Quando o dia amanheceu o sol ainda não tinha dado as caras, estava preguiçoso no horizonte, e a brisa fria ainda bagunçava o tecido fino das cortinas. Anahí dormia preguiçosa em meio a cobertores e agarrada no suéter que ela havia tirado no meio da noite com calor. Maite dormia na cama do lado mas curiosa que era, despertou quando o celular vibrou com uma mensagem da operadora, e desde então ficou sozinha martelando na cabeça o tal encontro entre Anahí e Poncho.- Annie... – Disse baixinho, num tom que só Anahí com sorte iria ouvir.
- O que foi Maite? – Respondeu com certo mau humor, escondendo o rosto embaixo de um dos travesseiros.
- O que aconteceu ontem? Como você conheceu o Alfonso? – Perguntou receosa e Annie abriu os olhos apoiando o peso no cotovelo, encarou Mai.
- Ué Maite, eu já te contei! – Tinha certa raiva na voz, como se estivesse se defendendo, mesmo sob nenhum ataque.
- Annie, eu te conheço vai... Nunca te vi assim por alguém, nem pelo Rodrigo... anda me fala... Eu sou sua melhor amiga ou não sou? – Fez carinho no braço de Anahí que cedeu, e deitada de bruços e o rosto colado no travesseiro sorriu o sorriso sem dentes mais sincero que tinha, acenou em positivo com a cabeça e mordeu os lábios pensando longe.
- Ontem à noite eu... Eu estava ali na varanda, procurando algo que me distraísse e ai vi ele do outro lado, no casarão da frente. Mai eu não sei explicar, foi como se eu estivesse esperando por aquilo há muito tempo sabe? Num primeiro momento eu fiquei assustada, achei que tinha ficado louca, e ai como num passe de mágica, a gente se conheceu e... – Suspirou – E ai Mai, eu juro, eu sempre fui tão tímida, mas quando eu vi tava falando com ele pelos cotovelos e o nosso santo bateu tanto. Meia hora de conversa e parecia que éramos amigos de infância! – Riu e mordeu os lábios.
- É, eu percebi, até piadinha interna já tinham.... – Annie fechou os olhos e riu – Eu entendi direito ou ele disse que sou sua sombra?
- É, quase isso! – Annie revirou os olhos e disse rindo.
- Tá toda engraçadinha né? – Deu um tapa no braço de Annie – E do Rodrigo? Desencantou? – Annie fechou a cara e se sentou.
- Mai, na boa, não fala dele!
- Mas ué, um dia atrás tavam trocando mensagenzinha pelo celular e...
-Eu nunca fui encantada pelo Rodrigo ok? E por favor, não toca mais no nome dele! – Se levantou e foi até o banheiro fechando a porta.
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- E então? Já falou com a musa da sua polução noturna hoje? – Alejandro encontrou Poncho sentado na varanda do andar térreo da casa. Moía pimenta e fechou os olhos sorrindo sem vontade com a pergunta do irmão.
- Alejandro, porque você não esquece que eu existo, assim só um dia pra variar? – Ale riu e sentou-se ao seu lado.
- Porque meu irmãozinho, não é todo dia que vemos uma cunhada em potencial, gatinha como aquela!
- Alejandro pelo amor de Deus nem aconteceu nada e... – Se interrompeu quando viu a cara de tédio do irmão e desistiu de tentar se justificar – Ela é bonita né? – Alejandro sorriu de lado e encarou o horizonte.
- Viu? Sua cara de bobo não me engana! – Voltou a encarar Poncho – Como conheceu ela?
- Nos esbarramos e o copo de vinho que ela tinha na mão voou pelos ares, me molhou e manchou a blusa dela!
- E aí o bonitão aproveitou a deixa pra arrastar ela pra casa e tirar a roupa dela... – Fez um bico satisfeito – É, eu te ensinei direitinho! – Poncho riu e lhe deu um empurrão.
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Sempre foi você
RomansaAté quando um amor resiste ao tempo? Para Anahí nada de muito empolgante nutria as histórias de amor que até então ela tinha vivido. Se é que de amor elas podiam ser chamadas, aos 17 anos nada mais tinha que trocado infinitos beijos com o garoto m...