LVII

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Mas e aí?

Não, eu não sei. A gente fica nisso, essa coisa sem definição, que me faz melhor do que qualquer outra relação. Mas, e aí? O que eu devo sentir? Você me faz sorrir quando surge ao longe, eu sorrio por você quando ouço teu nome. Mas, e aí? O que fazer com essa arqueada de sobrancelha que você me da antes de me encarar? O que fazer com esse toque fora de hora que me faz ir pra fora de mim? E aí? O que eu devo sentir quando te vejo partir e já te quero te volta ? E aí? O que eu devo fazer pra sempre te ter em minha porta? Mas, e aí? Eu posso mesmo confiar e deixar rolar? Não é justo transbordar se você é metade. Já conversamos sobre isso, sabemos que um do outro temos vontade. Mas, e aí? Não sei me dividir, não é justo conosco. Você já percebeu, sou intensa demais pra uma brisa, garoa ou neve. Sou furacão, tempestade ou avalanche. Sou tudo ou nada. Então, amor, o que eu devo sentir ao de ter aqui?
Por favor, caso queira responder, apenas responda, sem promessas, vai ser nossa única regra.

Transbordo, logo escrevo.Onde histórias criam vida. Descubra agora