Capítulo 8 - Queimando Pontes, Jogando Cordas

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"Se apresse, antes que eu mude qualquer ideia que me sobrou."

Harry olhou para Draco, inseguro. O rosto pálido do outro garoto estava marcado com ansiedade, e sua mão esticada tremia. Depois de tudo o que acontecera, não havia nenhuma razão para Harry confiar em Draco. O comportamento dele havia sido bizarro e instável. Em um momento, eles quase pareceram se entender, e no próximo o safado estava usando a Maldição Cruciatus nele. Então se desculpando, e então o olhando com desprezo. Não havia nada consistente para ele avaliar Draco naquele momento.

Harry respirou lentamente, tentando forçar o aposento a ficar parado, já que parecia balançar debaixo dele. Quanto sangue ele perdera? Ele se sentia tão cansado, letárgico demais para fazer qualquer sentido do comportamento estranho de Draco. Verdade, Draco parecia sincero; ele devolvera a varinha de Harry, afinal, e até tinha curado o corte que Voldemort deixara no braço de Harry, apesar de ter ouvido que era desnecessário. Ele se desculpara. Várias vezes. No entanto, isso não significava que Harry tinha que confiar nele.

Mas não havia outras opções. E não havia nada a perder.

Lentamente, ele esticou o braço e segurou a mão de Draco.

Imediatamente, Draco levantou Harry, mas quase tão rapidamente as penas de Harry cederam debaixo dele. Ele se sentiu desmaiando e se inclinou para frente. Fechou os olhos, esperando cair de cara no chão. Mas ao invés disso, Draco o pegou debaixo dos braços e o segurou enquanto ele caía desamparadamente contra seu peito.

"Potter!" A voz de Draco registrava surpresa e pânico. "Você consegue ficar em pé? Temos que sair daqui!"

Harry lutou para manter as pernas firmes, mas elas não suportavam seu peso. Era pior do que uma Azaração da Perna-Bamba, e era terrivelmente embaraçoso. Ele gemeu baixo contra a pulsação nauseante do sangue em seus ouvidos.

"Ah, pelo amor de Merlin," Draco gritou, exasperado.

Houve um gemido de esforço, e Harry se viu sendo levantado; seu braço esquerdo estava apoiado no ombro de Draco, e um braço circulava sua cintura. Ele abriu os olhos lentamente enquanto Draco meio que o carregava para fora de cela e, com uma gentileza surpreendente, o colocou na colcha macia da cadeira de guarda. Draco se ajoelhou diante dele, antes de esticar o braço e pressionar a mão contra a testa de Harry. Ele franziu as sobrancelhas.

"Você está todo gelado."

Harry ignorou a vontade fraca de fazer um comentário afiado sobre perda de sangue, Lordes das Trevas, e choque médico. Ele se afundou na colcha e fechou os olhos quando outra onda de tontura o atingiu, e então murmurou, "Água."

Draco concordou com a cabeça, olhando em volta da cela. Biddy levara toda a louça embora mais cedo. Draco fez uma careta enquanto puxava das vestes um pequeno frasco e sua varinha. Harry vira Draco beber do frasco em intervalos regulares, e estava certo de que continha alguma poção.

"Bom, suponho que realmente não precise mais disso", Draco murmurou. "Facera Aqua."

Harry o olhou curiosamente, e então olhou com desconfiança para o frasco oferecido.

"Beba, Potter. É só água agora."

Harry estendeu a mão e aceitou o frasco, quase o derrubando com sua fraqueza. Ele o levou ao nariz para cheirá-lo, cuidadosamente. Draco estava certo; era só água. Harry conseguiu colocar a boca do frasco entre os lábios e o levantou sem derramar demais. A água caía boa e refrescante em sua garganta seca, mas revirava seu estômago dolorosamente vazio. Finalmente, ele passou o frasco vazio de volta para Draco e forçou um sorriso fraco. "Obrigado."

Eclipse (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora