Capítulo 2.

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Acordo na segunda bem cedo, exatamente as 6:00. Levanto da cama preguiçosamente e me dirijo ao banheiro, tomo banho e faço minha higiene matinal. Saio do banheiro com a toalha amarrada na cintura e me dirijo até o closet, visto uma roupa "arrumada" e ponho perfume. Quando olho no relógio já é 6:40, desço rápido pra não correr o risco de me atrasar, quando chego na cozinha tomo meu café da manhã, meus pais já saíram para o trabalho. Sento no sofá da sala e espero a Luiza chegar, vamos a pé pra escola já que fica relativamente perto das nossas casas, esqueci de falar que a Luiza mora no mesmo condomínio que o meu e por isso vive na minha casa. Logo mais escuto a companhia tocar e já saio de casa, dando de cara com uma modelo prestes a ir a um festival de moda, ou Luiza para os íntimos.

— Pra que toda essa produção? É só o primeiro dia de aula. — Pergunto.

— Oi pra você também Rafael. — Fala fazendo drama. — E essa produção toda é para os novatos, vai que tem algum macho gato lá, eu não vou parecendo uma mendiga.

— Só você mesmo, quero só ver se não tiver nenhum novato esse ano. — Falo rindo.

Seguimos para a escola conversando sobre vários assuntos, era muita coisa pra conversar. Falamos sobre minha viagem, sobre as férias dela e tudo mais. Quando nos demos conta já estávamos na porta da escola.

— Preparada pra mais um ano? — Pergunto olhando pra ela.

— Preparadíssima. — Fala e adentramos a escola.

Já nos corredores vimos vários rostos, a maioria já conhecidos por nós, já outros novos e desconhecidos. Seguimos até nossa sala, como sempre sentei atrás da Luiza e ficamos observando as pessoas entrarem na sala. O sinal toca, há sim alguns novatos na nossa classe, mas nenhum que despertou minha atenção.
O professor de matemática entra e começa aquele velho discurso de primeiro dia, que todos já estamos cansados de escutar.

— E mais um ano estamos juntos aqui, dessa vez o último. Vejo alguns rostos novos, vamos começar as... — É interrompido pelo barulho da porta se abrindo e revelando outro rosto novo. Um cara da nossa idade, alto, dos cabelos pretos, a roupa está marcando bem os seus músculos, ele também carrega uma expressão nada simpática. — Então, qual seu nome?

— Bruno. — Fala o garoto de cara dura.

— Então senhor Bruno pode se sentar. — O professor fala.

Ele segue até uma cadeira cadeira vazia no fim da sala, mas não sem antes passar do meu lado e esbarrar na minha cadeira, o barulho atrai a atenção de alguns curiosos.

— Sai da minha frente. — Fala ele me encarando com uma expressão de raiva. Não entendi o que havia feito pra ele.

— Você que esbarrou na minha cadeira cara, tá louco? — Pergunto não ficando por baixo.

O professor nos interrompe para pararmos de fazer barulho, então ele segue pra sua cadeira, mas não sem antes me lançar um olhar mortal. Esse cara é muito estranho, numa fiz nada contra ele. Tento focar minha atenção na aula. Após algumas aulas chatas toca o sinal para o intervalo. Saio da sala com a Luiza, seguimos até a cantina e sentamos em uma mesa.

— O que foi aquilo mais cedo com o novato gostosão? — Pergunta ela curiosa.

— Eu também queria saber, nunca vi aquele cara na vida e ele já chega todo grosso pra cima de mim, é cada louco nesse mundo. — Falo meio indignado.

— Ah, mas confessa que ele é bem gatinho em.

— Do que adianta a beleza se a personalidade for um lixo? — Filósofo.

Passo meus olhos rapidamente pelo cantina e dou de cara o tal do Bruno sentado em uma mesa com os meninos do basquete, parece que ele já arrumou amizades. Ele percebe que estou olhando e me olha com uma expressão mal. Não me intimido. Continuo a comer e a conversar sobre coisas aleatórias com a Luiza.

— Você vai à festa da Júlia na sexta? Os pais dela vão viajar e ela vai fazer uma festa na casa dela. — Pergunta ela.

— Acho que sim, adoro ela... — Paro de falar ao sentir algo molhado nas minhas costas, me viro pra trás e dou de cara com o Bruno me olhando com um sorriso no rosto. Ele tinha me jogado água. — Mas que porra, qual o seu problema cara?

— Falei pra não ficar na minha frente. — Fala rindo.

Me levanto com os punhos cerrados, porém a Luiza segura meu braço.

— Vem bater, filho da puta.

Nessa hora o sangue me sobe à cabeça, odeio que xinguem a minha mãe. Me desprendo da Luiza e parto pra cima dele disparando socos, nesse momento toda a cantina já nos olha. A Luiza tenta parar a gente mas não consegue. Somos separador por uns caras da nossa sala, o supercílio dele sangrava assim como meu lábio.

— Eu vou te matar caralho. — Fala ele com uma expressão de ódio.

— Vem, eu não tenho medo de você. — Falo também.

Alguns caras do basquete levam ele embora enquanto eu vou com a Luiza pra um banco.

— Que cara louco, você tem que tomar cuidado com ele. — Fala ela preocupada.

— Ele que tenha cuidado comigo, não entendo esse ódio dele por mim, nunca nem vi esse cara na vida, até hoje.

Quando a sirene toca anunciando o fim do intervalo seguimos para nossa sala, ele já estava lá no seu lugar e continuava com aquela mesma expressão de ódio dirigida a mim. Às aulas que se seguem passam normalmente, quando toca o sinal vou pra casa a pé com a Luiza, nos despedimos ao chegar na minha casa. Entro, tomo um banho e aproveito para por um curativo na intenção de que meus pais não vejam.

Deito na cama e começo a pensar no que aconteceu hoje, varias perguntas surgem na minha mente. Por que tanto ódio por mim? O que eu fiz pra ele? Qual o problema dele comigo? E com essas perguntas durmo a tarde inteira.

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2017 ⏰

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