Passados longos dois dias com o Sistema tocando suas vidas entre roubos e trabalhos comuns, o dia já começa com gritaria, o morro um caos, a polícia já começou a investigação, de barraco em barraco vasculham tudo, a notícia corre rápido e logo chega aos ouvidos de Terra, que rapidamente reúne o pessoal no Sol.
– Ouvi lá no bar que eles sabem quem estão procurando, acho que só uma questão de tempo até... – Vênus é interrompido por Marte – Até eles nos pegarem e nos jogarem atrás das grades!
O que Marte diz ainda era um choque, era estranho pensar que realmente as coisas estavam dando errado.
– E agora, o que fazemos? – Júpiter olha para Terra e assim como os outros anseia por uma resposta.
– Francamente? Eu não sei... – Terra estrala seus dedos em um gesto de nervosismo.
– Acho que só o que podemos fazer nesse momento é nos esconder – Cabisbaixo sugere Urano. Netuno sugere algo mais que isso – Nós precisamos também de mais códigos – Fala seguido de uma passada de olho por todos, depois levanta para buscar uma folha e uma caneta.
– O que exatamente você está querendo fazer? – Saturno se aproxima erguendo-se sobre os rascunhos de Netuno. Vênus faz o mesmo.
– Não podemos falar abertamente "A polícia chegou, escondam-se", então temos que ter um código para isso – Netuno olha para o irmão esperando que como de praxe que ele o ajude.
– E se... quando a polícia estiver invadindo o morro nós chamássemos eles de "Chuva de meteoros", afinal, eles vêm até nós e causam um estrago, não é? – Urano da sua melhor ideia.
– Gostei da ideia da "chuva de meteoros" – Terra simboliza aspas com seus dedos.
– Onde vamos nos esconder? – Marte pergunta.
– É, para onde vamos se alguma coisa der errado? – Complementa Vênus.
A pergunta de Vênus é respondida com barulhos de tiros disparados pela polícia. O Sistema se assusta.
– Não temos tempo para planejar, temos que ir agora – Apavorado diz Saturno.
A situação está ruim, cada vez mais próximos estão os gritos e ruídos. Plutão arrasta um armário que para eles até então servia para guardar papelada e chama-os com a mão. Ele não perde tempo e logo entra. Vênus vem logo depois dele, em seguida Terra e depois Marte, Júpiter e Saturno logo depois, e por último Urano e Netuno. Eles são guiados através de vielas para um barraco, que provavelmente é mais seguro do que o fundo de um bar conhecido por todos os moradores locais.
Entre os becos sobe a equipe da polícia, a frente deles um homem forte, Bruno, aparentemente novo para ser o líder de toda aquela gente. Próximo do Sol, começa a lembrar cada vez mais de sua infância que até seus 12 anos foi ali.
O Sistema escondido, apreensivos e com medo, começa a pensar em como vamos sair dali,
mas algo que estava dificultando era a falta de visibilidade, já que estavam vendo apenas as sombras dos policiais.
Mesmo o ambiente parecendo abandonado, uma pegada de lama direcionada para lá despertou o interesse de um dos polícias. Tenso, o Sistema tenta agachado sair pela porta dos fundos que entraram, mas acabam ficando cercados. Era possível ver por um buraco na janela que Bruno, o líder do grupo, estava vindo em direção ao barraco, Vênus ao ver rosto dele, fica completamente parado sem reação, Terra, curiosa para saber o motivo da atitude do filho, estica seu pescoço saindo pela porta do quarto o qual eles se escondiam na tentativa de ver o homem do lado de fora.
– Bruno!? – Sussurrando Terra reconhece o jovem – É você? – Marte coloca as mãos na cabeça desesperadamente, sem entender nada.
– Tia Lia? – O reconhecimento é recíproco, Bruno, o tal policial devolve o sussurro. Em seguida olha para o outro policial que estava entrando no local e despista-o – Aqui está tudo limpo. – Entra no cômodo em que o Sistema estava escondido e agacha-se soltando sua arma no chão. – Higor? –
Um abraço forte de Vênus responde. – Por onde você andou? – Vênus pergunta referindo-se a todo o tempo em que ele sumiu. Todos se aproximam do grande amigo que até estão estava desaparecido.
– Meu pai foi pego, a polícia levou ele, e para conseguir continuar solto tivemos que ir passar um tempo com minha avó, em Londrina, e longe de tudo isso. – Bruno a muito tempo queria fazer contato, mas não podia, qualquer ligação com a quadrilha a polícia saberia, e seria o fim para sua família e também para a eles.
– A gente sentiu sua falta cara. – Júpiter cumprimenta Bruno com um abraço rápido. Saturno faz o mesmo. – É, ele tem razão – Completa Urano.
– Então são vocês por trás de todos esses crimes!? Mas por que? Por que vocês continuaram fazendo isso? – Sem entender Bruno pergunta. Ele achava que depois que seu pai e ele saíram a quadrilha havia acabado.
– Não sabemos, foi tudo tão depressa, quando vimos já estávamos de volta, mas as coisas mudaram, agora... – Desconfortável Netuno tenta explicar, mas é interrompido por Bruno.
– Eu não posso – Bruno diz isso enquanto se afasta para trás esquivando de todos. Tudo era confuso para ele. – Minha vida é outra agora. – Bruno corre para fora longe.
– Espera! – grita Vênus. Bruno não reponde, sai correndo ainda desnorteado ainda processando tanta informação.
– Vem, temos que ir, consegui achar uma saída, podemos ir pela aquela janela ali. – Marte grita para Vênus, que vai apreensivo – O que acontecerá agora? Será que ele vai nos entregar? – Pergunta Marte que de longe prestava atenção na conversa. – Eu não sei, mas precisamos confiar nele. – Talvez isso não seja o bastante. – Marte retruca totalmente insegura sobre o futuro inserto deles. Terra guia o Sistema até o Sol e eles decidem por passar a noite juntos, é mais seguro.
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PLANETAS SÃO APENAS PLANETAS?
AksiUm sistema solar vivia com vidas secundárias, em cada turno tinham uma identidade diferente. Com essa "vida dupla" eles quase acabaram atrás das grades. Mas, será que planetas são apenas planetas?