Baby boy.

359 21 4
                                    

Abri a porta do quarto bem devagar, com cuidado. Não tinha a intenção de acordá-los, mas, para minha surpresa, Kate estava com a maca inclinada, bem desperta e com uma carinha bem disposta. Ela me viu e sorriu:

- Oi Kate! Como se sente? – perguntei, mas já sabendo a resposta.

- Muito bem... O pior já passou... – ela me olhou divertida. – Eu também estou ansiosa para vê-lo outra vez.

- Está tão transparente assim?

- Claro! – ela riu. – Seus olhos estão gritando por isso... Você ainda não o viu, né?

Balancei a cabeça em negativa, e ficamos em silêncio nos olhando com cumplicidade. Fiquei pensando na sorte que meu irmãozinho tinha de ter uma mãe tão legal como a Beckett. Desde que a conheci, senti uma admiração pela mulher forte e determinada que era, e afinal, ela fazia meu pai muito feliz e era isso que mais importava para mim. E agora, ela era mãe do meu irmãozinho.

- E como é a sensação?  - perguntei imaginando como deve estar sendo para ela, ser mãe mesmo com a profissão que tem.

- Alexis, é... Muito mais do que eu poderia explicar. Eu escutei seu chorinho e senti uma onda de sentimentos dentro de mim. Quando eu o vi e percebi que assim que o senti, ele parou de chorar, eu me senti a pessoa mais forte do mundo. E, além disso, ele é filho do seu pai, o único homem que amei na vida. Ser casada com o Rick e ainda ter gerado um filho dele é inacreditável. É uma experiência que só palavras não bastam... – ela sorriu e retribuí seu sorriso.

Quem diria que aquela detetive durona, que eu ouvia tantas histórias e pude ver trabalhar, poderia estar dizendo coisas assim... Ouvimos a porta se abrir e olhamos na direção com expectativa:

- Estão quase trazendo nosso Alex!

Meu pai entrou com um sorriso enorme no rosto. Trazia um enorme buquê de rosas brancas e azuis em uma mão, e na outra um jarro para colocá-lo. Vovó entrou logo atrás com os olhos um pouco marejados de emoção, veio em minha direção e me abraçou feliz:

- My girl, seu irmão não é ruivo como nós, mas é a coisa mais linda do mundo... – ela se soltou do abraço e olhou para Kate. - A cara do Richard, Katherine! Não teve jeito para você. – disse divertida.

- É verdade, eu também achei! Carregamos 9 meses na barriga para parecer com o pai, nada mais injusto! – Kate sorriu enquanto pegava o buquê nas mãos. – Obrigada, babe. São lindas... – meu pai e Kate deram um selinho.

- Fazer o que... – meu pai olhou teatralmente para frente. – Se ele puxou a beleza e boa aparência de seu pai altamente bonitão... – ele sorriu e me olhou. - Vem aqui, pumpkin! – abriu os braços para me abraçar e eu fui de imediato.

Passaram-se aproximadamente 10 minutos. Meu telefone tocou, e olhei o visor sem vontade de atender. Era da faculdade e não tive escapatória. Tinha decidido voltar a estudar fazia poucos meses, e finalmente tinha decidido o que queria: direito. No último semestre antes de trancar, fiz algumas matérias e percebi que assim como meu pai e Beckett, eu queria buscar justiça para o mundo. Pedi licença e saí, mas a ligação demorou mais que o esperado. Quando finalmente terminei e pude voltar ao quarto, a surpresa.

Meu pai estava de costas para a porta, com seu iPhone posicionado para cima. Estava tirando selfie, e Kate o olhava divertida.

- Rick, Alexis está aqui...

Meu pai se virou e então eu o vi. Aquela coisa tão pequenina, enrolada e com touquinha. Meu coração se derreteu totalmente.

- Querida, agora só falta você para carregar... – minha vó disse sorrindo, alternando seu olhar entre nós dois.

A little CastleOnde histórias criam vida. Descubra agora