Om?
Para muitos esse foi o princípio, a origem do universo, diferente do Caos na tradição que nos domina. É o som primordial do universo, de quando surge toda a criação, é uma ideia belíssima. Porém, a vida que nos cerca começa com um som bem diferente. A casca do ovo estrala ao se quebrar, a criança chora ao nascer, mas que som faz a fantasia ao rasgar? Despe-me e descubra.
Para poder se reconstruir, precisamos entender quem somos, de onde viemos e como. Nossas origens sempre serão parte de nosso caminho. As experiências nos marcam profundamente e serão sempre carregadas em nossa personalidade. Para mudar, não devemos esquecer, isso não é possível. Nossos valores estão enraizados tão a fundo que o que precisamos é ressignificar, olhar para trás para vermos nossa história com uma nova perspectiva.
A vida, terra do desencontro, começa com a união de dois gametas. Essa binariedade nos persegue, principalmente quem não se enquadra no padrão. Esse padrão diz que é preciso duas pessoas para sustentar uma vida. Ainda que essa união seja eterna ou efêmera, dure uma vida ou não mais que uma bebedeira. Segundo o modelo a Família só começa aí, mãe e pai devem estar lá, te fazer crescer, Se amargurar com seu choro e rir com a sua alegria, viver os momentos bons e os ruins, sempre os dois, sempre em dois.
Quanta força um indivíduo precisa fazer para romper com essa dicotomia? Se quero ser feliz sozinho ou com um outro qualquer que venha a escolher, seja em Marte, Vênus, Plutão outra pedra qualquer, tive que escolher diferente nessa encruzilhada. Quero viver no cinza, não no da melancolia, nem no da incerteza, mas no da segurança de saber que superei a infância espiritual de acreditar que há bem e mal.
Sabendo que não há sonhos indignos ou desejos nojentos, essa é minha escolha. Portanto, me desculpe se você não me reconhecer ao final, mas essa pessoa que te segurou a mão vai de mão em mão passar para um outro lugar.
Recrie-se, olhe para frente e também para trás, faça essa experiência. Em 50 dias retomarei as lembranças e em 50 descobrirei o novo, fechando assim o ciclo.
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100 dias para mudar uma vida
NonfiksiPor vezes sentimos a necessidade de nos recriarmos. Para isso precisamos olhar para frente, mas também para trás. 50 lembranças e 50 novidades para encerrar um ciclo.