Único

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Depois que a Luta terminou, Kylo respirou fundo.

Olhou para Rey.

Sentiu dentro de si algo subir e dominá-lo: o impulso mais violento que ele jamais tinha sentido. Não demorou um segundo, e avançou rapidamente na direção de Rey, agarrou-a em seus braços, e em outro segundo, seus olhos se tocaram com a mesma leveza de suas mãos, que se tocaram na cabana; e enfim ele tascou-lhe um tórrido beijo, enquanto a engolfava em seus braços!

Rey ficou abismada. Jamais fora tocada ou abraçada daquela forma, sequer beijada em toda sua vida! Sentiu o medo e pânico dominar todo seu corpo, seus braços, que antes eram rijos e fortes, ágeis contra a guarda praetoriana, agora estavam bambos e fracos...

Mas então ela sentiu uma fagulha na ponta da mente, no exato segundo que Kylo a abraçava fortemente. Era o Vínculo da Força: conectaram-se.

Rey sentiu o que ele sentia. O fogo. A intensidade. O desejo. A fúria. A tristeza. E ela também sentiu algo novo, a mesma fagulha que impulsionou o Cavaleiro de Ren a beijá-la. E ela fechou os olhos, retribuindo o beijo.

As duas bocas dançaram. As línguas frenéticas, repetiam a sincronia que os dois usuários da Força manifestaram momentos antes, lutando em perfeita sintonia. Suas línguas valsavam lindamente... Seus corações palpitavam descontroladamente. Seus olhos fechados estavam calmos demais, diferente do resto de seus corpos.

As mãos dele, grandes e fortes, passaram a tocá-la com uma delicadeza violenta, saboreando cada canto de sua pele. E ele, ansioso e impulsivo, já apertava seus braços, seu quadril, suas nádegas, com força... Um ziguezague estas mãos trilharam, tocando cada pedaço de pele que estava visível na roupa que Rey usava.

Ela, por outro lado, estava sendo dominada pelo desespero, uma necessidade grandiosa de ser preenchida e domar aquele leão furioso. Suas mãos puxavam os cabelos dele, enquanto ela buscava apoio em seus ombros. Em uma ânsia forte, ela também apertava-o, jogava-se diante dele, tentando passar a mesma intensidade de força com a qual ele a apertava. 

Suas mãos tocaram a ferida que ela mesma lhe causara, e ali um ciclo se fechou. Kylo a fez mal, mas ela devolveu na mesma moeda. Aquela marca... Ela sentiu uma súbita vontade de beijar aquela cicatriz tão simbólica, inundada de sentimentos que só eles poderiam compreender. 

E suas mãos desceram pelo seu peito, suas unhas puxando o tecido querendo revelar aquela pele marcada pelo lado negro da Força. E desceram ainda mais, e ela, dominadora de sabres, sentiu um sabre sendo ligado lá embaixo... Então voltaram, subindo, devagar, e tocando a face daquele homem, dedilhando a cicatriz.

O beijo amainou quando ela tocou a ferida novamente, e ele, mordiscou o lábio dela, revelando um pouco de sangue. Ele beijou-a de novo, enquanto gotas de sangue pingavam em sua língua por causa dos movimentos das duas bocas... Um beijo sangrento de duas almas sangrentas.

Ele subitamente a levantou, e a diferença de altura dos dois ficou ainda mais aparente quando ela, eletrizada, lançou suas pernas nele, e ele, movido ainda pela fúria e pelo peso, beijando incessantemente a jovem sucateira, andou, sendo ambos guiados pela Força, até o trono da múmia.

Ele já estava desfazendo o simples penteado no cabelo dela, também puxando-o com a mesma violência com a qual a atacara. Mas ela parecia dar mais e mais aberturas, quando ele passeou por seu pescoço, afundando sua língua nas regiões desconhecidas dessa galáxia distante... Ela arfou, e sua voz! Ela não conseguia sequer externalizar algo, somente reles arfares e rasgos de prazer.

Os dois pedaços da ojeriza que outrora fora Snorke, o Supremo Líder, foram arremessados violentamente para cantos opostos da sala, enquanto o trono dava lugar ao outro beijo quente dos dois amantes.

Glory and GoreOnde histórias criam vida. Descubra agora