The Selection [blackinnon]

Prólogo

Na enorme tela – na sala de cinema do castelo de Hogwarts – diversas fotos de diferentes moças passavam, enquanto Horace Slughorn falava um pouco sobre cada uma delas. Sirius Black, o príncipe, se esforçava para prestar atenção às palavras do homem, que sempre esteve presente no palácio ajudando os seus pais, mas como havia à noite passada em claro era difícil se manter acordado. Ainda mais considerando o falatório sonolento do homem de meia idade e completamente empolgado com o grande evento que aconteceria dali poucos dias.

— E essas são as candidatas que competirão pelo coração do príncipe Sirius. — concluiu lançando um sorriso simpático em direção a Sirius que conseguiu apenas acenar com a cabeça. — Iremos anunciar os nomes esta noite durante o Profeta Diário.

— Ainda preferia não trazer estas garotas de sangue-ruim para o castelo. — a voz de Walburga soa, como sempre, cheia de amargura.

Sirius ignora a pontada em sua cabeça e revira os olhos para a mãe.

Ele não conseguia concordar com absolutamente nada que sua mãe dizia, as coisas que saíam da boca da rainha eram tão absurdas que Sirius se questionava sobre como podia ter o mesmo sangue que alguém tão esnobe e ignorante.

Walburga também havia participado da Seleção, Sirius não conseguia entender como seu pai fora capaz de escolher uma mulher como ela, e esperava que as candidatas para sua própria seleção não fossem cópias da rainha, caso contrário ele seria capaz de entregar a coroa para Regulus, seu irmão mais novo, e viver em qualquer outro lugar onde houvesse paz.

— Também não me agrada trazê-las, mas precisamos para fazer média com o povo de Hogsmead. — o rei Órion responde enquanto analisava cuidadosamente o pequeno retrato de cada uma das candidatas em sua mão.

E Sirius suspirou ao perceber que talvez seus pais se merecessem. Os dois eram igualmente esnobes e nojentos.

Apesar de não estar empolgado com a Seleção, o príncipe sentia-se no dever de escolher alguém que o ajudasse a comandar o reino da maneira como deveria ser. Não queria mais ver seu povo sofrendo daquela maneira, acreditava que todos tinham os mesmos direitos, não importava a que casta eles pertenciam. Sirius queria ter um reino livre de injustiças e indiferenças, e tinha completa noção que precisaria lutar muito para conseguir derrubar os privilégios que seus pais e antepassados impuseram, mas estava disposto a fazer seu melhor.

— Agora que já escutei toda esta baboseira posso me retirar? — Sirius pergunta levantando-se da confortável poltrona.

O rei e a rainha o encaram com impaciência, estavam cansados do mal comportamento do filho, sentiam que precisavam lhe ditar mais algumas regras e esperava que essas, o primogênito se desse o trabalho de seguí-las.

— Ainda não, querido. — diz a rainha lançando um olhar duro para o filho, mas sorrindo afetuosamente.

— Temos que tratar de como você deve agir durante a Seleção. — foi a vez do rei lhe lançar um olhar cortante.

Suspirando, Sirius voltou a se sentar na poltrona, aguardando o veredito.

— Bom, sugiro que conheça todas as participantes, mas fique próximo apenas das que são de castas mais elevadas. — informa Slughorn com um suspiro. Sirius sabia que apesar do homem seguir os passos do rei e da rainha, ele também não concordava com algumas ideias dos dois.

— Certamente. — Walburga concorda, animada. — Sabemos que estas moças estão mais preparadas para assumir o posto de princesa, e, futuramente, de rainha.

— Mas, Sirius, você não deve desrespeitar ou ignorar qualquer uma das moças de castas mais baixas. — aconselhou Órion encarando seriamente o filho. — O povo precisa pensar que todas estão tendo as mesmas oportunidades. Portanto, precisamos que algumas destas moças cheguem na fase da Elite, para então depois, você as dispensar com qualquer desculpa que puder inventar.

— Por que chamar as moças de castas menores se certamente terei que dispensá-las na primeira oportunidade? — Sirius questiona, não aguentava mais ouvir aquele monte de merda quando sua cabeça parecia prestes a explodir.

— É como seu pai já disse, Sirius. — Walburga respondeu impaciente. — Não precisamos de uma nova revolta do povo.

As revoltas ao redor de Hogsmead estavam se intensificando com o tempo. O povo não aguentava mais sofrer na mão do rei e da rainha, sentiam a necessidade de protestar contra as injustiças que o povo mais pobre sofria. E Sirius, secretamente, estava ao lado deles.

— Então devo iludir o povo e as candidatas até chegar na hora da decisão e escolher alguma garota fútil, bonita e burra, mas de uma casta elevada? — os três presentes naquela sala assentiram com a cabeça.

Sirius sorriu, levantou-se e deixou a sala.

É claro que ele faria completamente o contrário.