Capítulo 4

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Acordei um pouco mais feliz, afinal conversar comigo mesmo me fez erguer a cabeça. Eu ainda sinto a dor da rejeição - não só eu mas Caleb também - tomei um banho demorado de espuma, e assim que sai coloquei uma roupa casual (foto na mídia) e fui preparar meu café da manhã. Fiz um café simples de torradas com geleia e um suco de laranja, antes de sair passei no quarto de mamãe que estava dormindo, dei-lhe um beijo na testa e a cobri direito com o lençol. Quando eu abri a porta Caleb se preparava para tocar a campainha.
- O que você quer aqui? - Disse um pouco rude.
-Eu... Será que podemos conversar?
- Eu já estou de saída.
-Por favor, por cinco minutos. - Revirei os olhos.
-Cinco minutos. - Falei. - Entra. - Caleb entrou e foi direto para sala, estou sendo rude porque ele era a última pessoa quem eu queria ver. - Pode dizer.
-Eu vim aqui pedir desculpas. - Ele começou. - Meu pai explicou tudo ontem e me mostrou o diário que meu tio tinha. - Não falei nada para que ele pudesse continuar. - Eu não sabia que meu tio tinha esse lado, e quando comecei a ler aquele diário eu fiquei perplexo com o que estava escrito.
- Por que você acha que eu nunca falei nada quando você me provocava ou me menosprezava? Eu sabia que você tinha uma boa memória do seu tio com ele sendo atencioso e amoroso como a maioria dos tios que existem.
- Se você tivesse me dito antes teria sido diferente Madison.
-Se eu te falasse antes, você acreditaria em mim? Porque no mínimo que me pediria para que eu provasse.
- Eu não sei, provavelmente sim.
-Provavelmente?! - Sorri irônica. - Você não acreditaria Caleb, você jamais ia pensar que seu tio iria fazer uma coisa dessas.
-Madison eu...
-Sabe de uma coisa Caleb. - Eu o interrompi. - Eu fiquei feliz por ter sido a sua companheira, eu pensei que poderia contar o que houve naquele dia e assim a gente pudesse ficar juntos como amigos e companheiros de alma, mas nem por um segundo você pensou em mim e acabou me rejeitando como se eu não fosse nada.
- Me perdoe Mad. - Ele veio rápido e me abraçou, um leve choque percorreu meu corpo mas eu o empurrei para longe de mim.
- Não me toque, pra você é Madison. Eu jamais irei te aceitar novamente, mas espero que um dia você ache alguém para amar de verdade, agora saia. - Abri a porta de casa. - Tenho muita coisa a fazer e você está me atrapalhando.
Antes de sair Caleb parou na porta e deu uma última olhada em mim e depois foi embora. Fechei a porta e respirei fundo para não chorar, fui pegar a minha bolsa quando mamãe apareceu.
-Você fez bem minha filha. - Ela veio me dar um abraço. - Eu pensei que você iria atacar ele.
- Não mãe, o tempo todo eu pensei que é melhor ser superior. - Sorri. - Bom, Dona Linda eu tenho que sair.
- Aonde você vai?
-Shopping. - Sorri. - E quando chegar mãe, precisamos conversar.
- Tudo bem. - Ela sorriu.
Peguei o meu capacete e fui até o shopping, me encontrei com Amy e ficamos o dia inteiro fazendo compras. O mais importante eu já comprei: uma mala. Como estou de moto pedi a Amy para que levasse algumas coisas pra mim no seu carro, inclusive a mala.
Já tinham se passado das sete da noite quando cheguei em casa, ajudei Amy com várias sacolas de roupas e eu peguei minha mala, mamãe saiu do escritório para ver o alvoroço todo que estávamos fazendo.
- Mas o que está acontecendo aqui?
-Shopping e roupas mãe. - Disse sorrindo.
-Espero que tenham trazido algo para mim se não ficarei muito brava.
-Calma tia. - Disse Amy, ela sempre chamou minha mãe de tia, Amy é como se fosse da família e minha mãe sente isso também. - Trouxemos várias coisas pra você.
Amy e eu entregamos umas seis sacolas para minha mãe e o resto era meu e da Amy.
-E o que significa aquilo ali? - Perguntou apontando para a minha mala.
-Essa mala é minha. - Falei. - E é sobre isso que quero falar com você mãe. - Minha mãe fez uma cara nada boa. - Eu decidi que quero morar sozinha.
- O que!!? - Disse mamãe surpresa.
- Estou querendo me mudar mãe.
-Você está brincando comigo Madison? Se for não tem graça.
-Eu não estou brincando mãe. - Disse séria. - Não quero mais ficar aqui.
- Eu não vou aceitar em hipótese alguma. De onde você tirou isso?
- Mãe eu não quero ficar aqui, eu conversei com Amy e ela também quer a mesma coisa. - Minha mãe olhou feio para Amy. - Me deixe ir mãe. - Disse mais atenciosamente. - Esse não é mais o meu lugar e eu sinto isso.
- Não!! - Mamãe disse alto. - Eu não posso deixar você partir. - As lágrimas se formavam no rosto da minha mãe.
-Por favor mãe. - Fui até ela e peguei em sua mão a encarando. - Será melhor pra mim e a senhora sabe disso. Amy vai estar comigo então eu não estarei sozinha. - Ela olhou bem nos meus olhos e me abraçou forte e eu fiz o mesmo.
- Quero que me ligue duas vezes por semana. - Olhei para ela sorridente.
-Pode deixar. Eu estarei aqui quando Emilly voltar.
- Mas é pra estar mesmo. - Falou mamãe. - E tem mais uma coisa. - Ela foi até o escritório,  e nesse momento Amy e eu nos abraçamos de felicidade, quando ela voltou ela me entregou um molho de chave. - É a chave do apartamento em que eu e seu tínhamos antes de eu ficar grávida de você. - Ela alternou o olhar entre mim e Amy. - Ele é um pouco pequeno, mas acho que dá para vocês duas ficarem se acomodarem bem.
- Obrigada mãe. - Eu a abracei e Amy não ficou de fora.

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