Capítulo 5: Plutão não é mais Planeta

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– Vai uma ajudinha aí? – Do meio da poeirada surge uma mão cortês, é de Bruno, que o ajuda a levantar. Um sorriso no rosto de Vênus surge após recuperar os sentidos, seguido de um forte aperto de mão que o levanta e um abraço apertado. – Eu sabia que você não nos abandonaria – Reponde Vênus.

Achei eles! – Marte grita para o grupo ao ver Vênus e Bruno – "Eles" na verdade – Ela sorri.

– Pessoal, desculpa por não ajudar vocês antes, eu não pude... – Bruno tenta se desculpar – Você está ótimo! – Ao olhar para Plutão elogia-o.

– Opa! Antes que eu me esqueça... – Vênus interrompe Bruno. – Agora preferimos não usar nossos nomes, sabe... As coisas mudaram por aqui, eu não sou mais o Higor, sou o Vênus, minha mãe é a Terra, meu avô agora a gente chama de Plutão, Lucas e Vitor, agora são Urano e Netuno, o grandão era o Cláudio, agora é o Júpiter, o magrelo mudou

de Giovanni para Saturno – Seu dedo indicador acompanha respectivamente cada nome dito – A ruiva marrenta que você já conhece é Marte – Sorri sarcasticamente para ela – E antes que eu me esqueça, nada de Bruno, agora você é o Mercúrio.

Acalmados pelo pôr do sol, o grupo anda aliviado em um amplo gramado em direção a um casebre, só não imaginavam que seriam interrompidos por três tiros que acerta em cheio o peito de Plutão. Em um ato imediato, Mercúrio saca sua arma da cintura e dispara contra um dos dois agentes que surgiram de trás deles.

Aos olhos de Vênus, tudo estava acontecendo em câmera lenta, não podia ser real. Todos desesperados gritam empurrando Vênus para correr, que ainda estava entorpecido pela cena cruel que acabara de ver.  

Bruno acerta a cabeça do outro agente. Que cai no chão. Os gritos de Terra são silenciados para Vênus, que nesse momento só ouvia um zumbido de angústia. Plutão cai no chão. Todos sabem que ele já perdeu muito sangue, então formam um círculo, sofrendo pelo que estava a vir. 

Plutão segura a mão de Vênus com força, sussurra algo no ouvido de seu neto que o choca. Com lágrimas nos olhos, diz sua última frase:

– Plutão não é mais planeta... – Lentamente os olhos de Plutão perdem a expressão fazendo com que suas pupilas vaguem pelo espaço. 

Não havia outra coisa a se fazer a não ser sepultar Plutão. Júpiter faz uma cova. Bruno o traz enrolado num lençol e com a ajuda de Urano e Netuno coloca-o no que agora se tornará sua eterna jazida. Marte finca acima da cabeça dele uma cruz feita com gravetos. Terra coloca flores arrancadas do jardim da casa sobre seu pai e tenta dizer algo em memória dele:

– Ele era bom, diria até que o melhor de nos... – Já na primeira frase ela põe-se a chorar e não consegue falar – Vênus, que estava segurando o choro, completa – Sei que ele era mais do que apenas o piloto de fuga para vocês, era a família de todos nós – Terra não aguenta continuar e desaba em lágrimas novamente. Marte tenta esconder que está chorando, apoiando-se no peito de Mercúrio, que deita sua cabeça sobre a dela. Os gêmeos se abraçam com o sentimento de perder um pai.

Saturno e Júpiter abaixam suas cabeças, em seguida os outros, iniciando um voto de silêncio.

No dia seguinte, conseguem pegar carona na estrada, precisavam voltar para casa para pegarem suas coisas, precisavam sumir no mapa. No meio do caminho, Vênus lembra do que seu avô lhe contou antes de morrer, então explica a situação para o Sistema, que antes de ver com seus próprios olhos desacreditavam do fato. Chegando em casa todos vão direto ao local descrito por Plutão e logo mais por Vênus.

– Ele disse que estaria aqui – Vênus abre a porta do guarda-roupa de Plutão. 

Todos juntos começam a procurar por uma caixa com desenhos de círculos coloridos, assim descrita por Plutão.

– Achei! – Terra, pega de trás de caixas se sapato uma caixa de madeira grande e quadrada. – São planetas – completa ela referindo-se aos círculos.

Terra alisa a tampa da caixa tirando a poeira que havia sobre ela. Ao abrir, não acreditam no que estão vendo, arregalam os olhos ao verem tanto dinheiro em um só lugar.

– Aqui tem muito dinheiro! – Marte pega alguns bolinhos e deixa que caiam de volta.

– Tem um bilhete... – Vênus pega um papel dobrado do meio dos bolos de dinheiro. – É dele. – Todos sabem de quem ele está falando.

– "Se vocês estão lendo isso é por que eu já não estou mais entre vocês, já que isso deve ser bem distante de até onde eu aguentei seguir" – engole seco – "Por muito tempo eu trabalhei com isso, sabia que seria mais inteligente guardar parte do dinheiro para quando as coisas ficassem ruins, e provavelmente esse momento é agora, usufruam do trabalho de vocês. Um grande abraço, Plutão. "

Lágrimas não cabiam a essa situação, embora lembrar da situação de Plutão não era nada agradável. Uma comemoração com direito a chuva de dinheiro é o que acontece naquele quarto. Finalmente um momento de prazer depois de tanto sofrimento. 

Dias depois lá estão eles, com destino a Europa e passaportes falsificados em mãos, embarcam rumo à uma nova vida, longe de todo o caos de uma vida suja, que agora, tornou-se apenas uma memória que jamais será esquecida.

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⏰ Última atualização: Nov 21, 2017 ⏰

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