pessoas que eu amava, então não tinha porque me meter nessa parte da vida dele ou algo assim.

— Pai? Caramba, como foi que entrou aqui? Melhor ainda, o que está fazendo aqui? – Perguntei, franzindo a expressão ao encará-lo, e então olhar para a porta aberta. — Pensei que estivesse com a Rebekah e o Adam na casa da Lissa ou fazendo alguma coisa com as meninas.

Eu havia me esquecido de trancar a porcaria da porta. Parabéns pra mim.

— Parecia que você estava chorando com um megafone gigante preso na garganta Rose, então resolvi verificar o que tinha de errado com você e acertei em pensar que havia algo errado. –Explicou ele ainda com os braços a minha volta, me mantendo em seu colo como se eu fosse um bebê, e olhar preocupado alisando meus cabelos levemente. — Além disso, você não trancou a porta, então não vi problema em entrar sem bater ou algo do tipo. Bem, acontece que sou um bom ouvinte filha então, quer me contar o que está acontecendo com você? Anda querida, sabe que pode me contar qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Não estou aqui para te julgar, aliás quem sou eu para isso? Vamos, me conta o que está havendo pra eu ver se posso ajudar você.

Eu não havia contado sobre a perda do último bebê para ninguém, simplesmente porque ninguém teve a chance de saber dessa terceira gravidez e eu queria que continuasse assim, porque não queria lidar com a fase do luto de novo em algum momento, mas acontece que Abe era o meu pai e eu precisava muito de colo e de sentir como se tivesse cinco anos de idade de novo, pelo menos por cinco minutos.

— Eu estava grávida antes do Dimitri ser atacado numa de nossas últimas missões e ser transformado em Strigoi. Eram poucas semanas, então eu não tive a chance de contar pra ninguém e nem nada parecido. – Falei encarando a parede por alguns segundos, sentindo um nó se formando em minha garganta aos poucos. — Não falei com ninguém sobre isso quando o perdi também, nem mesmo com o Dimitri depois que ele voltou pra gente.

— Ah meu Deus, querida. Eu sinto muito filha, muito mesmo. Podia ter me contado o que houve desde o começo dessa confusão toda filha, não devia ter tentado passar por esse tipo de coisa sozinha. Ninguém deve tentar passar por algo assim sozinho, filha. – Disse meu pai, me apertando ainda mais em seus braços, e simplesmente percebi que podia ter cinco anos naquele momento e chorar toda a dor que sentia dentro de mim, e foi exatamente o que fiz. —  Sabe que você não pode continuar escondendo isso do Dimitri por mais tempo filha, vocês são adultos e precisam conversar a respeito de como se sentem e como podem passar por isso. O que pretende fazer, querida? Se quiser eu levo as crianças para o meu apartamento, Adam e Rebekah podem ficar comigo para me ajudar. Pelo menos conte para a sua melhor amiga, Lissa certamente vai fazer o que puder para te ajudar.

— Eu não sei se devia fazer isso mesmo. Estou com medo do que pode acabar acontecendo, e se Dimitri não entender? Se ele ficar bravo comigo por isso? Estou com medo, pai. – Falei, agora bem mais calma o soltando e me afastando, ainda de joelhos para encara-lo. — Eu não quero perder o amor da minha vida pai, mas também não quero contar sobre o bebê, quando eu ainda não me sinto tão a vontade assim perto dele pra esse tipo de coisa. Quer dizer, eu pensei que tinha superado, mas eu não consegui. Não de verdade.

Ouvimos passos dentro do meu quarto, então uma sombra alta e grande se tornou visível e com isso desejei realmente ter trancado a porta.

— Ah meu Deus... Dimitri! - Falei, arregalando os olhos ao ver lágrimas nos olhos dele, dando a certeza de que ele havia ouvido cada uma de minhas palavras.