C A P I T U L O 5
E L O I S E M A R C O L I N
Não posso e nem quero acreditar no que estou a ponto de fazer. Estou neste preciso momento, sentada numa sala de aula — particamente vazia — com o telemóvel numa mão e na outra tenho um pequeno pedaço de papel com o número de Ian escrito. Aquele homem é totalmente fora do...normal. Lembro como se fosse hoje, a forma educada com que pediu um pedaço de folha do bloco e uma caneta ao empregado para somente escrever o seu número telefónico na parte dá frente e na parte de trás a hora que deveria ligar para confirmar a minha presença.Só que Ian não sabe de uma parte muito significante para mim. Ninguém manda em mim, retirando os meus pais, mas mesmo assim ninguém manda fazer nada. Sou eu que tenho que decidir as coisas por mim e não os outros. Eu entendi perfeitamente o tom da sua voz quando passou o papel para a minha mão. Pena que ele não me conhece perfeitamente. Sinto tanta pena que estou a pensar em deixar sem resposta, já que se passaram particamente 50 minutos da hora marcada a caneta preta, bem visível nas costas do pedaço de papel.
Olho pela última vez para o pedaço papel e troço os lábios que rapidamente formam um sorriso maldoso. Guardo o telemóvel juntamente com o número de telemóvel dentro da Lady Dior. Arrasto a cadeira para trás e levanto-me. Pego na mala e nos livros para me retirar antes que me fechem aqui dentro.
Enquanto caminho pelo corredor que dá a porta principal da University of Miami, consigo sentir os meus lábios rasgarem-se a cada passo que dou. Simplesmente não consigo conter a felicidade que inunda o meu corpo, é tão estranho e surreal ao mesmo tempo, mas estou adorar. Faz-me sentir viva e...rebelde.
Fora da Universidade, lanço um olhar atento ao parque de estacionamento á procura do meu carro, rapidamente o encontro na segunda fila entre um Audi A4 e um Mercedes-AMG C43 Coupe .Nunca tive mais do que 5 minutos a procura do meu Land Rover, porque o mesmo é grande e vistoso que dá para ver a quilómetros de distância.
Ao aproximar-me das traseiras do carro deito a mão para dentro da mala para retirar as chaves do mesmo. Carrego no botão que tem uma pequena bagageira desenhada e espero que a própria abra para enfiar os livros de designer na mesma. Feito, fecho a bagageira e carrego no botão que tem um desenho de um pequeno carro de portas abertas. Abro a porta do motorista e ocupo o lugar, antes de por a mala no banco do passageiro noto que há um Sticky note laranja colado na ponta do vidro.
— Quem foi o engraçadinho que pôs está merda!
Irritada com a brincadeira desagradável, abro a porta e salto do banco para fora do carro. Empurro a porta para trás e a ouço a fechar, avanço até ao outro lado do carro e retiro num puxão o autocolante ridículo. Antes de machuca-lo e acertar num caixote de lixo bem perto do meu carro, apercebo que a uma mensagem.
Olá Sweetie!
Tombo a cabeça para o lado e estalo a língua mantendo os olhos fixo no pequeno papel colorido. Sweetie. Que cumprimento tão bonito para deixar no vidro da frente do carro. Deixou-me sem palavras. Nunca em meus vinte anos recebi um bilhete tão... tão ridículo como este.
Esmago o papel com força na minha mão ao mesmo tempo que esmago os meus lábios grosso um contra um outro deixando com que os dentes perfurem por dentro a pele dos mesmos. Encho o peito de ar e olho para os lados querendo encontrar o engraçadinho que deixou o bilhete e estragou a minha felicidade.
Sem encontrar rastos de ninguém no parque de estacionamento, amachuco ainda mais as palavras escritas no papel colorido e num pé giro o meu corpo para trás que rapidamente embate num poste rijo que se pois na minha frente sem o meu consentimento.

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EM CHAMAS
RomanceNa primeira vez que o vi, a compartilhar o mesmo espaço que eu senti um ar pesado e... perigoso a envolver aquele homem. Era impossível não ficar intimidada com a sua presença forte no meio do clube. O meu pai, sendo o homem mais intimidador a face...