Capítulo 9

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Helena

Estava no jantar com a minha família e como sempre, ninguém pronunciava uma sequer palavra, mostrando o quão são vazios e desinteressados. Meu irmão de apenas 7 anos brincava com sua comida no prato, ele tinha sorte de não entender o que estava acontecendo para aquele silêncio vir a tona. Mas eu sabia bem. Uma traição. Não deveríamos esperar menos vindo de papai, a um ano minha mãe descobriu que meu pai a traia com a secretária, foi um choque mas decidiram não se separar, para manter a "imagem", mamãe não fez escândalo o que facilitou, meu pai deu dinheiro suficiente para a garota sumir. Patético.

Meu irmão naquela noite ficou totalmente imerso da gritaria, ninguém fez questão de explicar para ele, ninguém sabia como. As cenas daquela noite sempre se refugiavam na minha mente no jantar, antes daquilo tudo eramos felizes, meu pai era presente e minha mãe sempre tinha um sorriso, hoje em dia meu pai não para mais em casa, e os sorrisos da minha mãe a maioria eram falsos e sem vida.

- Coma, querido - Minha mãe diz para meu irmão.

- Não quero mais comer - Corre para seu quarto e eu suspiro.

- Até quando vão continuar destruindo nossa família assim? Acabou, aceitem e acabem logo com isso - Digo e contínuo a comer sem olha - los.

- Deveria achar um homem em vez de ficar se metendo na vida amorosa dos outros - Meu pai diz grosso e me pergunto onde o homem que me chamava de princesinha havia parado .

- Não fale assim com sua própria filha - Minha mãe o olha dura.

- Eu deveria a mimar igual você faz? Por favor Amélia, não seja ridícula, deixe que a crianção de Amélia cuido. E ela já vai fazer 17 anos, não acha que precisa desencalhar logo? - Debocha.

- Igual ela não deveria se Meter na sua vida amorosa você também não deveria se Meter na dela - Rebate irritada.

- Isso e jeito de falar comigo? - Papai diz incrédulo.

Sorrio somente para minha mãe que devolve o sorriso em um pedido de desculpas, saio da mesa sem olhar para meu pai e logo começaram as gritarias, com o tempo eu tinha me acostumado. Toda noite era a mesma coisa. A mesma gritaria.

Heitor entra no meu quarto e sorrio o chamando para debaixo da coberta e ele se aconchega nos meus braços. Meu irmão sempre foi uma criança doce, gentil, e depois do caos que se instalou em casa ele começou a mostrar isso a poucas pessoas, isso o afetou mais do que deveria.

- Um dia vai acabar Lena? - pergunta e vejo sua voz embargada.

- Eu espero que sim meu amor - O aperto mais nos meus braços.

E assim dormimos, cada um pensando em quanto tempo falta pra tudo aquilo chegar ao fim.

Acordo e vejo que Heitor não estava mais na minha cama. Faço minhas higienes e Desço a escada indo para cozinha. Fico surpresa ao ver minha mãe preparando o café da manhã com a ajuda de Heitor, ela nunca se dava ao trabalho de cozinhar depois do que aconteceu, na verdade ela não se dava ao trabalho de nada.

- Parece que alguém chegou bem na hora - mamãe sorri e eu Sorrio de volta.

- O que trás a famosa socialite Amélia a fazer o café da manhã? - Pergunto me sentando na mesa.

- Saudade dos velhos tempos - Suspira pesadamente.

- Onde está papai?

- Viajou a trabalho - responde sem me olhar.

Nós duas sabíamos bem o que ele fazia nessas viagens a trabalho, minha mãe não se importava mais com isso, mas isso não era vida pra ela, não com ele.

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⏰ Última atualização: Jan 02, 2018 ⏰

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