Capítulo 3: Chuva de Meteoros

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Passados longos dois dias com o Sistema tocando suas vidas entre roubos e trabalhos comuns, o dia já começa com gritaria, o morro um caos, a polícia já começou a investigação, de barraco em barraco vasculham tudo, a notícia corre rápido e logo chega aos ouvidos de Terra, que rapidamente reúne o pessoal no Sol.

– Ouvi lá no bar que eles sabem quem estão procurando, acho que só uma questão de tempo até... – Vênus é interrompido por Marte – Até eles nos pegarem e nos jogarem atrás das grades!

O que Marte diz ainda era um choque, era estranho pensar que realmente as coisas estavam dando errado.

– E agora, o que fazemos? – Júpiter olha para Terra e assim como os outros anseia por uma resposta.

– Francamente? Eu não sei... – Terra estrala seus dedos em um gesto de nervosismo.

– Acho que só o que podemos fazer nesse momento é nos esconder – Cabisbaixo sugere Urano. Netuno sugere algo mais que isso – Nós precisamos também de mais códigos – Fala seguido de uma passada de olho por todos, depois levanta para buscar uma folha e uma caneta.

– O que exatamente você está querendo fazer? – Saturno se aproxima erguendo-se sobre os rascunhos de Netuno. Vênus faz o mesmo.

– Não podemos falar abertamente "A polícia chegou, escondam-se", então temos que ter um código para isso – Netuno olha para o irmão esperando que como de praxe que ele o ajude.

– E se... quando a polícia estiver invadindo o morro nós chamássemos eles de "Chuva de meteoros", afinal, eles vêm até nós e causam um estrago, não é? – Urano da sua melhor ideia.

– Gostei da ideia da "chuva de meteoros" – Terra simboliza aspas com seus dedos.

– Onde vamos nos esconder? – Marte pergunta.

– É, para onde vamos se alguma coisa der errado? – Complementa Vênus.

A pergunta de Vênus é respondida com barulhos de tiros disparados pela polícia. O Sistema se assusta.

– Não temos tempo para planejar, temos que ir agora – Apavorado diz Saturno.

A situação está ruim, cada vez mais próximos estão os gritos e ruídos. Plutão arrasta um armário que para eles até então servia para guardar papelada e chama-os com a mão. Ele não perde tempo e logo entra. Vênus vem logo depois dele, em seguida Terra e depois Marte, Júpiter e Saturno logo depois, e por último Urano e Netuno. Eles são guiados através de vielas para um barraco, que provavelmente é mais seguro do que o fundo de um bar conhecido por todos os moradores locais.

Entre os becos sobe a equipe da polícia, a frente deles um homem forte, Bruno, aparentemente novo para ser o líder de toda aquela gente. Próximo do Sol, começa a lembrar cada vez mais de sua infância que até seus 12 anos foi ali.

O Sistema escondido, apreensivos e com medo, começa a pensar em como vamos sair dali,

mas algo que estava dificultando era a falta de visibilidade, já que estavam vendo apenas as sombras dos policiais.

Mesmo o ambiente parecendo abandonado, uma pegada de lama direcionada para lá despertou o interesse de um dos polícias. Tenso, o Sistema tenta agachado sair pela porta dos fundos que entraram, mas acabam ficando cercados. Era possível ver por um buraco na janela que Bruno, o líder do grupo, estava vindo em direção ao barraco, Vênus ao ver rosto dele, fica completamente parado sem reação, Terra, curiosa para saber o motivo da atitude do filho, estica seu pescoço saindo pela porta do quarto o qual eles se escondiam na tentativa de ver o homem do lado de fora.

– Bruno!? – Sussurrando Terra reconhece o jovem – É você? – Marte coloca as mãos na cabeça desesperadamente, sem entender nada.

– Tia Lia? – O reconhecimento é recíproco, Bruno, o tal policial devolve o sussurro. Em seguida olha para o outro policial que estava entrando no local e despista-o – Aqui está tudo limpo. – Entra no cômodo em que o Sistema estava escondido e agacha-se soltando sua arma no chão. – Higor? –

Um abraço forte de Vênus responde. – Por onde você andou? – Vênus pergunta referindo-se a todo o tempo em que ele sumiu. Todos se aproximam do grande amigo que até estão estava desaparecido.

– Meu pai foi pego, a polícia levou ele, e para conseguir continuar solto tivemos que ir passar um tempo com minha avó, em Londrina, e longe de tudo isso. – Bruno a muito tempo queria fazer contato, mas não podia, qualquer ligação com a quadrilha a polícia saberia, e seria o fim para sua família e também para a eles.

– A gente sentiu sua falta cara. – Júpiter cumprimenta Bruno com um abraço rápido. Saturno faz o mesmo. – É, ele tem razão – Completa Urano.

– Então são vocês por trás de todos esses crimes!? Mas por que? Por que vocês continuaram fazendo isso? – Sem entender Bruno pergunta. Ele achava que depois que seu pai e ele saíram a quadrilha havia acabado.

– Não sabemos, foi tudo tão depressa, quando vimos já estávamos de volta, mas as coisas mudaram, agora... – Desconfortável Netuno tenta explicar, mas é interrompido por Bruno.

– Eu não posso – Bruno diz isso enquanto se afasta para trás esquivando de todos. Tudo era confuso para ele. – Minha vida é outra agora. – Bruno corre para fora longe.

– Espera! – grita Vênus. Bruno não reponde, sai correndo ainda desnorteado ainda processando tanta informação.

– Vem, temos que ir, consegui achar uma saída, podemos ir pela aquela janela ali. – Marte grita para Vênus, que vai apreensivo – O que acontecerá agora? Será que ele vai nos entregar? – Pergunta Marte que de longe prestava atenção na conversa. – Eu não sei, mas precisamos confiar nele. – Talvez isso não seja o bastante. – Marte retruca totalmente insegura sobre o futuro inserto deles. Terra guia o Sistema até o Sol e eles decidem por passar a noite juntos, é mais seguro. 

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