Capítulo 3

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Decido faltar a escola, não estava disposta para ir aquele lugar, por mais que Lucas e Helena tenha me animado o suficiente ainda estava mexida com aquilo, e as vezes pegava Helena me lançando um olhar contido de pena, odiava que me olhassem assim.

- Vai ficar o dia inteiro ai menina, deitada com esses fones? - Judi aparece na porta do meu quarto

- Vou. Quer me fazer companhia? - Pergunto a olhando que bate na própria testa

- Estou em horário de trabalho minha menina - Diz mexendo nos meus cabelos e reviro os olhos

- Sabe muito bem que é mais que uma empregada aqui Judi, meu pai deixou isso bem claro para a senhorita - Me sento na cama e Judi suspira

- Sei minha menina, mais sua mãe não aprova essa ideia e não irei causar problemas com isso - Bufo

- Rose não sabe o que diz, ela é uma cobra - Dou de ombros

- Olha como fala dela menina, ela pode ser tudo isso, mas não deixa de ser sua mãe - Judi me lança um olhar desaprovador

- Não a considero, pra mim mãe e quem cuida, e diante desse fato minha mãe e você - Vejo os olhos de Judi cheios de lagrimas. - Ah não, não invente de chorar judi, só disse verdades - Digo enxugando uma lágrima que caiu em sua bochecha

- Você é tão preciosa minha menina, queria que Rose enxergasse isso - Diz me olhando admirada

- Não sou nada Judi, você que me atura - Digo arrancando uma risada de Judi

- E um prazer imenso te aturar, minha menina - Beija minha testa e saí

Judith sempre foi tão prestativa, fazendo o papel da minha mãe sempre que podia, me dando o amor maternal que nunca tive, a agradeço tanto por isso.

- Posso entrar? - Meu pai diz com a cabeça na fresta da porta

- Pode - Digo me virando para ele

Ele estava tão relaxado, com sua gravata afrouxada e a blusa branca social amassada.

- Bom... Deve estar estranhando eu estar aqui já que minhas visitas não são frequentes - Diz suspirando e sentando ao meu lado. - Não quero falar sobre imagem ou sobre a empresa, quero falar sobre ontem - me mecho desconfortável

- Não ligo para as palavras de Rose, não venha me lembrar delas - Engulo em seco

- Não vim te criticar Alana, sei que nunca fui um pai presente, por mais que me esforcei pra ser nunca consegui e me arrependo profundamente disso, mas já esta feito e não posso te culpar de ter ressentimento de mim ou de sua mãe, Rose foi além dos limites despejando aquelas palavras em cima de você, ela só queria que você... Só queria que você deixasse essa postura de menina rebelde - Poderia estar enganada, mas os olhos dele estavam brilhando em lágrimas

- Esse é o problema pai, eu sou o que sou, jamais largarei essa postura por que é o que eu sou... O que eu me tornei, e eu só queria que vocês me entendessem, sei que o que eu faço não é certo, cigarro, álcool. Nada disso é certo, mas eu sou quebrada papai, sinto muito por não ser a garotinha perfeita que você esperava, mas eu não posso, não mais - Digo e ele me abraça com toda sua força

Sinto suas lágrimas na minha blusa velha e presumo que ele sinta as minhas na blusa social amassada, ele nunca foi um homem mal, só era sério demais, com marcas do passado, ele me entendia por que passou pelo mesmo.

- Desculpe, desculpe por ter me afastado, desculpe não ter visto que precisava de mim, desculpe não ter sido um bom pai - Diz segurando meu rosto e posso sentir as lagrimas ganhando força.

Girl Of DoubtsOnde histórias criam vida. Descubra agora