2. emerald

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"E eu sei que ainda vou odiar seus olhos cor de esmeralda

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"E eu sei que ainda vou odiar seus olhos cor de esmeralda. Mas ainda vou ama-los como da primeira vez que os vi."

O inverno de Chicago poderia ser descrito como matador e insalubre, mas eu adorava a sensação de tortura de um banho gelado em pleno inverno com a neve caindo solta às sete e quinze da manhã de uma segunda-feira. Para mim, era melhor que frequentar a escola, e este seria meu primeiro dia após o ocorrido no ensino fundamental.

Meu nariz estava vermelho e eu estava começando a enfrentar o começo de uma coriza, o que era uma merda. Meu sistema imunológico sempre foi fraco e nunca gostou das minhas brincadeiras com a vida. Teria que enfrentar alguns dias resfriado e alguns puxões de orelha da minha mãe, embora eu quisesse um passe livre para ficar em casa.

Encarei o espelho por alguns segundos enquanto ajeitava a toalha aquecida em volta de minha cintura. Meus ossos tremiam, porém, minha aparência era de alguém que havia acabado de acordar. Não importa o que eu fizesse, a aparência sonolenta era a única coisa que eu tinha a oferecer.

Vesti uma calça jeans e uma camiseta branca, depois uma camisa preta manga longa e gola alta preta junto com um sobretudo preto que minha mãe insistiu que eu colocasse para não me resfriar após o banho gelado. Meu cabelo estava molhado, então meu pai também insistiu que eu o secasse com o secador da mamãe, no modo quente. Era como se eu tivesse seis anos de novo, sendo vestido pelos meus pais para poder ir a alguma festa de família ou no grupo de apoio à crianças com fobia social.

— Isso é embaraçoso — resmunguei, balançando o cabelo com a mão em frente ao espelho. — Eu vou para escola e não para o meu escritório de advocacia no centro.

— Engraçado. — Meu pai ironizou. — Você está mais bonito nesse sobretudo do que a maioria dos adolescentes daquela escola um dia vão estar na vida, e é só o seu primeiro dia.

Não fode, pensei.

Meu pai sempre foi do tipo que queria levantar meu astral mesmo que minha personalidade mostrasse o contrário. Por um certo momento na minha vida, eu gostei disso porque fez com que ele fosse mais presente como pai, e menos como advogado. Agora, penso que tudo isso é o modo dele de fingir que não tem um filho doente.

— Sei que não quer conselhos meus, então só posso dizer que você vai se sair bem. — David continuou, enquanto eu bagunçava de volta o meu cabelo porque minha mãe o penteou de modo ridículo.

Mamãe sorriu para mim em forma de carinho e também como uma maneira de dizer "vai ficar tudo bem", então relaxei um pouco. Me olhei no espelho e entortei os lábios, insatisfeito. Eu estava parecendo um mauricinho, no entanto, meu pai disse que era o menos extravagante no guarda-roupas dele, porque eu não tinha agasalhos para sair de casa todos os dias.

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⏰ Última atualização: Feb 20, 2023 ⏰

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