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— Sabe o que eu odeio mais sobre o Natal?

— Bom dia para você também, Harry.

— Pessoas que são obcecadas com ele. É vergonhoso.

— O Natal é vergonhoso?

— As pessoas que gostam dele, Louis. Elas fazem com que tudo gire em torno dessa data, absolutamente tudo. Tem um papai Noel cheirando a álcool em cada maldita esquina.

— Acordou de bom humor hoje?

— Oh, sim. Não tinha um motivo decente para ficar irritado, então consegui um no caminho de volta.

— Sente, conseguimos um melhor que isso, ainda são nove horas.

— Não trabalho hoje, tenho tempo pro café.

— Ótimo, sente.

— Huh. Estranha insistência, você nunca faz isso, gosta de me empurrar para fora na primeira oportunidade.

Isso é uma grande mentira.

— Não é, você me odeia.

— Eu odeio o fato de você odiar tudo.

— Não odeio você.

— Isso é...bom? É o mínimo que se pode fazer por alguém que divide um apartamento com você e paga por sua alimentação, não é? Não que eu esteja reclamando, claro que não.

— Está reclamando?

— Não, eu disse que não.

— Porque se está, eu poderia-

— Não. Tudo bem, eu adoro arrumar sua cama. Todos os dias.

— Sério? Eu também não odeio isso.

— Harry.

— Esse sou eu.

— Preciso contar algo.

— Eu sei, você gosta de vestir minhas roupas quando eu não estou em casa.

— Não, não é isso. De onde tirou isso? Eu não visto...

— Veste.

— ...suas roupas. Harry, isso é uma outra coisa.

— Outra coisa.

— Sim, outra coisa. Algo que não deve ser tão relevante assim, mas eu gostaria de te deixar saber. Porque você é dramático, precisa de tempo para se acostumar com a ideia.

— Oh, Deus, não me diga que comprou um cachorro! Já disse que eu adoraria ter um, mas tenho essa alergia idiota...

Não!

— Não?

— Apenas...me escute. Dê um tempo, você precisa ficar em silêncio.

— Posso fazer isso. Silêncio, então. Começando agora.

— Ótimo. Veja, eu sei que você não gosta de feriados em família. E comemorações. Eu tenho esse colega na livraria, ele me convidou para passar o natal com ele e-

— Dave?

— Não. Você não disse que iria me deixar falar?

— Okay, senhor me dê um tempo, fale.

— Obrigado. Então, como eu dizia, ele me fez um convite quase irrecusável. Nós tivemos alguns encontros- Harry, não me interrompa de novo. Não acredito que pensou em- Okay, hum, esses encontros me mostraram que ele é um cara bem legal. Inteligente, tem um sorriso legal e, você sabe?

— Não sei...Oh, desculpa, pensei que fosse uma pergunta. Era retórica.

Ele me chamou e eu disse que pensaria sobre isso. Acho que direi sim. É isso.

— Posso falar agora?

— Pode.

— Então...você vai?

— Yeah, acho que sim?

— Onde fica?

— Los Angeles.

— Ele trabalha na livraria da esquina e mora em Los Angeles? Tem um jatinho particular ou...

— Não seja idiota, a família dele mora lá...

— ...vai de econômica no avião?

— ...e ele costuma passar o natal com a família.

— Então ele comemora o Natal?

— Meio óbvio, não?

— Não precisa ser rude aqui, mocinho. Depois não me pergunte o porquê do meu ódio por questionamentos. E por que me contou isso, afinal? Eu não ligo, vá, bata suas pernas em solos não-britânico e me diga se sente alguma diferença.

— É isso? Só isso?

— Acho que sim. O que esperava que fosse?

— Não sei. Eu só...Ei, onde você está indo? Não vai tomar café?

— Não, perdi a vontade. Estarei no meu quarto.

— Hum...Tudo bem. E você está bem?

— Divino. Louis, qual o nome dele?

— Stanley.

— É o mesmo que encheu meu apartamento de flores? 

Nosso apartamento. E sim, é ele.

— Tem certeza que é?

— Sim...?

— Okay, bom dia.

— Bom.

— Ei, Louis?

— Oi, Harry.

— Você gosta?

— De que?

— Natal.

— Gosto.

— Okay.

— Okay, Harry.

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christmas. - l&hOnde histórias criam vida. Descubra agora