Dois dias atrás..
A cada segundo que passava, pisava no acelerador e com a janela entre aberta o vento passeava pelos meus cabelos. A sensação fria da noite batia sobre minha pele quente, trazendo-me alegria e fazia com que eu suspirasse satisfeita
-Mais rápido Elli -Becky gritava eufórica e eu fiz o que ela pediu. Meu coração acelera e a adrenalina se espalha rapidamente pelas minhas veias.
O carro responde com um rangido alto e ao passar por uma curva um relinchar de pneus soa pela estrada deserta que não havia uma alma viva. Aperto o volante com mais força e estico meu braço aumentando o volume da música.
Vejo pelo canto do olho ela pegar um maço de cigarro, acendê-lo com um isqueiro e deposita em sua boca. Tragando de vez em quando, fazendo com que a fumaça se espalhasse e o cheiro tomasse minhas narinas.
-Quero um Becky -Meu vício fala por mim e vejo um pequeno sorriso brotar na lateral de seu rosto. A mesma abre o maço e pega um. Estendendo ele já aceso
Meus olhos brilham ao lembrar da sensação aliviadora que ele proporciona. Aperto-o contra meus lábios e solto a fumaça que vem de dentro de meus pulmões
Toda noite era isso. Eu, Becky, meu namorado Jonah e um maço de cigarro. Nos despedimos após "pegarmos emprestado" o carro que estava de olho, uma bela de uma BMW prata que esbanjava luxúria e potencia.
Amava correr com carros; tanto á sensação que sentia de liberdade até o sentimento que me corrói por ter roubado algo. Não que seja a primeira vez, mas desta vez não fiz por total livre arbitro. Tive o apoio de um par de olhos castanho e um rosto impecável para poder me convencer.
Por um segundo tiro minha atenção da estrada e vejo um fleche branco, que percebo estar perto demais. Perto ATÉ DEMAIS.
Freio impulsivamente e o carro range. Meu corpo salta para frente por estar sem cinto e acontece o mesmo com Becky. A encaro e vejo seu rosto todo corado de raiva. Suas sobrancelhas estão franzidas e juro que iria apanhar.
-MAS QUE MERDA ELLISH -Reclama num tom altíssimo e vejo um bocado de palavrão pela frente, porém ela foi interrompida por um barulho de sirene.
Trocamos olhares assustados e sem palavras já havíamos entendido. Polícia.
-Estamos fodidas Becky -Murmuro desesperada e a mesma balança a cabeça. Minha respiração fica descontrolada quando vejo a porta do carro ser aberta e um rapaz de uniforme sair do mesmo.
A cada passo que ele dava, meu coração acelerava. Até que ele finalmente chega até nós, se apoia na janela e retira seus óculos escuros.
Sério? tá de noite cara. -Penso e me mexo desconfortavel
-Vocês estão bem? -Indaga preocupado e divide sua atenção por nós duas, apenas assentimos -Vocês estavam correndo muito -Fala apertando seus olhos
-Desculpa policial, não irá se repetir -Respondo rapidamente e não consigo esconder o medo que se espalhava pela minha voz
-Documentos, por favor. - Pede e olho para Becky pedindo ajuda.
Porra, estávamos só com o documento do carro da dona(o). Pronto, adeus liberdade. Finjo estar procurando dentro de uma espécie de gaveta. Pego o documento que lá se encontrava e o entrego.
-Está no nome da minha mãe -Falo e vejo ele franzir os cenhos. Arregala os olhos de leve e pede para esperarmos dentro do carro, que iria pegar algo e daqui a pouco volta.
Ao ver ele se afastar solto o ar que nem percebi estar prendendo e me viro para Becky.
-O que vamos fazer? -Pergunto e ela dá de ombros
-Apenas, relaxe -Avisa simplesmente e reviro os olhos. Como ela poderia estar calma em uma situação dessas?
-Preciso que vocês saiam do veículo -Uma voz se origina atrás de mim e ao me virar, vejo o policial com o revólver na mão
Saímos do carro com as mãos levantadas e o rádio que estava em seu ombro diz para "levar as criminosas para a delegacia"
-Venham comigo. -Manda grosso e fazemos o que ele pediu
Todo o caminho ficávamos trocando olhares e percebi que Becky estava com medo. A garota corajosa que um dia existiu, desapareceu durante todo o caminho. Após alguns minutos vejo o grande local, janelas de vidros era o que prevalecia.
Estacionou o carro e saímos do mesmo, levando a gente para uma espécie de sala. Apenas com uma mesa dividindo duas cadeiras de metal. Me sento e vejo um homem de cabelos grisalhos com um sorriso acolhedor se aproximar. Se senta na minha frente e deposita seus braços na mesa .
-Para uma garota nova, você já fez muita coisa em mocinha -Fala um pouco surpreso e me fita.
-E quem é você para falar das coisas que faço? -Pergunto cerrando os punhos e franzo os cenhos
O mesmo solta uma risada nasal e volta a me encarar.
-Calma, ave Maria -Esbraveja com um sorriso e reviro os olhos -Estou aqui para ajudar.
Solto uma gargalhada irônica e me aproximo um pouco dele
-Vamos acabar logo com isso, sem papo furado. -Digo quase cuspindo as palavras e me mexo desconfortável na cadeira
-Primeiramente, você tem direito á uma ligação para parentes ou pessoas próximas. -Fala e é a primeira vez que um sorriso surge em meus lábios. Vou ter a chance de avisar ao Jonah.
-Posso fazer essa ligação agora? -Corto-o e ele assente, se levantado e pedindo para acompanhá-lo
Passamos por um longo corredor até chegar em outra sala com três orelhões. Ando até o mesmo e disco o número da minha salvação. Depois de alguns segundos ele atende
-Alô? -Pergunta com a voz sonolenta e nunca fiquei tão feliz na minha vida de ouvi-la
-Jonah, preciso da sua ajuda -Exclamo desesperada e ele pergunta o que foi. Explico o que aconteceu e ele suspira
-Não posso te ajudar nessa amor -Responde desdenhoso e meu coração se parte em mil pedaços. Do que ele está falando? -Você sabe que tenho uma ficha criminal já. Não posso correr esse risco por você
-COMO ASSIM JONATHAS? VOCÊ SÓ DEVE ESTAR DE BRINCADEIRA COM A MINHA CARA -Grito já chorando, soluços acompanhavam cada palavra.
-Se vire. -Diz simplesmente e ouço uma voz feminina chamando-o no fundo
-JONAH QUEM É ESSA? -Pergunto desesperada e ele ri, uma gargalhada sarcástica e cínica
-Tchau, "baby" -Responde e desliga.
-FILHO DA PUTA -Grito e bato com força o telefone no tranco
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EAEEEEEE, COMO CES TÃO?
Não se esqueçam de comentar e meter o dedo na estrelinhaaaaaaaa
bjãoooo
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Gangue Da Encrenca
Fiksi RemajaSem juízo. Algumas pessoas podem descrever Ellish desse jeito e pode ter certeza que terão razão. Sua vida era resumida em quatro coisas; Drogas, noitadas, baladas e bebida. Vodka pra ser mais exata, chegava á apagar de tanto ingerir tal coisa. PT...