Capítulo 17 - O Desfecho Do Ritual

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E com uma sensação de Missão Cumprida, despenquei do Décimo Sexto Colosso, sendo possuído por suas essências momentos antes de toar o chão, e com um sorriso no rosto, desmaiei. Porém... mesmo desacordado, eu podia ver...

As Terras Proibidas estavam sendo adentradas. Vários homens a cavalo atravessavam velozmente a Grande Ponte, em direção ao castelo. Não demorou muito até conseguirem entrar, com a porta sendo aberta a eles. O que parecia ser o líder, desceu de seu branco cavalo, e colocou sua máscara, segundos antes de entrar no salão da rampa.

Ao terminar de descer, e chegar ao poço, o aparente "líder" do grupo se surpreendeu ao ver o Santuário.

— Lorde Emon! – gritou um dos soldados do grupo.

Emon se virou, e viu os soldados observando o último ídolo restante, que começara a brilhar. Instantes depois, o brilho se converteu em um único ponto, e em segundos, a estátua se quebrou em vários pedaços. O último dos ídolos havia sido destruído.

— Não... – disse o lorde, em tom de descrença, e logo, tirou sua máscara, para observar a pessoa deitada sobre o templo. Se aproximou dela, seguido de seus soldados, parou em sua frente, e sem dizer nada, estendeu sua mão, e começou uma reza.

Enquanto isso acontecia, eu ainda estava adormecido, arremessado pela arena do último Colosso, onde todas as nuvens que cobriam o céu se abriram. Senti meu corpo levitar lentamente, e instantes depois, despenquei contra algo sólido, escutando o som de minha espada voando longe, sendo cravada contra o solo. Eu estava de volta ao Santuário da Adoração, provavelmente, havia descido do buraco de onde Dormin fala.

— Eu não acredito... – Lorde Emon se virou, surpreso, e disse, olhando para mim – Então era você o tempo todo... você tem alguma ideia do que fez?!

Enquanto me levantava, sentia meus olhos fervendo, não de raiva, mas pareciam estar anormais. Ao meu redor, surgiram várias Silhuetas negras, semelhantes às aquelas que apareciam quando derrotava cada Colosso, mas eram apenas cinco, assim como quando cheguei no Santuário pela primeira vez.

— Você não só roubou a Espada, e passou pela Terra Amaldiçoada... você também usou o Feitiço Proibido...! – Emon estendeu sua mão, fazendo dois de seus soldados andarem na direção do jovem, um deles carregando uma Espada, e o outro, uma Besta– Para ser reduzido à essa visão...

Depois de algum tempo, consegui me equilibrar nas duas pernas, e com bastante dificuldade, andei em direção dos soldados. Minha pele estava branca, cheia de manchas negras, assim como minha roupa. Podia sentir, também, o que pareciam ser dois chifres, que cresceram em minha cabeça.

Eu andava em direção dos soldados de Emon, enquanto tentava entender o que acontecia.

— Você só estava sendo usado.

Dormin...

— Erradiquem a origem do mal... – Emon fez com que o soldado das flechas direcionasse a Besta em direção de Wander – Veja... ele está possuído pelos mortos... apressem-se e faça!

Nesse momento, o soldado atirou uma flecha, acertando minha perna esquerda, fazendo-me cair, me contorcendo com a dor. Do local afetado, pude ver um sangue escorrendo, mas ele era bem diferente. Era um sangue bem mais escuro do que o normal.

— É melhor liberta-lo de sua miséria, do que existir amaldiçoado como ele é...

Nesse instante, pude ver outro soldado se aproximando, este que empunhava uma espada. Ele chegou perto de mim, e me olhou, caído no chão. Ele lentamente levantou a espada, mas eu não podia reagir, ainda sentindo as dores da flechada. Mesmo com a visão um pouco embaçada, vi que suas mãos tremiam, mas em um movimento preciso, o soldado ergueu a espada mais para cima, e com toda a força, cravou a espada no meu peito.

A Sombra dos Colossos(Shadow of The Colossus)Onde histórias criam vida. Descubra agora