Você me trata como
Uma estranha qualquer
Bem, é um prazer te conhecer, senhor
Eu acho que já vou
É melhor que eu vá pelo meu caminhoIgnorance - Paramore
Eu não sabia o que dizer para nenhum dos quatro. Dois me abandonaram em um orfanato e os outros dois, me adotaram e pretendiam esconder pelo resto da vida que eu não era filha deles. Patético.
- Filha, nós... - Lancei um olhar fulminante para Miranda, que pigarreou. - Rebecca, nós nunca quisemos te abandonar. E não abandonamos! Você foi levada de nós quando ainda era uma recém-nascida.
- Wait. - Ela me olhou estranho.
- É mania dela. - Jordan explicou.
- Ah, sim.
- Enfim... Vocês acham que eu vou acreditar nessa historinha de roubo de bebê? Fala sério! Isso é coisa de filme de princesa.
Miranda e Nicolas se entreolharam.
- Querida, é isso que queremos dizer. - Nicolas pegou minha mão. - Você não é só nossa filha. Você é Rebecca Hanely Colucci, irmã de...
- Espera! Irmã? Eu tenho um irmão ou irmã?
Só tá melhorando!
- Um irmão e uma irmã. - Nicolas disse. - Alexander e Catara. E antes que pergunte: ele tem 16 e ela 2 meses.
- Chega! - Corinne levantou. - Rebecca vai se arrumar pro jantar. E vocês, já deu a sua hora.
- Quem você...
- Aqui vocês não são rei e rainha, mas pessoas normais. Agora sumam da minha casa!
Rei? Rainha?
Os dois deixaram beijos na minha testa e antes de sair de casa, Miranda me entregou um cartão.
- Estamos na embaixada. Precisamos conversar.
Embaixada?
- Nós já...
- À sós.
Assenti.
Ela deu um pequeno sorriso e finalmente saiu da casa. Me virei e Jordan e Corinne me olharam chateados e esperançosos.
- Querida, você...
- Não.
Deixei eles lá e fui para meu quarto.
Não era manhã ou frescura. Cara, como você reagiria se soubesse que foi adotada e que seus pais...
Peguei minha carteira no armário e coloquei um casaco. Desci as escadas correndo e saí sem responder os gritos de Jordan ou Corinne.
Corri até o ponto de táxi e dei o endereço pro motorista.
Eu morava perto do centro da cidade, o que ajudava por ser perto de tudo, então logo chegamos e eu paguei a viagem.
Olhei a enorme mansão protegida por um enorme portão, cerca elétrica e guardas.
- Quem é você? - O guarda perguntou assim que me aproximei do portão.
- Rebecca Adams.
- Não conheço. Vai embora!
- Não, eu vim falar com a Miranda.
- Não tem nenhuma Miranda aqui. Vai embora.
Bufei e peguei o cartão de Miranda junto com o celular, disquei o número e na terceira chamada fui atendida.
- Alô. - Era Nicolas.
- Pode falar pra eles abrirem os portões pra mim?
- Só um instante.
- Obrigada.
Desliguei a ligação e coloquei o celular no bolso, cruzando os braços.
O segurança colocou a mão no ouvido e arregalou os olhos levemente.
- Perdão, Alteza. - Ele disse enquanto abria o portão.
Alteza?
Ignorei isso e comecei a andar até a entrada da embaixada, onde uma mulher de roupa social me esperava.
- Boa noite, Alteza. - Ela disse começando a andar, me fazendo segui-la. - Seus pais me pediram para leva-la à suíte real.
Ela continuou falando e eu comecei a ignora-la. Educado, não é. Mas às vezes é necessário.
Depois de subir vários lances de escada, ela bateu em uma porta e logo ela abriu.
- Obrigada, Heaven. - A mulher saiu e Miranda me olhou carinhosamente. - Entre, querida.
Entrei no quarto e avistei Nicolas sentado em uma mesa mais ao canto. Miranda colocou a mão em meu ombro e me guiou até lá.
Assim que me sentei, reparei no pacotinho rosa nos braços de Nicolas.
- Quer pegar? - Assenti.
Ele levantou os braços e se curvou pra frente. Com certeza ele ainda não havia aprendido a segura-la.
Peguei Catara nos braços e reparei que ela tinha cabelos e olhos idênticos aos meus.
- Rebecca. - Miranda me chamou carinhosamente. - Vamos conversar?
Assenti e ela pegou Catara, a colocando no berço e logo voltando.
- O que quer saber primeiro?
- Porque, hell, estão me chamando de Alteza?
- Você já ouviu falar de Miahny? - Franzi o cenho. - Miahny é...
- Não! Eu já ouvi falar sim, acho que na minha aula de história européia. Mas o que isso tem haver?
- Sabe o último rei de lá?
- Ahn... - Comecei a contar nos dedos tentando lembrar o nome. - Harold Colucci?
- Qual meu sobrenome?
- Hanely? - Negou. - Pera. Calma. Você disse meu nome... Rebecca Hanely... Colucci.
- O que isso significa, Rebecca? - Ele cruzou as mãos sobre a mesa.
- Que you... Vocês... Eu... Tá de brincadeira, comigo?
- Não. Você é a princesa de Miahny. A próxima rainha.
- Rebecca. - Miranda tomou frente da coberta. - Nós estamos procurando você à anos. Nunca desistimos de você. E agora, - Ela tomou minhas mãos. - Gostaríamos que você viesse para Miahny conosco.
- Me mudar? Pra Europa? - Ela assentiu.
Luana e Camila vieram na cabeça. Eu queria ir pra Miahny. Conhecer minhas origens. E eu sabia que elas entenderiam minha decisão.
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De Repente Princesa
FantasyÀs vezes, precisamos de uma pessoa nos protegendo em nossas ações. Precisamos de alguém que nos conte contos de fadas para imaginar que a vida é um. Ela não queria alguém que lhe contasse histórias de princesa ou de fadas, ela queria alguém para pro...