Fresh

Capítulo 4

Hui não era de acreditar em sorte ou azar, mas tinha que admitir que o mundo as vezes girava a seu favor.

Após os momentos que preferia não lembrar no beco, Hui despertara com tontura e desorientado e pensou sobre o que faria. Certo de que não poderia voltar para casa, concluiu que iria apenas pegar o dinheiro escondido e sair do país o mais rápido possível.

Ele riu ao imaginar como Han ChaeWon e os outros homens deviam ter se sentido quando chegaram no endereço que estava marcado naquele papel em seu bolso. Hui daria de tudo para poder ver a expressão deles ao encontrar o velho depósito da falida fábrica de brinquedos.

Mas se preocuparia primeiro em como chegar até ele, mais especificamente em como chegar no dinheiro, já que estava sem carro e ironicamente sem dinheiro.

Enquanto se recuperava da dor, pensou em como arranjaria um carro para que chegasse no real local do dinheiro, já que havia perdido o seu e estava, ironicamente, sem dinheiro nenhum.

Uma idéia surgiu juntamente com um sorriso em seus lábios.

Se levantou, arrumou sua roupa que até então estava amassada e embolada e caminhou até um de seus lugares favoritos, uma pequena boate que costumava frequentar quando seu irmão ainda estava vivo.

Após entrar discretamente no local se misturou na multidão que dançava em um ritmo batido e intenso. Seu nariz coçava devido ao forte cheiro de suor, drogas e álcool misturados, mas tentou apenas ignorar.

Ainda no meio da multidão avistou seu alvo e desabotoou os três primeiros botões de sua camisa, deixando uma pequena parte de seu peitoral a mostra, e caminhou em sua direção, não sem antes virar um copo de alguma bebida aleatória com um sabor extremamente amargo.

- Pela grana - Sussurrou para si mesmo e pôs seu plano em ação.

Hui se aproximou do balcão, onde havia duas mulheres conversando e rindo, e se escorou entre as duas, segurando um ombro de cada. As mulheres, após se recuperarem do pequeno susto fecharam a expressão e o empurraram.

- E aí, garotas? Não parecem estar se divertindo, o que há de errado? - Falando de modo enrolado Hui fingiu estar bêbado e se aproximou novamente, já mirando seu objetivo.

Ao se virarem para empurrar o homem para longe de si não perceberam o que ele fizera. Hui esticou discretamente o braço em direção ao balcão e pegou de forma ainda mais discreta a chave de carro ali presente.

- Saia! Eu tenho namorado e ele já vem para te tirar daqui! - A mulher gritava raivosa, e Hui fingiu não escutar, virando de costas e caminhando em direção a saída, podendo ainda ouvir a última sentença da moça - Aish, seu pervertido!

...

Alguns minutos depois Hui chegou ao estacionamento da boate, que pelo preço abusivo não se encontrava muito cheio.

Pegou a chave que estava em seu bolso e a examinou tentando achar algum detalhe que lhe indicasse qual era o carro e falhou.

Suspirando decidiu que iria fazer do modo tradicional, testaria todos.Caminhou até a fila de carros da direita, onde havia vários modelos diferentes.

Após uma série de fracassos Hui já não estava mais tão orgulhoso de seu brilhante plano, concluindo que deveria apenas ter roubado um carro qualquer na rua ao invés de ter complicado tanto.

Mas, se fosse assim qual teria sido a graça?

Prestes a desistir Hui decidiu que só tentaria em mais um carro, se não desse certo faria outro plano e a vida seguiria.

Olhou para a última fileira de carros que restava para testar, e usando a intuição escolheu um deles.

Se recostou no carro branco e olhou discretamente em volta procurando alguém, não vendo nada pegou a chave do bolso e enfiou na porta do carro, quase dando um grito quando a mesma se encaixou perfeitamente na abertura.

Abriu a porta rapidamente e se jogou dentro com um enorme sorriso no rosto. Botou a chave na ignição e girou, dando vida à máquina, logo deu ré e seguiu para fora do estacionamento com seu rumo certo.

Agora sim o mundo estava girando a seu favor.

[652 palavras]

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Espero que tenham gostado! S2
안녕!