Tudo Que Uma Garota Quer

1 Cápitulo

Estava no meu quarto quando meu celular tocou, sem olhar quem é atendo (desde que me mudei meu quarto é o lugar onde passo a maior parte do meu dia).

- Se esqueçeu de mim? - Ouço a voz inconfundível da Giovanna do outro lado da linha.

- Claro que não! Estou morrendo de saudades, mas porque você não me ligou antes!?

- Eu queria, mas você sabe que em todas as férias meu pai inventa de acampar, e segundo o manual de acampamento que ele mesmo criou é proibido levar qualquer tipo de aparelho eletrônico!

Começei a rir quando ela falou isso, o tio Toni (era assim que eu chamava ele) pai da Gi é realmente uma figura.

- E como foi? -Pergunto.

- Como sempre, todos em volta da fogueira, assando marshmallow, a mesma história de como eles se conheceram a vinte anos atrás! Mas não quero falar de mim, quero saber oque você tem feito de bom?

- Nada, - digo, desanimada.

- Como nada? Desde que chegou ai você não fez nada?! — Ela soa aborrecida do outro lado da linha.

- Não. - Quer dizer eu fiz muita coisa, tenho trabalhado muito em casa, para por tudo em ordem, finalmente terminamos, só faltam alguns detalhes.

  - Mas você não saiu para nenhum lugar!?

  - Não, - digo estendendo as palavras desanimada.

- Porque?

  - Primeiro eu não conheço a cidade e segundo eu não conheço a cidade! Como vou sair por aí, sendo que mal sei o caminho da minha casa?

  - Exatamente por essa razão que você deveria sair, como você vai conhecer o lugar se não se esforça para isso? — Ela diz e ouço ela suspirar. - Mas aí não tem nenhum lugar bacana? Para caminhar, sentar, ler um livro, apreciar a vista como diz meu pai.

Sorrio lembrando em como o tio Toni era ligado em sentir a natureza.

  - Conheço pouquíssimo aqui mas tem uma praça aqui perto de casa, onde muita gente frequenta, lá tem algumas coisas legais, aparelhos de ginásticas, pistas de skates, muita gente rodeia a praça fazendo caminhada ou andando de patins e também tem como sentar e apreciar a vista tio Toni aprovaria o lugar.

Gi solta uma risada.

  - Então! Porque você ainda não foi lá? Me parece ser um lugar bem legal e pensa só na quantidade de "gatinhos" que vai lá, UAU! Só de pensar me da falta de folêgo, se eu fosse você já teria ido lá há tempos.

  - Acontece que não sou você, e me conhecendo bem, sabe que eu não sairia da minha casa motivada a ver "gatinhos" em uma praça. Na verdade nem você, mal fui embora e a minha amiga foi substituída por outra!? - E outra acredito que eu vá encontrar lá velhinhos fazendo caminhada!

Ela bufa do outro lado da linha.

  - É eu te conheço bem o suficiente pra saber que você não vai a lugar nenhum pra olhar "gatinhos", mas não é isso que importa eu não posso deixar que passe os últimos dias de suas férias trancada em seu quarto, então por isso você vai pegar seus patins agora e ir até lá! Claro que você precisa deixar de ser careta e arranjar alguém para amar, mas a prioridade não é isso agora.

Tenho um crise de riso quando ela fala isso.

   - Giovana, eu tenho 15 anos e você também. - Digo quando finalmente consigo parar de rir.
- Desde quando você virou especialista em relacionamentos? Até onde sei sua situação não é muito diferente da minha. - Ah já sei você se tornou expert depois que assistimos aquele filme "Gatos, fios-dentais e amassos".