Capitulo 14

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Lolla

Entrei no quarto e encontrei o Lucas ardendo em febre, variando e repetindo sem parar "meu anjo", no começo achei que ele estava delirando, mas então cantou, mesmo que com dificuldade, um pedacinho da música que eu cantava pra ele.

Não sei se fico feliz por ele ter lembrado ou se fico triste. Agora ele sabe como fui boba cantando e conversando com uma pessoa que não podia responder.

Fico desesperada em ver a situação dele, não entendo, a cirurgia foi um sucesso, mas ele esta ardendo em febre. Acabei demorando um pouco para vir vê-lo, porquê estava passando algumas instruções a Nana, sobre a alimentação dele.

A ambulância chega e levamos Lucas às pressas para o hospital. Depois de vários exames, constou que ele esta com começo de pneumonia. Ainda não é nada grava, mas como ele esta com a imunidade um pouco baixa, por causa da cirurgia, o corpo dele reagiu de forma mais intensa.

Suspeito que ele já estava sentindo algo e não quis me dizer. Teimoso como é, não da o braço a torcer por nada, prefere morrer de dor do que confessar que esta mal.

Depois de examinado e medicado, ele é levado para o quarto. Como estou de licença do hospital, vou ficar como acompanhante dele.

Me sento na poltrona ao seu lado e fico observando seu sono, perdida dentro dos meus próprios pensamentos. Até que ponto sera que ele se lembra? Passei meses contando minha vida, cantando e pedindo a Deus por sua recuperação.

Anjo, meu anjo.

Foi assim que ele me chamou. O que sera que se passa em sua cabeça? E em que isso vai afetar nossa convivência a partir de agora?

Não vou negar, a pesar da arrogância e mau humor, Lucas é um homem lindo e bom. Me sinto fisicamente atraída por ele, mas também, quem não se sentiria? Alto, forte, bronzeado mesmo que não veja o sol já a algum tempo. Cabelo castanho e olhos castanho esverdeados hipnotizantes.

Mas isso, é só o físico, tem também a parte da conexão inexplicável que sinto sempre que nossos corpos encostam um no outro. Como agora, pego sua mão entrelaçando nossos dedos e lá esta o familiar formigamento.

-Por que você não me contou?

Me assusto ao ouvir sua voz. Seus dedos se entrelaçam nos meus também, olho pra cima e vejo a forma intensa como ele me olha. Algo diferente se agita em meu peito.

-Não tinha nada para contar. - respondo desviando o olhar.

-Como não?

-Você era só mais um paciente Lucas, eu só estava fazendo o meu trabalho.

Você sempre foi diferente...

Lucas solta minha mão e vira o rosto.

-Então você nunca sentiu o que eu sinto toda vez que nos tocamos?

-Eu... - não sei o que dizer, tenho medo do que ele possa pensar.

Lucas segura minha mão novamente e me encara com aqueles olhos lindos e hipnotizantes.

-Você não sente isso?

Sinto.

A eletricidade percorrendo todo meu corpo. Olho nossas mãos unidas, se encaixam tão perfeitamente. Novamente meu peito pulsa. Não adianta mentir, eu só vou estar enganando a mim mesma. Seu olhar esperançoso me deixa sem chão. Se for pra dar errado, que não seja por falta de tentar e se for pra dar certo, não terei arrependimentos.

-Sinto. - digo olhando dentro dos seus olhos.

-Eu me lembro agora, mesmo que sejam lembranças distantes. Você cantava pra mim e sempre conversava comigo. Eu tentava abrir os olhos pra ver meu anjo, mas meu corpo não respondia...

-Esta tudo bem.

Lucas coloca sua mão no meu rosto e fecho os olhos me aconchegando em seu carinho. É tão bom senti-lo aqui, presente comigo.

-Você é tão linda, meu anjo.

Abro os olhos e me inclino em sua direção, Lucas percorre a distancia que falta e nossos lábios se encontram. É um beijo casto na verdade, mais carregado de emoções. Seus lábios são doces e macios, sua língua pede passagem e eu cedo. Meu corpo todo se arrepia, acho que esse tempo todo, era isso que eu mais desejava.

Lucas encerra nosso beijo com um pouco de falta de ar, acabei me esquecendo da sua condição atual. Ele toma fôlego e sorri para mim.

-Você literalmente me tira o ar.

-Na verdade, sua pneumonia te tira o ar.

-Pneumonia?

-Sim, se você tivesse me dito antes o que estava sentindo, essa crise poderia ter sido evitada. - respondo olhando feio pra ele.

-Por favor, me diz que vamos embora pra casa. - me lança aquele olhar de menino pidão.

-Não, dessa vez você vai ficar bem quietinho aqui, até que eu tenha certeza que você esta bem para poder ir pra casa Parker.

-Eu fico, mais com uma condição.

-Qual? - pergunto desconfiada.

-Que você fique aqui comigo Evans.

-Eu não vou a lugar algum. - respondo sorrindo.

-Acho que eu preciso de outro beijo, pra sarar mais rápido.

-Todos que você quiser.

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Para todas que me ameaçaram se ele não se lembrasse, esta!
😂😂😂😂😂
Amanhã tem mais!
Beijokinhas no ❤.

Eu & Você (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora