Período I - Fim

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— Já disse que não vou treinar! – reclamou Aomine, assustando a garota à sua frente.

— Mas... o jogo contra a Seirin será amanhã! Se você for treinar ao menos o sincronismo e - – disse SN, mas se interrompeu ao ver a expressão furiosa do namorado.

— Se você me chamou para isso, então eu vou embora. – disse Aomine, pegando seu casaco e se adiantou para a porta de entrada da casa.

— Não! Espera! – exclamou SN, se levantando do sofá e o seguiu. – A Satsuki me disse que o Kuroko tem um novo trunfo. Talvez seja melhor treinarem só para não serem pegos de surpresa.

— Já chega! Você consegue ser mais insuportável do que a Satsuki! – exclamou Aomine, irritado e de costas para a namorada. – Eu não preciso disso! Você sabe! O único que pode me vencer sou eu mesmo!

— Isso é arrogância sua! – rebateu SN, indignada e chateada com as palavras do namorado. Aomine apenas estalou a língua no céu da boca e foi para a entrada da casa em busca de seu sapato. Não ficaria mais ali para passar raiva. – Seu orgulho ainda vai te derrubar.

— Que se dane! Eu já derrotei o Tetsu e aquela luz medíocre que ele arrumou. Não tenho problema algum em fazer isso de novo! – disse Aomine, se abaixou no degrau para calçar os sapatos. – Nem sei por que se importa, você nem sabe jogar basquete! Nunca se interessou! Fica com o seu handebol e não me atormente mais!

SN congelou no lugar, ela sabia que o namorado era teimoso, mas não esperava ser tratada daquele jeito. Estava triste diante da frieza nas palavras daquele que tanto amava. Aomine nunca filtrava o que falava, aquela não era a primeira vez que ele a tratava daquele jeito e isso a magoava. SN já estava cansada da insensibilidade de Aomine, ela sabia desde que o conheceu, que o rapaz tinha um temperamento difícil e já teve muitas discussões com seus pais pela arrogância dele. Ela tentou durante todos aqueles meses de namoro fazê-lo ao menos amenizar, tentou ajudar Satsuki a fazê-lo voltar aos treinos, mas nunca obteve sucesso, como agora.

Ele estava irredutível, sua concepção por sua invencibilidade o cegava. Aomine nunca admitiria que seria vencido, acreditava que havia chegado a um limite inalcançável e que ninguém o deixaria para trás.

E é claro que SN entendia de basquete. Handebol e Basquete tinham quase o mesmo princípio, apesar de terem suas diferenças. SN assisti aos jogos do time de basquete da Toou, quando não tinha os próprios para participar. Ela estava sendo tratada como leiga, sua inteligência estava sendo subestimada e isso a ofendeu, como em todas às vezes que tentava conversar sobre o esporte com o namorado.

Ainda havia o fato de poucas pessoas terem conhecimento de que estavam namorando. Aomine não contou para mais ninguém além da própria família e Satsuki que estavam juntos. Que adolescente não se vangloria de ter uma namorada? SN descobriu isso da pior forma quando um veterano do último ano a convidou para um encontro e teve que lidar com uma cena de ciúmes que Aomine protagonizou. Foi muito vergonhoso. Tudo se amontoou apenas para empurrar SN para ainda mais mágoa. Ela não aguentava mais.

Quando SN percebeu, já tinha lágrimas escorrendo por suas bochechas. Ela mordeu os lábios para conter um soluço enquanto assistia o namorado terminar de dar um laço no cadarço.

— Você se acha de mais. – constatou SN, se aproximando de Aomine.

Ela tentou esquecer o que ouviu do namorado, mas as ofensas se repetiam em sua cabeça como um mantra ruim, empurrando SN para ainda mais tristeza.

— Acredita ser invencível, não é? – ela acrescentou.

— Claro que sou. Até hoje não encontrei ninguém que me vencesse. – respondeu Aomine, percebendo SN atrás de si. Por um instante ele sentiu um arrepio nas costas, como se estivesse algo ruim para acontecer, uma sensação ruim, mas ignorou.

Preciso de você | Aomine DaikiOnde histórias criam vida. Descubra agora