Perguntas sem respostas

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Jeff estava sentado em um sofá confortavelmente macio à sua frente havia uma poltrona vazia à espera da Doutora Elisa que se ofereceu para ficar com o caso do menino. As paredes da sala eram pintadas de um azul suave provavelmente com a intenção de acalmar seus pacientes. A porta se abriu e uma mulher alta por conta dos seus saltos, cabelo loiros e sorridente adentra na sala com uma pasta nas mãos e um caderno.

-Bom dia Sr Jeff sou a Dr Elisa.

O garoto nada responde apenas continua a observa cada detalhe da sala sem dá a mínima atenção para a mulher que se senta na poltrona à sua frente.
Ela abre a pasta procurando alguma coisa entre um monte de folhas.

-Aqui está. Vamos começa?

A alegria que a Doutora esbanjava o incomoda de uma forma tão grande que desejava naquela momento matá-la dá pior forma, ele era como um mini psicopata pronto para atacar à qualquer momento e os médicos estavam tão distraídos que não haviam se dado conta disso. Ela abre seu caderno pega sua caneta e o olha de uma forma simpática.

-Se lembra de como chegou no hospital?

Suspira achando à pergunta um tanto tola, cruza os braços e passa a encarar o relógio desejando que aquilo acabasse logo, nunca quis estar vivo sua intenção naquela noite era morrer queria encontrar a paz se livrar uma vez dos gritos da sua mãe, ah se pudesse viver como uma criança normal, mas ele era normal, não era?
Elisa suspira ajeitando as folhas igualmente em seu colo, ela queria ajudá-lo até onde sabia ele havia sofrido traumas, claro que não é  fácil de tratá-las mas ela conseguiria se ele cooperasse.

-Você se sente preso aqui?

Ele solta um sorriso de deboche, aquela situação era uma piada para ele,  todos ali estavam presos, presos numa vida comum nas suas rotinas achando que eram felizes isso não passava de uma enganação barata do governo que os convencem de qualquer coisa, é só lhes dar um pouco de dinheiro que elas ficam satisfeitas, estão pressas ao dinheiro, pressas à rotina, à família, ao emprego e ela pergunta se ele se sentia preso?

-Jeff?

Ele pisca algumas vezes antes de voltar a realidade, abre um sorriso gentil para disfarça a sua insanidade, olha para suas mãos que carregavam marcas de feridas que nunca iriam se cicatrizar. Encara os olhos azuis desconfiados da mulher que aparentava uma tranquilidade enorme.

-Já sentiu dor?

Ele pergunta parecendo distante dali enquanto voltava a observa suas mãos e brincar com as cicatrizes.

-Você já? 

Ele da de ombros, e se levanta do sofá para poder observa uma foto que estava em cima de uma mesa perto da porta. Uma menina tão loira quanto a Doutora, sorria feliz enquanto beijava a mulher que a segurava no colo. Do lado da fotografia um pingente com a foto da mesma garota um pouco maior e uma carta.
De: Emily Miller.
Para: Tia Elisa.
Ele se vira para a mulher que em vez de brilho continha tristeza em seu olhar agora.

-A dor não tem cura, ela sempre vai está lá, você pode sorrir se enganar mas toda noite ela vem em forma de lágrimas, ela te mata por dentro, ela te afunda cada vez mais você nunca estará curado, pode se passar anos, séculos ela é uma maldição que te segue até a morte e eu só queria o fim e você Dr, o que quer?

-Quero curá-lo.

Ele nega com a cabeça e solta um suspiro, não entendia sua vontade de ajudá-lo. O que ela queria realmente? Por trás todos nós queremos alguma coisa. Nunca é de graça.

O Misterioso caso de JeffOnde histórias criam vida. Descubra agora