Capítulo V

17 4 2
                                    

Joana

No dia seguinte, já recebi outra carta do James. Que correio rápido!
Antes de ir para a escola, juntei novamente minha família:

- Ele disse: "Agradeço sua resposta e estou de acordo com seus termos. Hoje,  meus voluntários, Naveen e Thomas Villale, te procurarão. Podemos conversar após suas aulas e desejaria levá-la para tomar um café comigo mesmo assim, se for do seu querer. Suponho que guardou meu telefone, então sem mais. James."

- Quer que eu vá com você? - propôs meu avô.

- Não, vô! - gritou Levi. - Eu vou, pode deixar.

- Nem pensar! Joana vai sozinha! - ordenou minha vó. - Vocês dois vão estragar tudo.

Os três continuaram a discutir, mas chegaram a uma conclusão. Eu iria sozinha.

Ao chegar na escola, realmente os Naveen's me procuraram. Eles me disseram para não fazer perguntas ali, pois era tudo secreto, mas eu tentei mesmo assim!

- O que é que vocês têm haver com isso?

- Sem perguntas, Joana. - repetiu Naveen.

- Mas... Eu preciso saber!

- Vai esperar até a saída. Fique com a boca fechada até lá.

Thomas ficou silencioso o tempo todo.
Naveen me acompanhava em todo quanto é lugar! Sala, cantina, banheiro... Às vezes nos encontrávamos com Thomas que realmente não estava afim de falar, não ouvi a voz dele hoje. Luca não tinha ido para a escola hoje, me pergunto como teria sido com a intromissão dele. Lynn ficou o dia todo com Carlos, eu sentia ela encarando eu e o meu perseguidor.

- Você não está com vontade de me deixar em paz, não é? - perguntei à Naveen.

- Preciso ter certeza que você não vai abrir sua boca para ninguém, como eu havia mandado.

- Você não manda em mim, hein? Além de você estar invadindo meu espaço pessoal, James não me pediu para guardar segredo.

- Mas isso é o mínimo que você poderia fazer, então por que não?

- Se é o mínimo que eu poderia fazer, por que raios você tá na minha cola?

- Eu particularmente gosto da sua companhia. Pode-se dizer que eu uso isso como pretexto para ficar ao seu lado e cumprir minhas tarefas ao mesmo tempo.

- Uau - ele me surpreende com tanta sinceridade. - Você não se envergonha de dizer que gosta de mim?

- Eu não gosto de você.

- Gostar da minha companhia é gostar de mim, sabia?

- Não.

No final da aula, saímos e aquele mesmo carro dos Naveen's estava lá, o asiático também. Ele acena para nós dois e então fomos em sua direção.

- Thomas já está aqui dentro - o asiático apontou para o carro. - Aliás, é um prazer conhecê-la, senhorita. Sou Nathan, à suas ordens.

- O-Obrigada... eu acho. Sou Joana, à te ordenar.

Nathan riu e Naveen balançou a cabeça, reprovando nosso diálogo.
Nathan abriu a porta para eu entrar no carro, vi Thomas no banco de trás olhando fixamente para seu celular. Naveen se sentou no banco da frente e então fomos ao encontro de James.
Eu estou ansiosa e aflita para saber o que vão me contar, mas lá no fundo minha consciência me alerta, algo me diz que estou sendo uma irresponsável. Não é como eu estivesse entrando no carro de estranhos, indo ao encontro de um estranho que se diz dono de uma empresa falida... ah, é isso sim.
Paramos em frente a uma lanchonete de luxo, o que acho até banal chamar de "lanchonete".

- Chegamos, senhorita! - disse Nathan, animadamente.

- James está ali dentro? - perguntei.

- Óbvio que sim, sua burra. - respondeu Naveen, hostilmente.

Naveen saiu do carro e abriu a porta para mim e estendeu sua mão. Eu a peguei timidamente, só para não passar como uma sem educação.
Ele segurou minha mão firme me guiando para dentro da lanchonete, o seu ato me deixou perplexa. Nathan e Thomas nos seguiam, todos em silêncio, o que deixou tenso o clima. Senti borboletas no estômago, suspirei lentamente, então Naveen parou, congelado. Ele apertou minha mão, quando alguém me atacou por trás com o que parecia ser um chute. Eu caí no chão, fiquei um pouco desnorteada. Um homem com roupas sociais saiu rapidamente para me apanhar do chão, logo a multidão se juntou em nossa volta. Eu estava com uma baita tontura, mas consegui ver um pouco os garotos. Naveen parecia paralisado, Thomas aterrorizado e Nathan com cara de desespero, eles me olhavam e então eu segui seus olhares. Tinha algo parecido com tinta preta no chão, que escorria da minha perna e aparentava estar saindo das minhas costas.

Thomas

Depois que James me lançou um feitiço para que eu ficasse sem falar nada quando estivesse na presença de Joana, eu procurei ficar sozinho o tempo todo. Ele me privou de contar algo para ela, só que eu não concordo em trazê-la até aqui. Estou angustiado, não posso nem escrever algo para ela, o feitiço é forte.
Afinal, por que tentar? É tarde demais. O plano de acabar com a vida da garota já está nos eixos, perfeitamente encaixados e funcionando.

Continua...?
By Leetales

Or just...Onde histórias criam vida. Descubra agora