letter by mistake | evak

0.2

Fui acordado por um maldito feixe de luz que invadiu o meu quarto logo cedo, realmente a natureza está fazendo seu trabalho de mãe e não quer ver nenhum filho na cama o dia inteiro, me virei para um lado depois para o outro, tirei o travesseiro, puxei para mais perto do meu corpo o cobertor, mas nada adiantava não conseguia cair no sono novamente, peguei o celular para checar as horas e já passava da uma da tarde.Minha cabeça doía e eu estava me esforçando a tentar lembrar o que aconteceu na noite passada.

Me levantei e fui em direção ao banheiro, o quarto estava uma bagunça total como sempre, mas não é como se isso importasse pra mim, apenas para o meu pai porque qualquer coisa vindo de mim o incomodava, só tentei tirar as coisas do caminho para que pudesse andar, até que encontro uma blusa manchada com tinta neon verde.

Neon? Neon? O que isso me lembra?

Ah não, aquela festa.

Quando finalmente criei forças e uma enorme coragem para falar com o Isak e estavamos tendo uma conversa que ia caminhando até que bem a polícia chega e entra na festa estragando a nossa conversa. No momento em que reparei o loiro havia sumido e já não se encontrava ao meu lado. As bebidas realmente me tiraram do sério. Os policiais começaram a pedir a identificação de todo mundo então fugi, porque ainda sou menor de idade e eu estaria metido em uma grande encrenca se descobrissem que tinha ingerido bebida alcoólica.

Havia uma mesa atrás de mim com alguns copos esquecidos, e eu não queria sair do lado do Isak para pegar mais bebidas porque ele poderia sair dali como ele fez mais tarde, então simplesmente me virei e tomei daqueles copos, era um sabor mais bizarro que o outro e com certeza toda essa mistura não me fez nada bem. Droga. Pelo menos eu lhe entreguei a carta, mas aqueles olhos verdes escuro que estranhamente no fundo tinham um toque de escuridão como uma tempestade despertaram alguma coisa jamais sentida ou vista dentro de mim.

Isak Valtersen, por que tenho a sensação que você ainda vai virar a minha vida de ponta cabeça em algum momento?

Desapontado talvez seja uma palavra boa para definir o meu estado mental e emocional agora, mas eu tinha de seguir em frente com isso, já fiz a minha parte.

Escovei os dentes e desci para a cozinha, quando entrei no cômodo meu pai estava lá concentrado preparando um pequeno almoço com peixe grelhado e salada, e eu ainda iria tomar café da manhã.

"Bom dia" Digo sem animação mas só para ele perceber que eu estava aqui.

"Bom dia Even, dormiu bem?"

"Acho que sim, tirando o fato que a claridade entrou no meu quarto então sim" Falo enquanto pego a torradeira e alguns pães para o meu café ou almoço, provavelmente eu não teria disposição para almoçar mais tarde então fiz logo duas refeições em uma, não estava afim de comer um prato cheio de comida tão cedo.

"Vi que você voltou tarde, estava boa a diversão ontem?" Ele me questiona com um tom de desafio misturado com curiosidade, como quem quisesse saber aonde eu passei boa parte da noite mas preparado para dar um sermão caso a resposta fosse o que ele não queria ouvir.

"Sim, obrigado por perguntar, só perdi a noção do tempo" Pego minhas torradas e saio da cozinha indo para a sala.

"Que bom, mas por favor Even não esqueça que segunda-feira é o seu dia de me ajudar na empresa e se você tiver um tempo livre eu fiz uma lista de mercado e deixei uma quantia suficiente aqui junto com o papel no balcão. Obrigado" Seu tom de voz alto para que eu conseguisse escutar da sala me dizia que eu deveria ir de qualquer maneira ao mercado mesmo se eu não tivesse tempo.

"Tá bom, não esquecerei"

•

Chego na escola não atrasado felizmente e aqui vou eu e mais uma semana em que não farei nada de interessante nessa minha vida inútil de só gastar oxigênio desse planeta. Primeira aula logo de exatas. Que morte lenta e dolorosa.

Mais algumas lições e um trabalho gigantesco são adicionados a minha lista de tarefas não começadas e longe de serem finalizadas. A aula acaba e saio mais aliviado por lembrar que a próxima seria de geografia, uma matéria que me mostra que eu posso ser péssimo em tudo mesmo nela. Thomas, Petter e Erik estavam muito exaltados xingando o professor de química, não dou a mínima pois estou preocupado pensando que terei que ajudar meu pai hoje.

Sigo no sentido da sala de geografia, atravessando vários corredores cheio de alunos devido a troca de aulas e no momento que menos espero e penso que tinha esquecido, Isak está em frente ao seu armário e quando percebe a minha presença vem caminhando calmamente na minha direção.Mas que diabos !?

"Oi" Um sorriso tímido mas sincero se forma nos seus lábios.

"Olá" Minha voz sai como quem estivesse surpreso e realmente eu estava com a sua presença ali.

"Me desculpa ter te deixado sozinho na festa na sexta, minha mãe estava louca me ligando e eu tive que sair"

"Não sem problemas Isak"

Eu realmente o chamei pelo seu nome pela primeira vez?

"Mas se você quiser a gente pode continuar a se falar, aqui, me passa o seu número" Ele me dá seu celular já na tela de criar um novo contato.

"Ah claro, a gente nem conseguiu conversar muito na festa" Respondo enquanto digito meu número no seu celular e depois lhe devolvo.

"Obrigado, me desculpe de novo mas agora tenho que ir, o sinal já bateu e eu não posso perder essa aula, a gente se vê ou eu te chamo também" Sua fala vai se distanciando conforme ele deixa o corredor e eu nem tenho muito tempo para lhe responder.

"Até" Uma sensação boa toma conta de mim depois dessa nossa pequena conversa.

"Quem era Even?" Erik me questiona quando ele e o restante dos garotos chegam ao corredor.

"Um amigo só" Quando me dou conta estou sorrindo e feliz por causa desse amigo.

De repente penso que o trabalho depois da escola não poderia ser tão ruim a final e aquela semana não estava perdida.

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gente provavelmente eu irei demorar para atualizar de novo e postar o próximo capítulo porque eu peguei três livros da biblioteca um maior que o outro e tenho que terminar todos pra devolver, e ainda tem as séries pra colocar em dia af preguiça séries mas enfim um dia eu volto
-beijão-