Capítulo 4: A chegada de Mercúrio

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Bruno passou a noite anterior acordado, sem nem se quer cochilar. Tudo aquilo é muito informação, em um dia ele está indo trabalhar normalmente, no outro vai para uma investigação na favela em que ele cresceu. Quando se dá conta já são cinco horas da manhã, o despertador toca. Hora de ir trabalhar.

Enquanto isso, o Bar do seu Zé se mantém de portas fechadas, ninguém entra e ninguém sai, logo mais partiriam, aquele lugar já não era mais seguro. E assim fazem, em cerca de uma hora entra o Sistema na van e segue seu rumo para estrada. A Polícia recebe um chamado, uma van com as descrições que batem com as dos crimes foi vista deixando a cidade, começa então uma perseguição.

– Chuva de meteoros – diz Urano olhando no retrovisor e notando uma viatura se aproximando.

– O que? – Pergunta Vênus, esquecendo de um dos códigos.

– Acho que estamos sendo seguidos – Netuno completa o raciocínio do irmão.

– Como assim? – Júpiter pergunta do fundo da van, em seguida olha pelo vidro de trás para confirmar. Saturno e Marte fazem o mesmo.

– Acho melhor pesar o pé aí na frente – Terra fala para Plutão, que estava no comando.

– Pode deixar! – Quando se dão conta já estão a mais de cem quilômetros por hora costurando entre caminhões. As polícias os perdem de vista, assim pensam.

Mas ao olhar novamente para trás, Saturno nota que há mais de meia dúzia de sirenes esganiçando. – Temos companhia de novo.

– E eles não estão sozinhos – Saturno constata ao ver dois carros que antes estavam à paisana colocando suas sirenes sobre os veículos.

– Acho que estamos cercados – Plutão refere-se a quantidade de carros que os rodeiam. Sem outra solução começa a diminuir o ritmo. Porém, para surpresa de todos e joga o carro em

uma estrada de terra em uma última tentativa de fugir. Que infelizmente fracassa. – Eu tentei. – Ele se desculpa.

Uma cena triste, todos enfileirados e algemados com as mãos para a trás. Os policiais são dispensados pelos agentes, que mostram algum tipo de crachá, que pelo Sistema é desconhecido. Vênus surpreende-se ao ver que um dos policiais era Bruno, mas o mesmo finge não os conhecer. Confusos pela abordagem dos homens de terno preto e agoniados por não conseguirem falar devido a uma mordaça, são jogados com violência dentro de uma van preta com os vidros totalmente negros e fechados lá apenas com uma fresta da janela aberta.

– Eles trabalham diretamente para o Delegado – Explica Plutão, com experiencia, ao conseguir depois de muito esforço tirar o pano de sua boca – Provavelmente ele mandou esses homens ilegalmente atrás de nós para nos matar.

Não havia respostas para aquela constatação, então já sem esperanças, o Sistema preso, aceita seu trágico fim.

Contudo, são surpreendidos por três toques na janela seguido de um bilhete jogado pela única

abertura naquela prisão de quatro rodas. Marte, também consegue liberar sua boca, e lê a mensagem para todos:

– "A algema do Zé está solta, e as chaves dos outros estão dentro do porta-luvas" – Todos se olham desacreditando da situação. Sem pensar duas vezes, Plutão forças suas algemas, que dê fato estava aberta.

– Rápido! Vê se as nossas estão ali – Diz Vênus, apontando o porta luvas com a cabeça.

Assim faz plutão, com ferocidade abre o porta-luvas e saca de dentro dele um molho de chaves numeradas. Todas estão ali.

– Bruno – Vênus diz quando se dão conta de que seu amigo que os ajudou dando-lhes a chaves das algemas. Tudo faz sentido, rostos surpresos tomam conta do Sistema.

Com os agentes distraídos tentando garantir que os policiais sairiam dali, fica mais fácil fugir. Assim faz o Sistema, correm como nunca, mas logo os agentes se dão conta do que a van está vazia.

– Vem! Eles devem ter ido por ali – Diz um dos agentes correndo e apontando para uma trilha na mata em direção aos meliantes.

O Sistema é não intencionalmente dividido. Vênus se perde dos demais. Com medo e velocidade corre em busca dos outros, até que tropeça numa raiz e bate a cabeça, ao cair, ele cria uma intensa nuvem de poeira que faz com que o garoto, que já estava zonzo pela queda, não veja nem um palmo a sua frente.

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