Capítulo 1 - O garoto que sobreviveu

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Acho que eu oficialmente surtei

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Arco I — A flor da Lua

Situações de estresse, geralmente não tiravam o foco de Sungho, ele foi um alfa doutrinado de forma muito disciplinada e mesmo quando teve que fugir do local onde nasceu ou até mesmo quando recebeu a notícia que sua filha e o marido dela faleceram, o pânico não sobressaiu sua razão. Entretanto, olhando para todos os lados daquela floresta gelada, com apenas um lampião em mãos, estava apavorado.

Fazia cerca de quatro horas que Taehyung, seu neto, estava desaparecido. O pequeno lobo tinha apenas oito anos e não era de seu feitio desobedecer às ordens e orientações do avô. Nunca havia ido muito longe, muito menos ousava demorar tanto brincando com os outros lobos, principalmente no inverno.

Sungho sentia seu coração tão acelerado, trazendo aquela famosa sensação de que sairia pela boca. Vagando de um lado para o outro, chamou mais uma vez pelo ômega:

— Taehyung! Taehyung, onde você está? Está preso em alguma coisa?

Sua garganta arranhava conforme gritava a plenos pulmões. Não deveria ter saído sem ajuda, mas não esperava que o neto estivesse tão longe ou que algo tivesse lhe acontecido, Taehyung sempre foi muito esperto.

Quando estava prestes a se debulhar em lágrimas, quase sem esperança, ele ouviu enfim aquela voz fina:

— Vovô, vovô! Aqui, me ajuda.

Sungho correu para encontrá-lo, escorregou a colina e enfim encontrou o neto arrastando um corpo.

O alfa quase infartou ali mesmo.

— Eu o encontrei perto da campina, precisa ajudar, vovô! — Falou, encarando o menino.

Sungho afastou o neto e analisou o corpo do garoto. Pela estatura, deveria ter a idade próxima a Taehyung, estava com vários pequenos hematomas e sangrava um pouco, entretanto o processo de regeneração está ativo e agindo de forma rápida comparado ao que já tinha visto.

— Se ele respira, tá vivo, não é? — Taehyung perguntou apreensivo com o silêncio do senhor.

— Sim, mas precisamos levá-lo urgentemente!

Entregou o lampião para o neto e pegou o garoto nos braços, levando-o às pressas de volta à vila. Entrou pela porta de trás de casa e rapidamente entrou em seu consultório particular. Taehyung lhe assistiu correndo de um lado para o outro, pegando as ervas e todo os materiais necessários para realizar os primeiros socorros.

Horas se passaram com o ômega estendendo o que lhe era pedido pelo avô. O corpo foi envolvido por ataduras e devidamente medicado, quando terminou, Sungho o cobriu com cuidado, pegando na mão do neto.

— Ele ainda não acordou, não podemos sair!

— Você precisa comer, querido. Fizemos tudo que podíamos, agora ele precisa descansar. Nós voltamos daqui a pouquinho, não se preocupe.

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