Por quê?

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Capitulo 12

Aos olhos de Paola

Gratidão, carinho, amor, afeto, afinidade, apego, respeito, admiração

Essas são as palavras que veem a minha cabeça sempre que penso em Ana Paula Padrão. Afinal, o que ela significava pra mim?

Ana é para mim um refúgio. Uma lembrança de que tudo pode dar certo. Uma nota de que dá para ser feliz independente do que aconteça. Parece que quanto mais conheço ela, mais eu aprendo e mais eu sinto.

Com todos os anos que já vivi, sempre tive dificuldade em encontrar pessoas em que posso confiar e me apegar. Não é mentira quando todos dizem que o ser humano é uma máquina de destruir. Posso confirmar, pois já tive várias experiências, umas piores que as outras, e por causa disso, deixei de acreditar que existam pessoas que não são egoístas e que só pensam em si mesmas. E mesmo com esse pensamento, veio alguém e bateu diretamente em minha face, me mostrando que esse pensamento era uma mentira e que nem todos são assim. Existem pessoas que são amorosas, afetuosas e carinhosas com qualquer um a sua volta, independente de quem seja. Que só de olhar conseguimos sentir o brilho que sai delas. E uma dessas, posso dizer que é Ana Paula de Vasconcelos Padrão.

Domingo de manhã

Já estava acordada, mas me recusava a sair daquela cama tão cedo, como todos os dias não aproveitava aquele lugarzinho maravilhoso, domingo era o dia de aproveitar. Fico naquela preguiça da manhã deitada, ignorando o relógio que marcava 9:00. Alguns minutos depois ouço a porta ser aberta e um par de pezinhos descalços andam até a cama, subindo e sinto mãozinhas começando um carinho em meu rosto e amaciando meus cabelos. Aproveito aquela sensação enquanto fingia que estava dormindo.

-Você tá fingindo, mamá! - a criança fala alto me fazendo começar a rir. Estico meu braço no mesmo segundo e a puxo para um abraço.

-Bom dia, mi cariño. - falo e dou um beijo no topo da cabeça da criança enquanto ainda a abraçava mas logo depois ela se afasta, ficando ajoelhada e me olhando.

-Mamá, quiero saber da surpresa de hoje. - Fran diz com os olhinhos piscando para mim e um sorriso cheio de expectativa no rosto.

-Se é uma surpresa, não posso falar. Você logo irá descobrir, criança. - digo ainda com a cabeça encostada no travesseiro e me espreguiçando.

-Mas quando? - ela tomba a cabeça para poder pensar.

-Daqui a pouco. Antes vamos tomar um café, okay? - me sento na cama e então me levanto.

-Vamos! - a pequena diz pulando na cama e então pega em minha mão, me puxando para fora do quarto, indo até a cozinha.

-Podemos fazer panquecas? - Fran diz já abrindo a geladeira.

-Podemos sim. De quê? - vou até a geladeira e começo a pegar as coisas necessárias.

-De goiabada com queijo. Mas eu que vou fazer pra você, mamá! - a criança sai alegre buscando um banco e puxando até em frente à pia, subindo nele logo depois.

-Posso te ajudar pelo menos? - coloco as coisas em cima da pia e pego o liquidificador que ficava em uma das prateleiras.

-Pode! Eu não lembro da receita, mamá. - dou risada quando ela afirma aquilo.

-Então vou te ajudar a lembrar. - começo a fazer brincadeira de adivinhação com a pequena que sempre comemorava quando acertava. Aos poucos fomos preparando a panqueca e logo já estávamos comendo na mesa. Francesca me ajudou a arrumar a cozinha e depois subimos para nos trocarmos. Ela já sabia que iríamos pular na piscina, mas não sabia que Ana viria para cá. Já fazia muito tempo que elas não se viam, então eu sabia que a Fran enlouqueceria na hora que visse Ana.

Will always have love (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora