IV

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Eu, Silvana e Rafa chegamos ao museu pontualmente para encontrarmos o empresário e organizadores do evento. Honestamente, eu não conhecia o museu, e fiquei deslumbrada com o que vi, o MAM (Museu de Arte Moderna)era uma construção do século XVI, localizado na Baía de Todos os Santos, tinha características bastante históricas, uma paisagem vislumbrante , e seu grande acervo de obras composto de renomados artistas brasileiros de arte contemporânea e moderna . As meninas também pareciam admiradas com o que viram, mas só Silvana havia comentado.

_ Se eu soubesse que era assim teria vindo antes!

Fomos convidadas a entrar pra iniciar nosso trabalho, a exposição havia começado e tinha um considerável numero de pessoas lá dentro, alguns rostos familiares, mas de pouca expressão, a sala havia diversos quadros do artista em destaque, alguns com a visibilidade maior. As pessoas pareciam apreciar cada obra, sinceramente a mim tudo aquilo parecia tosco, estava ali apenas pra fazer meu trabalho, não precisava entender.

A câmera estava devidamente configurada, então fui fotografando cada obra por diversos ângulos. Silvana era responsável por registrar o momento social da exposição e Rafa se concentrava nas obras também. Tudo estava tranqüilo, durante o serviço eu fazia breves pausas pra tomar café ou água, e percebi que não era difícil encontrar a Silvana, bastava me dirigir à mesa de buffer. A magricela sempre estava apreciando um petisco.

Segui exercendo minha função, estava tirando as ultimas fotografias e algo tomou minha atenção. Ela observava o quadro atentamente, havia um brilho nos seus olhos negros e amendoados, sua boca entreaberta; parecia uma criança encantada com algum brinquedo. Fiquei observando aquela figura encantadora, sua beleza era fascinante. Sua boca era carnuda, as sobrancelhas pareciam devidamente desenhadas, um nariz delicado, os cabelos longos que eram ondulados em seu comprimento e cacheados nas pontas. Sua pele era morena em um tom diferenciado que nunca vi igual. Era extremamente bela.

Ousei-me e a fotografei naquele momento de distração, por duas vezes só pra garantir. Conferi o resultado pelo display e a foto estava esplendida, cada detalhe era perfeito. Ainda observava as fotos quando senti alguém próximo a mim, ergui a cabeça e ela me observava com um meio sorriso.

_ Ficou bonita!_ Ela disse. Sentir minhas faces queimarem

_ Oh me desculpe! Eu... Eu vou apagar_ Eu estava envergonhada

_ Não, não! _ Ela segurou a câmera_ Não precisa! Está bonita!_ Ela era doce no jeito de falar

_ Ah obrigada!_ Fiquei aliviada_ Se quiser uma copia...

_ Oh sim! Gostaria muito!_ Ela parou e exibiu uma expressão de desânimo_ Ah não vai dar! Deixei o meu celular em casa

_ Posso te entregar em algum outro dia, se você quiser é claro! _ Sugeri

_ Eu aceito! _ Ela sorriu, e como era lindo o seu sorriso!

_ Maya..._ Disse me estendendo a mão

_ Ah, que nome bonito! Sou Lavínia _ Apertei a mão dela

_ É de origem indiana, a minha mãe nasceu na Índia

_ Seus traços não negam! _ Sorrimos

_ Não quer me acompanhar á mesa do Buffet? Te passo meu numero de contato, isso se não for te atrapalhar...

_ Não, não vai atrapalhar, já terminei com as fotos.

Seguimos até o Buffet, como era de se prever Silvana estava lá. Ficamos há alguns metros dela e continuamos a conversar. Ela me falou com detalhes sobre seu trabalho e me convidou para que eu conhecesse o lugar, uma espécie de Livraria e Café, me passou o seu numero e eu guardei na agenda do celular. Havia alguma coisa no jeito dela que prendia a minha atenção e fiquei meio incomodada com isso, porem apreciei sua companhia. Olhei para o lado e percebi que Silvana nos observava enquanto mordia um salgado, ignorei e continuei falando com a Maya.

_ Posso passar lá na hora do almoço? Se quiser podemos almoçar juntas_ Disse

_ Acho uma ótima idéia!_Aceitou minha proposta e me presenteou com um sorriso_ Agora tenho que ir, nos vemos amanhã! _ Deu-me dois beijos na face e foi embora. Fiquei parada observando ela ir embora.

_ Sabia que é errado paquerar durante o serviço?_ Eu estava distraída que não percebi quando Silvana se aproximou

_ Eu não estava paquerando!

_ Sei... Quer um guardanapo pra limpar o canto da boca?_ Ironizou

_ Por que não continua mastigando? Só assim você fala menos

_ Vou até fingir que não ouvir!_ E comeu mais um salgado!

_ Tá na hora de irmos né? Cadê a Rafa? _ Perguntei olhando ao redor

_ Faz um tempinho que a vi

_ Vamos procurá-la, arrumar nossas coisas e ir embora

Encontramos Rafa que fez os acertos finais com o empresário e despediu-se dele, Guardamos todo equipamento e levamos pra o carro. Rafa ainda aparentava está mal-humorada, foi um tanto grosseira e autoritária comigo e Silvana. Inventei uma desculpa, despedi-me delas e peguei um taxi , não estava afim de aturar ainda mais o mal-humor da Rafa.

Cheguei em casa e não encontrei Valentino, Tomei uma ducha fria pra amenizar o calor e depois vesti uma camiseta, me joguei na cama completamente exausta. Antes de pegar no sono me veio uma ultima imagem a cabeça: O sorriso da Maya

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