Capítulo 2

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                                                                                        CAPÍTULO 2

AMÉLIA

Minha cabeça dói, mal consigo abrir os olhos. Sinto que alguém me carrega mas, meu corpo não obedece a meus pedidos e nem se mexe.

De repente, acordo em um lugar desconhecido. Me levanto, mesmo que meu corpo queira gritar de dor. Pra ser sincera, não sei como estou viva depois de uma queda daquelas. Não faço ideia de onde estou nem do que está acontecendo.

-Esther? Esther onde você está?- Nada de respostas.

A porta se abre mas, em vez de aparecer Esther, surge um jovem, meio forte, olhos e cabelos castanhos, com uma covinha marcante em suas bochechas, muito bonito, que aparenta ser mais novo que eu, a impressão que tenho é que o conheço de algum lugar.

-Olá senhorita. Por questão de sobrevivência, por gentileza, mantenha-se em silêncio.

-Quem você acha que é para falar comigo? Você nem me conhece!- grito já enfiando o dedo em seu peito antes dele segurar meu pulso com força.

-Sou alguém bem importante, te conheço mais do que imagina e se quiser ver sua irmã novamente viva, sugiro que se acalme e ouça com atenção.- a voz dele é tão calma e serena que chega me irrita. Não o respondo de imediato, apenas puxo meu pulso de sua mão, me libertando.

-Muito bom. Antes de lhe dizer qualquer coisa, preciso que a senhorita troque de roupa, qualquer um saberá que não é daqui se continuar com isso- ele diz, apontando pra minha jaqueta de couro e calça jeans.

-O que tem errado com as minhas roupas?- e só então percebo as roupas que ELE está usando. É uma roupa de soldado usada na época medieval, malha de aço preta, espada no coldre, o conjunto completo, parecia que tinha saído direto da trama Rei Arthur.

-Senhorita Amélia, já explicarei tudo, mas preciso que não questione o que lhe digo.

-Okay mandão, mas pare de me chamar de "senhorita". Chame-me somente de Amélia. A.M.É.L.I.A.

-A SENHORITA é mais exigente do que eu imaginei- diz ele em tom de deboche.

-Há roupas para você na cama. Andry lhe preparou um banho, se precisar é só chamar que ela lhe ajudará. Daqui a pouco voltarei para conversar contigo. Até mais tarde, A.M.É.L.I.A.- diz ele já saindo e fechando a porta.

Tomo banho coma ajuda de Andry, o que foi bem esquisito... Esse prédio deve ser bem antigo pois, nem um banheiro de verdade tem. Saio do banho, e enquanto me seco Andry foi buscar as roupas deixadas pra mim. Ao vê-las, seguro-me para não rir, com muito custo. Visto sem reclamar e ao me ver no espelho com todos aqueles objetos e a rupa peculiar, me veio um pensamento na cabeça. Se eu não estava prestes a encenar Rei Arthur, por que estou usando roupas "antigas"?

Batidas na porta interrompem minha linha de pensamento, e quem entra é o rapaz de mais cedo e sem nem deixa-lo falar já pergunto:

-Em que ano nós estamos?

-1423

-Ah não. Não não não não nãooo, você está debochando da minha cara né?

-Não ria! Quer ir presa?

-Presa? Por rir?

-Sim. Aqui isso é lei. Nenhuma mulher pode se dar ao luxo de uma risada dessas, então ajeite sua postura, você não está mais no seu mundo.

Eu começo a me beliscar. Isso só pode ser um sonho. TEM que ser um sonho. Eu fecho os olhos e me belisco bem forte, mas só me deu dor porque quando abri os olhos eu estava no mesmo lugar. O rapaz, que está na minha frente nem se move, só me encara.

Entre Princesas - Vol 1Where stories live. Discover now