21 de fevereiro.

208 15 4
                                    

Thalita.

Acordei cedo para me preparar, bom eu não sei o que pode acontecer lá então vou levar coisas básicas como barras de cerais, água, lanterna, curativos, a chave, o colar e a carta que encontrei ontem. Meu celular vibra, creio que seja a Gabie.

'Estou pronta, quando vem me buscar?'

'Estou saindo agora. '

Peguei minhas chaves e fui.

-Mãe vou sair com a Gabie!

-Tudo bem, cuidado.

Engatei o carro e fui pegar a Gabie. Chegando lá ela já está na calçada me esperando.

- Está pronta?

-Estou com medo na verdade, Gabie.

-Fica tranquila, sabe onde é essa rua?

-Sim, entra ai.

- Thalita, não vamos mexer em nada, vamos ir só pra observar.

-Tudo bem, você acha que é o lugar onde os membros dessa gangue se encontram?

-Talvez, você trouxe a chave e o colar?

-Trouxe, por quê?

-Pode ser nossa salvação, vai com calma.

O caminho todo pensei nele, mesmo tendo pensado a noite anterior toda, não cheguei a uma solução, não pode ser, isso não é possível.

Chegando lá pergunto para Gabie:

-Qual o numero mesmo?

-Humm, 398.

-Veja se você acha.

- Ali! Olha o numero pinchado.

Meu coração gelou, era um prédio velho de 2 andares com a porta toda destruída e entreaberta.

-Gabie, esta aberto, não pode ter nada lá.

-Estacione o carro.

-O que?

-Sim, estacione já que esta vazio vamos lá.

-Gab...

-Quer saber porque essas coisas foram parar nas coisas de seu irmão ou não?

Olhei para ela e mudei de ideia, estacionei o carro e descemos.

-Vamos só olhar, não mexa em nada se tiver alguém lá, vazamos.

-Estou com medo.

-Eu estou aqui por você Thali, vamos conseguir isso juntas.

Chegando a porta percebemos que ela esta vazia, completamente vazia, não tinha nenhum móvel lá apenas as paredes destruídas e pinchadas, a tabua sobre o chão estava destruída em alguns lugares.

-Vamos subir.

Subimos a escada, mas no meio dela uma tabua rangeu, nos duas nos olhamos, pois sabíamos que poderia ter algo embaixo dela.

Tentei tirar a tabua, ela saiu de lá e tinha apenas um cofre, um cofre pequeno que tinha abertura para uma chave, peguei o cofre e nos olhamos.

-Vamos sair daqui agora.

Coloquei o mini cofre em minha mochila, ele era um pouco pesado. Descemos na maior velocidade, quando chegamos na porta vimos dois homens andando na rua, com pistolas.

-Abaixe, shhh... - ela olhou por cima da janela e fez uma pequena afirmação com a cabeça pra mim. - Va rápido Thalita, estou atrás de você não pare ate sairmos daqui.

Sai correndo de lá, entrei no carro e acelerei, quando chegamos em uma avenida ela disse.

- Va na cafeteria, é perto daqui e vamos abrir isso.

Chegando lá paramos no estacionamento e analisamos o cofre, ele era pequeno e só tinha tamanho para caber algo muito pequeno. Peguei a chave e... Não deu certo, ela nem sequer enfiava nele era muito grande.

-Gabie, não era pra gente pegar isso, a chave não funcionou.

-Merda, deixe-me ver.

O que fizemos? O que tem aqui? Isso não era nosso, que chave é essa? Então pensei se temos isso vamos usar. Engatei o carro.

- Onde você esta indo?

- Em um cheveiro, vamos abrir esse cofre, essa foi a única pista que achamos lá, não podemos desperdiçar agora.

-Gostei disso.

-O que?

-Determinação.

Senti minhas bochechas ficarem coradas, apenas pensei no Bruno e elas ficaram normais, ele me traz a realidade e a Gabie me tira dela.

Chegando lá peço o cara para abrir o cofre, falei que era meu e tinha algo pessoal, ele demora um pouco, mas abre, dentro tinha um chip.

-O que é isso?

-Parece um chip de celular, porque isso é tão importante para ser guardado em um cofre?

-Vamos descobrir.

Peguei meu celular e coloquei o chip nele, assim que coloquei já sincronizou as mensagem no celular fui nelas e tinha um nome estranho, o nome de nosso pai.

Ele morreu de câncer quando eu tinha 2 anos e Bruno 6, não tenho nenhuma lembrança dele.

Cliquei comecei a ler:

' - Pai não pode esconder isso para sempre, vamos ter que falar a elas sobre o senhor.

-Filho, isso não é problema, venha aqui, tenho algo pra você. '

Descendo um pouco a conversa tinha o seguinte:

'- Não tenho dinheiro para te pagar, você é meu pai e me viciou isso não é mais meu problema.

- A partir do momento em que você aceitou usar virou seu problema, sabe o que eu vou fazer com sua irmã e sua mãe.

- Sua filha! Como pode dizer isso?

-Aquela não é minha família.'

Eu fico paralisada, mas não é como alguma vez, parece que meus neurônios estão queimando e minha cabeça esta prestes a explodir. Meu pai esteve vivo todos esses anos, ele viciou Bruno, ele me ameaçou, ele disse que não somos sua família.

Então tudo ficou escuro.

Acordei estava em minha casa, gabie estava do meu lado.

- Ei, ei shhh calma.

Tentei me levantar, minha cabeça doía. Eu desmaiei?

- Eu desmaiei?

- Sim, eu te trouxe para casa, não contei nada a sua mãe falei que você começou a se sentir mal e desmaiou.

-Como ele pode fazer isso com nossa família?

Eu não iria chorar, repetia isso pra mim mesma, ele não merecia que eu derramasse lagrimas por ele. Aquele filho de uma mãe.

Eu irei achar ele, eu irei mostrar para ele o que ele fez com minha família, eu quero que ele apodreça na prisão.

nossa despedida Onde histórias criam vida. Descubra agora