Capítulo 5

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Laura

Eu queria jogar esse cara pela janela do quarto! Quem ele pensa que é, pra destruir minhas coisas? Eu nunca fiz nada pra ele!

Merda, eu conheci esse cretino hoje!

Com a foto na mão, corri até um lugar afastado dos dormitórios. Sentei na grama macia em uma sombra, fechei os olhos e desabei em lágrimas.

Parei de chorar quando percebi que estava anoitecendo e eu teria que ir para a merda daquele quarto, tomar banho e ir para o jantar. Sequei meu rosto com as costas das mãos e levantei. Cambaleei um pouco, mas consegui ficar de pé.

Quando virei para trás, um pouco mais afastado, estava Peter, sentado na grama e olhando pra mim. Fui até ele.

- Me explica! Por quê perdeu o seu tempo fazendo isso? Cara, se não gosta de mim, fôda se! Se não gosta, me esquece e para de se intrometer! Meus pais morreram há dois dias e isso é um dos motivos de eu estar aqui, então não faça nada com a pessoa até saber o que se passa na vida dela!

Gritei e chorei. Saí de perto dele. Ele não disse nada como resposta, só escutou e ficou lá, sentado. Já eu, fui para o quarto com a intenção de esquecer tudo isso.

Coloquei um short jeans, uma blusinha e passei um pouco de corretivo nas olheiras que estavam fundas.

Peter estava na cama ao lado mexendo no celular, mas nem olhava na minha cara! É um covarde mesmo!

Fui até o quarto 123, da Camila e do David, e eles me puxaram para o jantar.

- Não sei qual vai ser o cardápio de hoje, mas espero que seja bom. A comida daqui é fantástica. - a Camila dizia animada.

- Cadê o Peter, Laura? - o David perguntou.

- Vou saber? - menti.

- Esquece o Peter. Ele encontra a gente lá. Vamos. - Camila garantiu.

Entramos no local cheio. Muitos alunos de 14 à 17anos estavam sentados nas mesas, ou estavam em filas pegando seus respectivos jantares. Haviam professores e funcionários também. Algumas pessoas me olhavam sorrindo, outras com caretas e outras só olhavam.

O cardápio era massa. Lasanha e macarrão de muitos tipos. Estava muito bom.

- O Peter não apareceu. - o David comentou, enquanto saboreávamos nosso jantar.

- Ele estava triste quando você saiu, Laura? - Camila perguntou levantando as sobrancelhas.

- Não. Acho que ele está passando mal, sabe. O banheiro estava fedendo quando saí. - brinquei, mas fingi ser verdade.

- Nossa! Depois vamos lá ver ele.

A diretora passou por mim enquanto voltávamos para a ala dos estudantes.

- Como está, Srta. Watson?

- Estou bem, obrigada. A comida é deliciosa. - garanti. Ela sorriu.

- Que bom que gostou. Seu uniforme já está no quarto.

- Obrigada.

Chegamos no quarto e Peter não estava lá.

- Onde o garoto está? - perguntei.

- Na sala de cinema. - David respondeu.

Opa. Sala de cinema? Amei isso.

E ele estava mesmo lá. Assistindo Netflix. Não tinha mais ninguém. A sala era literalmente do tamanho de um cinema.

- Ei, Peter! - David chamou.

- Você perdeu o jantar. Só lamento. - Camila lamentou.

Não entrei lá. Eles foram e eu voltei pro quarto. Não queria encarar Peter. Não queria me meter com ele.

O uniforme era composto por calsa Legg preta, uma camisa branca, escrita com o nome do internato. Internato Scross, Califórnia. Caiu bem em mim. Tinha também um moletom por conta do frio.

Guardei as peças, escovei os dentes, coloquei o despertador para despertar e fui dormir, disposta e até feliz.

1. Destinados para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora