♨♨ HEFESTO ♨♨
Vejo as chamas densas junto à fumaça cinzenta saindo do estabelecimento, enquanto os outros combatentes estão em posição com as mangueiras, jogando água.
Recebemos agora há pouco o chamado, informando que o restaurante estava pegando fogo por um vazamento de gás interno e corremos para cá. A única parte boa desse ocorrido é que não precisou de um resgate difícil, mesmo em uma situação tensa dessas, de fogo iniciado pela cozinha. Estava fechado e o pouco pessoal que havia dentro eram funcionários, que saíram pela porta de emergência.
— Aumente o fluxo de água! — comando alto para me ouvirem.
Sou bombeiro militar há alguns anos, um oficial intermediário, tenente do quartel onde atuo. Mas, mesmo sendo intermediário, minha farda tem algumas insígnias. Fiz do meu trabalho a minha prioridade.
Supervisiono e comando o meu pelotão, a equipe vermelha que está executando o trabalho, porém entro em ação para resgate quando é necessário. E em situações como essa, o que eu mais vejo são pessoas assustadas assistindo ou simplesmente filmando, enquanto fazemos nosso trabalho.
Além de supervisionar o meu pelotão, eu os treino. A hierarquia deve ser respeitada, pois isso também faz parte da disciplina militar.
Entretanto, por mais que adore meu trabalho, estou doido para dormir. Na verdade, preciso disso. Tive uma noite de cão, pior que as outras e estou cansado, meus olhos parecendo cheios de areia.
Ser bombeiro é algo indescritível, mas cansativo. E meu plantão está só na metade, ficarei até amanhã de manhã antes de voltar para casa. O fogo não demora a ser contido e a plateia que está assistindo o nosso trabalho aplaude pelo serviço, em êxtase.
Saímos de lá com a sensação de dever cumprido, direto para o quartel. Com as viaturas de combate de volta ao estacionamento da frente, assim como as ambulâncias socorristas, passo pela entrada onde se encontra a frase com o lema enorme na parede: "Com amor e honra em defesa do próximo". Sigo para o alojamento, disposto a tirar pelo menos um cochilo.
Hoje a noite foi péssima, acho que já mencionei isso. Não completamente pelos acidentes em si, já estamos acostumados, mas é sempre difícil e estou mais mal-humorado que o normal. Além de cansado para aguentar uma porra de plantão de cerca de vinte horas.
De traje de serviço mesmo, já que pode ter outro chamado a qualquer momento, decido descansar, porém, antes de eu conseguir relaxar o corpo, escuto a sirene ecoando nas caixas de som mais uma vez, me convocando para mais um chamado. E nem chegamos ainda ao horário de almoço!
Eu gemo descontente, passando a mão no rosto.
— Hoje o dia vai ser de cão! — suspiro resignado, me levantando apressado para saber do que se trata a nova ocorrência.
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