Observar o canteiro de rosas da Senhorita Judith era mais um de meus hobbes. A tarde estava linda, o sol mais quente do que sempre foi e o ar, suave e gostoso. Meus olhos brilhavam ao ver as rosas brancas, as pétalas delicadas e recém formadas com o passar da primavera, estava fascinada.
Um tremor tomou conta do paraíso Onde eu me encontrava. Tornou a ventar de uma forma como nunca senti antes, a intensidade somente aumentava, tentei segurar - me no troco de uma árvore, porém, fui levada pelo vento e meus olhos se fecharam. De repente tudo desapareceu.
─── Louise querida, acorde. Por favor!Uma voz conhecida pronunciou tais palavras, um arrepio percorre minha espinha. Em meu corpo sinto o toque suave de mãos que certamente seriam da dona da voz que suplicava, meus olhos semicerrados tentam captar algo, esta visivelmente tudo ao meu redor turvo. Pude perceber que o silêncio tomou conta do lugar imensamente, tentei abrir minha boca pra pronunciar alguma das palavras que surgiam em minha mente mas era em vão. Todas as partes de meu corpo estavam imobilizadas de alguma forma, não conseguia me mexer, parecia que meus ossos estavam enferrujados como um cadeado velho.
─── Lou! - seus olhos brilham de alegria e gratidão ─── Você acordou! - suas palavras são proferidas com uma felicidade tão intensa e inovadora, aquela mulher parecia transmitir um sentimento tão puro: o amor.
Somente me dei conta quando estava sendo abraçada e recebia Beijos por toda as partes, a mulher usa um batom vermelho escuro que por milagre não fica estampado em minha pele tão branca. Tentei sorri em forma de agradecimento mas meus lábios estavam trêmulos e ressecados, porém, acho que não se importou muito com isso.
─── Louise, sou eu, sua meia irmã. - disse com os olhos arregalados e o cenho franzido. -
Franzi meus lábios e a testa, não sabia que tinha uma meia irmã e de onde ela surgiu? Cadê meus pais? Não estão aqui ao meu lado, supostamente estão fazendo compras para darem as boas vindas ao irmão de meu pai que chega de Nova Orleans. Novamente tentei abrir a boca e dessa vez me esforcei, engoli em seco e digo:
─── Onde estão? Cadê meus pais? Quero vê-los. - disse entre suspiros. -
De repente um olhar farto e triste se formou nos olhos da mulher em minha frente, suas mãos vêem de encontro com as minhas, um sorriso amarelo formou-se em seus lábios antes de falar.
─── Seus pais eles... - respirou fundo voltando a falar ─── Faleceram em 2010, seis do oito de dois mil e dez. - disse por fim com um semblante devastado. -
Naquele momento meus lábios estavam franzidos e trêmulos, minhas órbitas estavam inundadas, minhas bochechas vermelhas juntamente aos meus olhos. Meu rosto tornou-se pálido; me estômago deu um nó o que me fez querer vomitar. As lágrimas rolaram por todo o meu rosto, ouvir aquilo foi a pior coisa que já havia me acontecido, parte de mim se foi. Havia sete anos que haviam partido como eu não estava ciente, não pude me despedir, não pude sentir o beijo quente de minha mãe ou o Abraço fortemente carinho de meu pai, simplesmente não pude.
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Luz Na Escuridão
RomantiekDe repente sua vida desmorona em sua cabeça. De repente um acidente fatal mata toda sua família. De repente você se vê em uma situação no qual não pode fugir. O que fazer em meio essas hipóteses e fatos? Louise ve-se presa. Perder seus familiares...