Porque Destino?

Capítulo 6

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Escuto baixinho uma canção...
Vejo meio embasado uma luz alaranjada...
Uma fogueira...?

Pisco repetidamente até meus olhos se acostumarem com o ambiente e viro minha cabeça para o lado da canção

Uma senhora? O que estou fazendo aqui?

Fico quieta e vejo ela jogar algumas coisas na fogueira, fazendo com que ela os queime rapidamente

A chama fica azulada...
Esverdeada...
Vermelha...
E logo depois volta ao normal

Escuto um piado e uma ave sai das chamas da fogueira, a ave bate suas asas rapidamente antes de voar acima de nós e partir ...

Mas o que?

A senhora vem até mim com uma espécie de fruta e a parte ao meio derramando um suco em cima de mim

—Quanto tempo vai ficar enrolando Ashley?- fala a senhora e me assusto

—Quem é a senhora?

—Pode me chamar de Delaila -ela passa o suco no meu braço e vejo a ave vim dos céus,pousar ao meu lado e abrir suas asas longas e coloridas,eu sinto seu calor...um calor tão grande, me afasto um pouco com medo de me queimar e vejo que a ave se aproxima e passa o bico onde está uma ferida enorme no meu braço

A ferida se fecha e a senhora passa o suco, vejo que minhas veias vão aos poucos perdendo a cor preta e minhas forças vão voltando aos poucos

—O-O que aconteceu? -pergunto checando meus braços

—Não sou eu que tenho que responder isso...

—Como não? Eu acordo e é você que eu vejo, você deve saber o que aconteceu e...

—Quieta- ela pega uma areia de dentro de um pote feito de argila e joga no meu rosto, tusso e ela se levanta

—Po-De me dizer on-de estamos pelo menos?- limpo a areia do meu rosto

—Na floresta

—Isso da pra perceber,mas em que parte da floresta?-Me levanto e vou ao seu encontro

—Você deita, perguntas depois- ela aponta para onde estava deitada e segura um punhado de folhas

—Mas eu

—Deita- ela me bate com um cajado

—certo- vou emburrada e sento na cama de folhas

—Um espírito mal a machucou...você apareceu na minha porta com um homem que a deixou e foi embora-a ave se aproxima de mim e seu calor aumenta,recuo um pouco e deixo-a passar

—Homem? como ele se parecia?

—Com a noite e a escuridão

—Como assim?

—Por favor não pergunte mais

—...- fico em silêncio por alguns instantes —onde estamos?

—Pergunte a ave-olho para a ave que até então venho me esquivando para não me queimar

—Você quer que eu fale com um pássaro?

—Eu estou falando com alguém que se transforma em cachorro...-fico ofendida, mas não reclamo

—Certo...-olho para a ave e fico séria —Onde estamos?- a ave me olha, eu sinto sua intensidade... Como se fosse alguém...,escuto uma risada ao longe contida e logo depois uma gargalhada

—Você tentou mesmo falar com um pássaro? - vejo a loba da Suécia que estava grávida se aproximar e sentar ao meu lado

—Que? Pera... É mentira?- eu olho para a senhora e ela está com a mão na boca