Linda

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Era uma vez um lindo casal que amava comer chocolate e ir ao cinema e assistir filmes juntinhos. Era um casal de jovens bonitos e simpáticos que se amavam e estavam sempre felizes.

Só que não.

Isso é imaginação dessa sua cabeça idiota, Linda!

Até porque, o Erick sequer olharia para você. Então tira o cavalo da chuva!

E infelizmente essa é minha realidade.

Ele nunca vai olhar pra mim. Isso é um fato.
Nunca vai me olhar com aqueles olhos castanhos e dizer: você é linda. Nunca vai me notar. E nunca vou saber qual a sensação dos seus lábios nos meus.

Eu sei disso.

Então me afogo nas minhas poesias. Poesias essas que me ajudam em tudo. A poesia é minha amiga, companheira e confidente. Com ela posso expressar toda dor e tristeza que sinto por não poder ter quem eu quero.

Poesia é a arte de usar a beleza das palavras. Poesia é simplicidade. Poesia é complexidade. Poesia é beleza. Poesia é dor. Poesia é liberdade. Poesia é vida. Poesia é minha vida.

Na verdade não sei exatamente porque consigo escrever alguns versinhos simples. Não sei o que me faz encontrar facilidade em escrever. Só sei que escrevo, e que amo escrever.

A única pessoa que vê minhas poesias é Jasmine, minha melhor amiga.

-Mas Lin, presta atenção! Se você não me ensinar eu não vou passar no teste de amanhã!

Saio de meus devaneios e olho para ela.

-Desculpa, Jasmine.

- Estava pensando nele de novo?- Ela me olha com aquela cara de quem já tem certeza.

- Você sabe que sim. Na verdade não sei porque ando tão distraída esses dias...

- É o amor, Linda, o amor. Ele apronta dessas com a gente, minha avó dizia. - Ela diz e sorri.

- Obrigada Jasmine, por sempre me entender.

- É para isso que servem as amigas, cabrita mais Linda.

Sorrio por nossa intimidade. Cabrita é um jeito carinhoso que arrumou pra dizer comigo. Mas ela só me chama assim quando estamos sozinhas.

- Eu amo você, Catita.

Nos abraçamos e ficamos assim alguns minutos.

- Mas vamos voltar para a lição porque eu preciso aprender esse conteúdo do mal!

Caímos as duas na gargalhada.

Fizemos as atividades juntas e logo depois fomos lá para a cozinha lanchar.

- Ei, você não larga esse caderno nem pra comer?

Fuzilo ela com os olhos.

- Você sabe que são minhas poesias!

Ela pega o caderno e começa a ler.

-Jasmine, devolve!

Levanto para pegar e ela começa a correr pela casa com meu caderno.

- Deixa eu ler! Eu vou ler depois mesmo.

- Mas eu não gosto que leia antes de eu terminar!

Ela para e me olha.

- Linda, essa estrofe está perfeita!

Paro de tentar pegar o caderno.

- Como assim? - Fico curiosa.

Destino travessoOnde histórias criam vida. Descubra agora