Capítulo II

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Leiam as notas finais.
Boa leitura!

Já era de noite quando decido levantar de minha cama. Cada parte de meu corpo doía, e eu não sabia se era pela dor emocional ou por estar na mesma posição à horas. Aos poucos, vou criando coragem para me mexer, ou ao menos respirar normalmente. Me levanto aos poucos e comecei a olhar uma caixa, com metade para fora da cama. Lembro-me de quando era pequena, que sempre que me sentia mal, pegava uma caixa de sapatos, bem debaixo de minha cama - e fazia um bom tempo que eu não olhara. Me agacho e pego a caixa, um pouco empoeirada e destruída, mas ainda estava ali. A caixa nunca fora nova, mas, para mim, não tinha importância.

Quando abro a caixa, lá está ela. Minha mãe, ou, se quiserem, Diana. Eu cheguei a conhecer minha mãe, mas me lembro muito vagamente dela. Rômulo nunca falou dela e eu não me lembro o porque dela não estar mais aqui. Me pergunto se sempre foi assim, desde que ela ficou com Rômulo. Acho que se cansou disto aqui. E eu também - mas ainda não era hora de partir.

Fico olhando aquela foto de minha mãe, totalmente sorridente ao meu lado. Deveriam ser bons tempos.

[…]

Horas depois, ainda estava sentada, com a mesma fotografia nas mãos, mas meus pensamentos não eram mais sobre ela, e sim sobre como irei fazer para sair dessa prisão, quando ouço mais vozes lá embaixo. Não estavam gritando, mas sim sussurrando. Saio de meu quarto, já desobedecendo meu pai - se é que devo chamá-lo assim. Desço as escadas e evito a sala, pelo fato de que, era de onde todas as vozes ecoavam, e vou direto para o jardim, que se encontrara escuro, pelo fato de já ter anoitecido. Olho ao redor, procurando o corpo de Henry, mas não se encontrava mais lá. Havia somente uma poça de sangue no local de seu corpo. Meus olhos começam a marejar e minhas mãos tremem. E aqui estou eu, chorando novamente. Pelo jardim, havia uma entrada que levava até a frente da casa, de onde ví uma pessoa surgir, e saio correndo do local. Chegando aos fundos da casa, no qual não se encontrara ninguém, me sento no chão e desmorono novamente.
Agora é certo. Eu o odeio meu pai mais do que tudo. Havia momentos em que o odiava mais do que qualquer coisa. Mas agora, ele passou dos limites. Como ele era capaz de fazer isso com sua filha?
Um dia ouvi dizer que os pais - ou no meu caso, o meu pai - fazem de tudo para te ver feliz. Te ver alegre. De tudo para ver um sorriso em seu rosto.
Mas meu pai não. Ele fazia o oposto. Completamente o oposto. Ele fazia de tudo, e mais um pouco, para me ver infeliz. Triste. Sem esperanças. Quase desesperada.

- Está tudo bem? - Uma voz me acorda de meus pensamentos. Droga.

Me viro para ver quem é, enxugando minhas lágrimas, dando um pequeno soluço. Dylan Bittencourt. Dylan era o braço direito de Rômulo desde que me entendo por gente. Nunca vi os dois brigando. Mas mesmo o "conhecendo" desde que nasci, nunca havia tido um diálogo como o que ele acabara de iniciar.

- Pareço estar bem? - Minha voz sai um pouco embargada e solto outro soluço, o que me fez parecer mais frágil.
Eu tinha esta mania de precisar de ajuda, mas não me mostrar frágil. Necessitada. Queria sempre parecer forte. E isso foi cultivo de uma vida com Rômulo.

- Não está nada bem, não é mesmo? - Ele passa as mãos sobre o cabelo.

- Como se você fosse se importar - Por que não paro de ficar na defensiva por um segundo?
Ele apenas se senta ao meu lado, não muito perto. Uma distância aceitável. Olho para o lado e vejo que em suas mãos, havia um cigarro, no qual acendia no mesmo instante.

- Eu sabia que um dia você iria saber sobre a sua mãe. - ele solta um sorriso sarcástico, soltando a fumaça de sua boca. - Eu, até hoje, não acredito que Rômulo conseguira matar sua mãe na sua frente, e você tinha apenas 4 anos! Tive que segura-lo. - Ele da uma breve pausa, tragando o cigarro - pelos pés, é óbvio. Tinha apenas 8 anos.

Quando ele terminou de falar, uma dor inexplicável atingiu meu peito e tudo havia voltado com um flashback.
Rômulo e minha mãe estavam brigando, mas por algum motivo, não escutava nada. Minha mãe estava linda. Brigando, descabelada e chorando. Mas continuava linda para mim.
Meu pai tinha me prendido na cadeira, para não sair correndo, e em uma fração de segundos, uma faca surge na mão de Rômulo, e a mesma atravessava minha mãe. Ela gritava de dor e tentava respirar com os pulmões enchendo de sangue, e as poucos, seus olhos direcionados a mim, iam fechando, e uma lágrima escorria. Ela caiu no chão e seus últimos movimentos, foram para cobrir o local em que Rômulo havia esfaqueado. Aos borrões, vejo um menino se aproximar de Rômulo, o puxando, segurando, tentando fazer algo desde que a faca apareceu em suas mãos, mas o mesmo ignorava. Ainda com as facas nas mãos, Rômulo se dirigia até mim, com os olhos pesados. Mesmo não conseguindo ver o rosto do garoto que segurava Rômulo, sabia que o garoto era Dylan. O garoto gritava e por algum segundo, pude escutar seu berro, olhando para mim com os olhos marejados.
Após uns segundos, tudo vai ganhando cor novamente e me lembro que estava no jardim, com 16 anos, não uma garotinha indefesa e presa em uma cadeira, vendo sua mãe morrer em sua frente, com 4 anos.
Desde sempre Rômulo foi meu inimigo. Não vou dar o gosto de vitória para ele.
Me levanto do jardim e vou andando em direção ao meu quarto, segurando o inevitável choro.

Eu sei que os capítulos não estão saindo conforme o esperado, que seriam todos os sábados, but não está dando, por conta de trabaljos escolares e tudo mais, mas juro que estou me exforçando.
Então paciencia, por favor!! juro que irei compensar.
Bjos
Até o próximo capítulo.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2017 ⏰

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