Capítulo 1

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Eu posso ser difícil de lidar
Dançar pela casa sem nada além do som ligado
Eu posso ser um escândalo, falar demais
E em seguida chorar no chão do banheiro

Messy - Fifth Harmony


Eu estava perdida, literalmente. Se bem que era a minha cara me perder das minhas amigas no shopping, mas vou ignorar pelo fato delas serem loucas por compras.

- Rebecca! - Senti um peso enorme em minhas costas e chutei ser Luana, com todo o seu peso invisível.

- Desce Lu, vai matar a menina.

Segurei a risada e dei uma olhada para as duas. Elas não mudavam mesmo. Sempre seriam Luana e Camila, as malucas de Miami.

Eu até gostava. Me trazia um pouco de alegria.

Luana desceu das minhas costas, e assim que virou o rosto, me puxou na direção de uma loja.

- Experimenta.

Tudo bem. Por mais que eu não gostasse de compras, o vestido realmente era lindo. Ele media um pouco acima do joelho, inteiramente preto, mangas até o antebraço e uma gola social brilhante. Lindo.

Fui ao provador e o experimentei. Vesti novamente minha roupa e voltei entregando a peça para à ruiva.

- Não vou levar.

Os olhos das minhas amigas e da vendedora se esbugalharam.

- Rebecca Adams, você definitivamente não decide nada aqui. - Luana tirou o cartão da bolsa. - Vou levar.

Revirei os olhos. Era sempre a mesma coisa. Eu não gostava, Luana gostava. Eu não usava e ela acabava usando. É um ciclo. Prefiro as minhas roupas confortáveis e quentinhas.

- Ponto pra Lu. - Camila sussurrou e pude ver o monte de sacolas em sua mão. Não duvidava que tivesse coisas para nós duas alí.

Luana tinha o horrível hábito de gastar muito com nada para ela. Seu argumento sempre era: vocês tem que ficar bonitas, só assim meu brilho não ofusca vocês.

Ok, ela realmente tinha pinta de metida. Mas ela não era nem um pouco metida, ao contrário de Elena, sua mãe. Ô mulherzinha chata. Lu ainda tem algumas coisas de sua personalidade, são poucas mas bem perceptíveis.

- Toma. - Ela me entregou a sacola. - Vamos. Tô com fome. - Ela agarrou nossas mãos vazias e nos arrastou até a praça de alimentação.

Estava no paraíso. Eu, simplesmente, amava a praça de alimentação. Não era nem por causa dos hambúrgueres, refrigerantes e tals. Meu amor tinha um nome, endereço e duas sílabas: Sushi Loko.

- Cami. - Ela me olhou entediada enquanto eu piscava os olhos freneticamente.

- Tô indo buscar seu sushi. - Resmungou.

Camila odiava a praça de alimentação. Como? Eu não sei, mas odiava. Dizendo ela que a praça de alimentação era um local de quebra de promessas. Nesse caso, eu tinha de concordar. Esse era o lugar onde se quebrava promessas de uma boa alimentação. O que é o caso da nossa querida japinha herbívora. Me surpreende o fato de não gostar de sushi vinda do Japão.

- Cami! - A morena se virou para Luana. - Me traz um subway de frango.

Luana era um caso estranho. Ela gostava da praça de alimentação, e muito, mas evitava. A ruiva adorava comer, mas manerava. Eu vivo me perguntando: qual é a graça de viver manerando comida? Tudo bem, eu era meio suspeita de falar isso, porque meus pais são nutricionistas e eu sou um caso muito raro de adolescente: eu como de tudo.

- Será que ela vai trazer daquele fatiado?

Revirei os olhos.

- Lu, é frango do mesmo jeito, não tem diferença nenhuma. - Ela esbugalhou os olhos.

- É claro que tem! Pensa comigo: já imaginou se um pedaço daquele frango escorrega do sanduíche e vai direto pra sua garganta? E se... Tá, tá, você venceu. Droga, Rebecca. Como você é chata.

Soltei uma risada.

- Ué, mas o que eu disse?

- Tapada, idiota, im... Impossível! Você por aqui, Logan?

Fiz uma careta.

Logan Scott era ridículo. Cabelos escuros e olhos cor de mel. Um sonho, mas ridículo.

- Oi, Luazinha. - Ele beijou o canto de sua boca. Atirado. - Oi, Becca.

- Pra você, Logan, é Rebecca. Ouviu? Rebecca. De preferência, nem fale comigo.

Um copo de Coca-Cola surgiu na minha frente e eu olhei para quem o estendia.

- Oi, Vítor. - Sorri.

- Oi, Becca. - Ele beijou minha bochecha. - Trouxe pra você.

- Ih, Vítor. - Luana se debruçou na mesa. - Becca não toma refrigerante.

Luana odiava Vítor. Não sei porque, ele era um amorzinho. Corava de minuto em minuto quando estava comigo.

But, é aquele ditado né: gosto é igual cu, cada um tem o seu.

Tomara que minha mãe não descubra que eu pensei isso. Amém.

De Repente PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora