capítulo II

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Capítulo II

A luz do sol extremamente forte batendo em meu rosto me acordou. Levei alguns segundos para processar onde eu estava e o que tinha acontecido.

Ai, minha cabeça! Quanto eu bebi ontem ?

olhei em volta com os olhos serrados, a luz do sol fazendo minha cabeça latejar ainda mais. Ah!  Meu sofá. Minha sala. Meu apartamento.

Fiquei deitado por mais um tempinho tentando, sem sucesso, fazer desaparecer a sensação horrível em meu estômago. Ainda estava com as mesmas roupas na noite passada — porém, sem sapatos. Sentei-me lentamente sentindo que talvez minha cabeça pudesse explodir milhares e milhares de pedaços. Fui até a cozinha e tomei dois grandes e cheios copos de água e um analgésico — talvez isso limpasse meu organismo e diminuísse o barulho dentro da minha cabeça.

Deixei a água quente do meu super chuveiro cair em meu rosto, enquanto a memória da noite anterior enchia minha cabeça latejante. Evidentemente, a comemoração — da qual o Tae não tinha ideia do que fosse, ainda, mas que comemorou com muito entusiasmo mesmo assim — tinha saído do controle. Eu, claramente, tinha exagerado um pouco. Um pouco demais! Mas não era todo dia que seu melhor amigo resolve ser o namorido de alguém, exatamente na mesma noite em que seu celular se afoga numa privada totalmente imunda.

Necessito comprar outro. URGENTE! O que um garoto podia fazer sem seu celular ?

Fechei o registro do chuveiro e fui me vestir. Dei uma rápida olhada pela janela do quarto e aquela manhã de fevereiro parecia agradavelmente quente. Vesti umas roupas leves — Uma regata branca, bermuda jeans e meu amado/antigo allstar vermelho.

Dei uma última olhada no espelho, que agora mostrava uma imagem bem melhor que a de quando acordei — meu rosto não tinha mais um tom esverdeado — e passei as mãos no meu cabelo para arrumar melhor, não havia muito que se fazer a esse respeito, meu cabelo tinha vida própria, não importava o que eu fizesse com ele. Há muito havia desistido da briga.

Peguei minha mochila e tomei mais um copo de água antes de sair de casa, ainda não era seguro comer. Esperava encontrar meu novo celular rapidamente. Daria um trabalhão colocar todos os meus dados e arquivos nele, já que não pude enfiar minha mão na privada e resgatar pelo menos o cartão de memória do meu falecido aparelho.

Constatei, assim que sai do meu prédio, que o dia estava realmente agradável, o sol estava quente e confortável e uma brisa suave trazia o perfume das flores da pequena praça próxima ao meu prédio. Um leve aroma de comida no ar fez meu estômago se agitar um pouco, mas a náusea estava ficando suportável.

Passei pela praça e notei com estranheza, que havia poucas pessoas ali. Normalmente, sempre ficava cheia de ciclistas e pessoas fazendo suas corridas, famílias com seus filhos correndo na grama e até cachorros levando seus donos para um passeio matinal. Naquela manhã, porém, estava quase deserta. Talvez por que já estivesse perto da hora do almoço, pensei.

Entrei na primeira loja e fui direto para o balcão dos celulares. Estranhamente, a loja também estava vazia, apenas uma vendedora ali sem cliente algum. Será que era feriado ou coisa assim e eu não estava sabendo?

Deixei o assunto de lado assim que olhei para a vitrine do balcão. Ah! Tantos modelos, tantas funções e ferramentas, tantas possibilidades ao meu alcance — desde que parcelasse no cartão de crédito, claro. Sentia-me como uma criança numa loja de brinquedos.

A vendedora, a única ali, se aproximou com um sorriso no rosto delicado.

— Procurando por algum modelo em especial, querido?— ela perguntou com sua voz suave.

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