VI

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  Sim, eu ouço a merda que dizes.

  Apesar de parecer que não.

  Ouvi tudo: cada palavra, cada pausa e aquilo que ficou por dizer.

  Ouvi cada desespero e preocupação. Mas tu não me ouviste. Tu não procuraste ouvir ou saber de mim.

  Foste tu quem disse que era impossível  esquecer, no entanto foste o primeiro a fazê-lo. Ando atrás de ti à procura de uma sombra do que fomos. Não resta nada. Não somos nada.

  O pouco que tínhamos, não te chegava, mas era suficiente porque era preferível a não termos nada.

  


Sermões de um PeixeOnde histórias criam vida. Descubra agora