Tire proveito dessa noite
Porque amanhã eu não vou estar muito bem
Te deixo igual uma princesa
Mas esta noite, eu posso fazer você minha rainhaGive Me Everything (Tonight) - Pittbull ft. Ne-yo
- Dad, cheguei!
A maioria das pessoas chega em casa e grita: "Mãe, cheguei!" Só que quem cuida da clínica é minha mãe e meu pai fica em casa pra me botar limites.
Limites = virei vegetariana.
Meu pai não respondeu, o que significava que ele estava no escritório.
Fui até o escritório cantarolando Havana - Camila Cabello. Como era papai, apenas abri a porta e entrei. Erro meu.
- Desculpa. - Disse, constrangida.
- Não tem problema, querida. - A mulher ruiva sorriu carinhosamente. - Venha, sente-se aqui.
Eu não sou sua querida.
- Não acho que...
- Querida, deixe. Rebecca precisa saber. - Papai interrompeu minha mãe.
- Ahn, pai? Saber o quê?
- Venha cá, querida.
Fui até meu pai e me sentei no puff que tinha em baixo da mesa. Ficava alí para quando ele queria minha ajuda.
- Pode ler isso aqui, querida? - Assenti e ele me entregou um papel. - É só essa última linha.
- Por meio desse documento, aprovamos o processo de adoção da criança Rebecca.
Wait, eu sou adotada?
- Desculpe, querida. - Papai enxugou minhas lágrimas que nem percebi que estavam caindo.
- Vocês são meus pais? - Perguntei ao casal.
Eles assentiram.
Saí correndo do escritório e fui para a casa do vizinho, a casa dos Braga, onde Luana e Camila estavam.
- Becca? O que...
Não deixei que Luana terminasse, apenas me joguei em seus braços e me permiti ensopar sua blusa de seda de lágrimas e rímel.
A ruiva me levou pra dentro de sua casa e me deixou no sofá. Logo, Camila apareceu com um copo de água com açúcar.
- O que aconteceu? - Camila perguntou assim que me acalmei.
- Não quero falar sobre isso agora.
- Tudo bem. - Ela disse antes que Luana me forçasse a dizer. O que, com certeza, não ajudaria em nada no momento. - Vem, estávamos assistindo um documentário.
Elas me ajudaram a subir as escadas - não que eu precisasse - e fomos até o quarto da ruiva.
- Que nojo. - Luana reclamou assim que viu o tubarão grudado na perna do homem.
- Não disse que era um documentário? - Perguntei à Camila.
- E é. Só que é de medicina. - Ela chegou perto de meu ouvido. - Vingança das roupas.
Segurei uma risada e voltamos a assistir o documentário.
~ * ~
- Deixa eu experimentar o seu?
Revirei os olhos e estendi a tigela para Luana. Era sempre a mesma coisa. Ela pedia o sorvete de creme e ficava experimentando o meu e de Camila.
- Lu, porque não compra um pra você? - Camila perguntou.
- Por que, minha querida Camizinha, eu não gosto de sorvete de limão, muito menos de açaí com morango.
- Então porque toma do nosso?
- Ah, pra vocês terem a honra da minha saliva no meio dos seus gelatos.
Reviramos os olhos.
Acho que Luana e eu tínhamos uma obsessão por mistura de línguas. Eu misturava o inglês, ela o italiano.
- Acho isso ridículo. - A japonesa revirou os olhos. - Porque não podem falar normalmente, hum? Sem nenhuma interrupção de língua no meio?
Dei de ombros.
- Fica mais legal.
- Você só diz isso porque não sabe falar outra língua. - Luana alfinetou.
- Não me provoque, chica.
- Touche.
Rimos.
Engraçado. Esses momentos de amigas só aconteciam quando uma estava na pior e precisava se animar. Se não, éramos uma patricinha e duas mendigas se alfinetando na rua.
- Tenho que ir. - Camila disse após olhar o ecrã do celular. - Collin está no hospital. Eu odeio futebol americano.
- Deixa o garoto, Cami. - Luana revirou os olhos. - Quando ele quebrar o saco, vai aquietar o facho.
- Que horror.
Nos despedimos e Camila entrou em um táxi, enquanto eu e Luana atravessamos a praça.
- Tem certeza que vai ficar bem? - Ela perguntou assim que paramos na frente da minha casa.
Assenti e ela sorriu.
Entrei em casa e joguei as chaves na mesinha de centro. Cruzei os braços e fiquei frente a frente com os dois casais no sofá.
- Tudo bem. Vamos colocar as letters na mesa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Repente Princesa
FantasyÀs vezes, precisamos de uma pessoa nos protegendo em nossas ações. Precisamos de alguém que nos conte contos de fadas para imaginar que a vida é um. Ela não queria alguém que lhe contasse histórias de princesa ou de fadas, ela queria alguém para pro...