Capitulo I - Amor Vs. ideais

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Sven Drakoon era apenas uma criança quando vira aquela guerra começar, e agora que finalmente completara dezesseis anos e entrara no exército como substituto de seu pai ele tinha mais que certesa de que acabaria com isso com suas próprias mãos.
Naquela manhã estava especialmente frio, aquele seria seu primeiro dia como um oficial do exercito e ele fora designado para uma área segura dentro das fronteiras do império, para comandar Aushuitz II um dos maiores campos de extermínio e um dos mais seguros também.
Ele vestiu seu uniforme e se olhou no espelho por um momento para ter certesa de que estava impecável: O cabelo loiro liso quase todo arrumado para trás e alinhado perfeitamente com exessão a franja longa que insistia em sair do chapéu e cair sobre seu olho esquerdo levemente bloqueando a vista e impedindo que pudesse ver a diferença de coloração entre seus olhos, o direito, azul-claro em um tom que remetia perfeitamente o céu da Alemanha em dias ensolarados, já o esquerdo, em um tom estranho de vermelho quase vinho que poderia muito bem ser confundido com sangue. Ajeitou a gola do uniforme mais uma vez, dobrou as mangas para que não cobrissem suas mãos, ajeitou o chapéu duas ou três veses antes de se dar por satisfeito e pegar seu rifle e sair para conferir seu novo "trabalho".
Sven se dirigiu imediatamente á sessão do campo onde Mendel, um sientista responsável por experimentos com humanos, o estava esperando juntamnte com três meninas que não deveriam ter mais de quinze anos. Sven bateu a porta e entrou sem esperar que Mendel o convidasse para entrar, já puxando uma cadeira solta por ali e se apoiando contra o rifle com uma pose séria.

- Por quê me chamou?
- Para alguém tão jóvem sua presença é extraordinária jovem líder... Muito bem, de qual delas você gosta mais? - Mendel disse em uma voz de piada, apontando para as meninas que estavam contra a parede do laboratório.
- A do meio parece bonita, por quê?
- Você a quer?
- Por quê?
- As três são impróprias, uma luta demais e tem a boca suja, a outra está com uma doença esquisita e tem ataques psicóticos e a ultima é submissa demais, eu vou mandar as outras para o banho.
- E qual é a que eu escolhi?
- A última, submissa, acho que vai gostar dela, ela adora agradar e vai fazer qualquer coisa que você pedir.
- Sério? Então se eu a mandasse se matar...
- "Faria com praser se você pudesse sorrir para mim uma última vez meu mestre" Parece até uma robô... É esquisita...
- Soa bem - Sven disse, levantando da cadeira e empunhando seu rifle antes de começar a gritar com a menina no meio - Você! Rápido, vem aqui vadia!
- Sim senhor. - A menina respondeu, indo rápidamente até Sven ficando a apenas um passo dele e abaixando sua cabeça em reverência. - Em que posso ajudar? - Ela disse, a voz baixa e completamente submissa a ele.
- ... Eu gostei disso... Chegue mais perto, eu quero um beijo.

A menina suavemente deu mais um passo a frente encostando seu corpo contra o de Sven e se pondo em um ângulo em que ele pudesse beijá-la, o que ele rápidamente fez segurando-a pela cintura de leve para que ficassem na mesma altura sem que ela ficasse na ponta dos pés. Ele a pôs no chão assim que sentiu que era sulficiente para um primeiro beijo e a afastou rapidamente fazendo-a ficar ao seu lado.

- Ahem...
- Ela precisa de um banho.
- Tem um chuveiro na parte de trás do laboratório se quizer...
- Não, vou lavá-la na minha casa, quero que ela seja minha empregada.
- Fique á vontade.

Sven pegou a mão da menina e a levou para fora do campo até sua casa, não queria esperar para testar seu novo brinquedo nem sequer por um unico minuto. Ele a levou para o banheiro de sua casa e tirou dela o pijama listrado sujo de lama e pó deixando-a nua antes de pedir que ela preparasse um banho para os dois e começar a tirar seu uniforme.

- Há quanto tempo não toma um banho direito?
- ... Não me lembro de tomar algum banho dês de que cheguei...
- Bem, deixe-me lavar você então e depois vamos te arranjar algo para comer, eu não quero que meu novo brinquedo quebre tão cedo.
- ... Obrigada...
- O banho já está pronto?
- Quase.
- Apresse-se.
- Sim senhor.

A menina terminou de preparar a banheira rápidamente  e assim que desligou a torneira sentiu os braços de Sven rodearem seu corpo frágil e a colocar na banheira com cuidado antes de juntar-se a ela e passar suas mãos sobre o corpo dela que deixou um pequeno suspiro escapar.

- ... Isso é bom... Desculpe...
- Está tudo bem, relaxe por enquanto, se limpe, vou pegar uma coisa na gaveta.
- Sim senhor.

Sven saiu da banheira e se secou com cuidado antes de abrir a primeira gaveta perto da banheira, pegar uma esponja de banho e uma embalagem metálica que deixou ao lado da banheira e a seu alcance antes de voltar a entrar na banheira novamente.

- Qual seu nome?
- Não tenho um...
- Hmmm... E se eu te chamar de... Walay?
- Como quiser meu mestre.
- Eu realmente gosto disso... Bem, Walay, venha cá eu quero lavar você.
- Sim senhor.

Sven puxou Walay mais para perto, pegou a esponja que já estava molhada com sabão e a passou com cuidado sobre o corpo da menina esfregando-a mais em alguns lugares em que julgava nessessario  antes de tirá-la da banheira e ajudá-la a se secar enquanto a levava até seu quarto, até sua cama.

- Espere aqui, vou trazer algumas roupas para você.
- ... Meu mestre?...
- Sim?
- Eu... Posso experimentar alguma roupa sua?...
- ... Por quê?...
- ... Elas... Elas são bonitas...
- ... Sinta-se á vontade, só não vista meu uniforme.
- Obrigada.
- Eu voltarei em algumas horas, não saia do quarto antes de se vestir com alguma coisa tá bem?
- Sim senhor.

Sven se vestiu rápidamente e foi até o mercado, mas antes fez questão de alertar os outros soldados sobre a presença da menina na casa e as suas intenções com ela para que não a machucassem.
Ele passou por algumas lojas e comprou alguns vestidos que lhe agradavam e tinham tamanho o sulficiente  para caber no corpinho frágil e magro da menina, teria que fortalece-la pelo menos um pouco mais antes de fazer o que queria com aquela criança.
Logo que ele chegou em casa, Sven encontrou Walay sentada na soleira da porta, vestida com as roupas dele que estavam bem largas e um chapéu que ele sequer lembrava que tinha, vê-la daquele jeito fez com que ele desse uma pequena risada antes de encostar no ombro dela de leve.

- Vestiu mesmo minhas roupas huh?... Vem, vamos te vestir com algo aproriado para o almoço.
- Sim senhor

Walay seguiu Sven até o quarto dele com um sorriso inocente, ele a levou até o banheiro e mostrou a ela um dos vestidos, ajudando-a a despir-se e vestir o novo vestido antes de dar uma boa olhada nela, o cabelo curto no comprimento dos ombros e negro como ébano ainda molhado por causa do banho e os olhos verde-claros como esmeraldas brilhantes quase a faziam parecer uma boneca de porcelana, mas essa ilusão se desfazia rápidamente ao olhar o corpo dela, extremamente magra e perceptívelmente mais baixa do que deveria ser, a menina tremia o tempo quase todo e tentava controlar os espasmos que seu corpo criava para ter certesa de que ainda estava viva, era difícil vê-la daquele jeito, principalmente com aquele belo vestido que a fazia parecer ainda mais uma princesa.
Sven a fez sentar em uma pequena poltrona e pegou uma escova que estava sobre a mesa, logo começando a escovar os cabelos de Walay com cuidado.

- M... Mestre, não precisa fazer isso...
- Mas eu quero fazer, finja que é uma boneca e fique paradinha, preciso que esteja bonita como uma bonequinha quando eu lhe apresentar aos outros oficiais.
- Sim senhor...
- Eu comprei um pouco de maquiagem também, você sabe usar?
- Mais ou menos...
- Tudo bem, eu te ajudo, fique quietinha para mim.
- Sim senhor.

Sven terminou de arrumar o cabelo de Walay e puxou uma sacola de papel, tirando de dentro dela uma caixa de metal decorada com borboletas coloridas, ele abriu a caixa revelando algumas maquiagens simples mas muito bonitas, escolheu um batom vermelho, uma sombra rosa com gliter dourado e um blush clarinho que ele supôs que combinaria com o tom da pele dela e depois de algumas tentativas e algumas horas, finalmente Sven ficou satisfeito com como Walay se parecia.

- Pronto, você quer ver?
- ... Quero...
- Só um minutinho, vou ver um espelho para você...

Sven pegou um espelho prata que estava alí perto e o pôs ao contrário nas mãos da menina fazendo-a virá-lo devagar para que ela pudesse se ver.

- O que acha?
- ... Esta... Sou eu?...
- Bem, é um espelho então acho que sim... Você é um tanto esquisita sabia?
- Está tão diferente... Pareço... Pareço mesmo uma boneca...
- Está feliz?
- Muito...

Sven levantou-se da cama e pegou seu rifle com cuidado antes de voltar a sentar na cama e desmontá-lo limpando o cano com cuidado.

- ... Meu mestre?...
- Sim?
- ... Posso lhe perguntar algo?
- Claro, o que é?
- ... Os seus olhos, eles... Eles são de verdade?...
- Está curiosa por que eles tem cores diferentes? Sim, são de verdade, mas... - Ele olhou em volta como se fosse contar um grande segredo do qual ninguém deveria ficar sabendo - O vermelho guarda algo especial que fui proibido de usar... Você quer ver?
- P... Posso?...
- Chegue mais perto, vou mostrar a você.
- S... Sim senhor...

Sven pôs o rifle de lado por um momento e puxou Walay para seu colo antes de ajeitar sua franja para trás para que ela pudesse ver seus olhos claramente. Ela aproximou seu rosto do dele esperando ver algo diferente, mas derrepente sentiu a mão de Sven passar em volta de seu pescoço e puxá-la para perto até que seus lábios se encontrassem e rápidamente afastá-la pondo a franja no lugar novamente com uma risada boba.

- Achou mesmo que eu tinha um olho mágico ou só queria um beijo? Pfff, quantos anos você tem?
- ... Eu faço quatorze anos hoje...
- ... Você...? ... D... Desculpe, eu tinha certesa que você era mais velha... E... Eu não quiz te deixar desconfortável... - Ele disse logo parando de rir e adotando um tom infantil um pouco mais suave.
- Está tudo bem, Você é meu mestre, deve me tratar como lhe fizer sentir melhor...
- ... Sua auto-estima não é muito alta não é?... Eu me chamo Sven, pode me chamar por meu nome tá bem? Vamos, já está quase na hora do almoço e você deve estar com fome...
- Tá bem...

Logo Sven e Walay estavam sentados na ponta de uma grande mesa cercados por outos oficiais do exército, todos com os olhares atentos nos dois.

- ... Então... Vamos começar logo?...
- Quem é a garota?
- Minha boneca? Ela me faz companhia á partir de agora, não é linda?
- ... Boneca?...
- É, ela não tem nome então a chamo como quero, não é Walay?
- Verdade
- Que esquisito...
- Pequena, quer que eu sirva você? A mesa é muito grande, tenho certesa que não vai conseguir alcançar e deve estar faminta...
- Um pouco... Mas pode deixar, eu alcanço...
- Por favor me deixe fazer isso para você tá bem? Está tudo bem bonequinha  eu cuido disso.
- ... Tá... M-- Sven... Posso ficar no seu colo?...
- É claro bonequinha, vem cá...

Sven pegou a mão de Walay e a puxou para seu colo com toda a delicadesa que conseguiu manifestar e puxou um prato que uma das empregadas tinha posto na mesa mais para perto dela logo pegando um pouco da comida e a pondo delicadamente na boca dela que rápidamente mastigou e engoliu a comida.

- Está boa?
- Está... Eu posso comer sozinha...
- Não, tudo bem, você ainda está muito fraca e eu faço questão de cuidar de você bonequinha, agora por favor relaxe e me deixe te ajudar tá bem?
- Gregory amaria essa cena... Que bonitinho...
- Cale a boca! Deixa o rapaz aproveitar a primeira paixão dele e pare de citar o pai morto!
- ... Morto?...
- Não contou a ela?
- Não é algo que ela precisa saber...
- ... Seu pai está morto?...
- Desaparecido em combate... Sim, ele está...
- Ah Deus... Isso é tão triste... Desculpe, vou me calar agora...

A sala ficou completamente em silêncio depois disso, Sven abraçou Walay com cuidado e sorriu ao perceber que ela estava olhando para ele como se quisesse muito dizer que estava tudo bem mas ao mesmo tempo não quisesse mentir para ela. O peito dos dois doía de uma forma terrível com um sentimento que não sabiam explicar muito bem, apenas sabiam que aquilo doía demais para ser ignorado. Walay se moveu com cuidado e beijou Sven como se pedisse desculpas a ele por causar tudo aquilo o que ele respondeu com um pequeno sorriso antes de por mais uma porção de comida na boca dela delicadamente indicando que deveriam ficar quietos á partir daquele momento.
Assim que o almoço terminou eles escovaram os dentes e foram para o jardim de inverno da casa, uma estufa de vidro que mais parecia um grande palácio coberto por flores que qualquer outra coisa, Sven tinha construido um balanço grande no galho de uma das árvores alguns anos atrás ainda em seu tempo de criança e pela primeira vez aquilo estava sendo útil, ele ajudou Walay a subir no balanço e sentou-se com cuidado ao lado dela antes de passar seu braço sobre o ombro dela fazendo-a apoiar sua cabeça em seu ombro.

- ... Tudo bem bonequinha? Está com uma carinha triste...
- ... Você sentiu aquilo também?... Uma... Uma dor muito forte aqui? - Ela disse em voz baixa, apoiando sua mão sobre o peito dele delicadamente.
- Senti... Você também?...
- Sim...
- ... Sabe, aquilo não foi tão ruim na verdade... Você acha que isso seja por quê nós estamos ficando mais próximos?... Eu não sei bem explicar...
- Talvez seja... Eu não quero que sinta isso denovo se for algo ruim... Estou triste por que quero que esteja bem...
- Não precisa ficar triste bonequinha, já passou, não faça essa carinha...
- Tá bem... Só por você...
- ... Está com vontade de chorar?... Sua voz está tão frágil...
- ... Estou...
- Tudo bem, vem cá, deixe-me abraçar você...

Sven segurou a cintura de Walay com cuidado e a puxou para o colo dele devagar fazendo-a apoiar sua cabeça em seu ombro e acariciando a nuca dela delicadamente enquanto a ouvia chorar.

- ... Walay...
- ... Desculpe... Acho que estraguei a maquiagem... - Ela se esforçou para dizer entre soluços.
- ... Eu amo você de qualquer jeito bonequinha... - Ele sussurou para sí mesmo mais que por qualquer outra coisa - ... Você não precisa de nenhuma dessas coisas bobas para me ter por perto...

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