O assassino de manto negro se dirige a saída, em direção ao corredor. A aura que exalava de seu corpo era putrida, como se todos os fantasmas daqueles que havia matado ainda permanecessem com ele, amaldiçoando-o. Quando deixa a sala, consigo fazer meu corpo voltar a se mexer, voltar a me obedecer... Algo que ele parecia ter esquecido o que era.
-Esse cara me assusta...
Dizia Arion, meu amigo, enquanto olhava suas mãos que não conseguiam ficar paradas... Ainda trêmulas.
- Não é só você.
Levanto, indo até o quadro coberto de fotos vejo a única que possuia o corte no momento. O sentenciado escolhido por Koôlak era um homem de média idade, em torno dos 45 anos, com cavanhaque e cabelo preto oleoso, ao qual estava preso por um rabo de cavalo. Possuía pele fina, marcando algumas caracteristicas, além de ser extremamente branco... Vestia um terno fino, com postura séria e pura, me lembrava um italiano. Seu nome era Bernard... O mesmo possuia um numero em sua testa... "65"
Existiam outros dois cortes em seu papel, ao qual indicava que ele ja havia sido sentenciado outras vezes. Como ainda havia seu perfil ali, obviamente os assassinos haviam falhado em mata-lo... Esse homem possuia uma grande fortuna em sua cabeça, o que explicava o fato de outros tentarem mata-lo... O problema é: "Quanto maior o preço, maior o risco."
Arion conferia suas agulhas, limpando-as enquanto conversavamos.
- Enfim, essa guilda... Ela traz muitas recompensas, mas continuar aqui é algo insano... Ainda mais com esse cara por aqui. - Fazia um gesto, apontando discretamente para a porta atrás de si com medo de estar sendo escutado.
Dou uma piscada mais demorada, raciocinando por um momento.
- Você que quis entrar... Sair agora não é uma opção. Desertores não são muito bem vistos pelo Chefe... A menos que queira sua foto na Ala Negra.
Ele concorda, indicando com movimentos de cabeça.
- Bom, quem será dessa vez...
Continuo olhando procurando por alvos de baixa recompensa, nao necessitava de muito dinheiro após o que eu havia matado. Na verdade, eu geralmente nao preciso de muito dinheiro para continuar vivo.
Corto o papel de um homem franzino, ao qual ja possuia um corte em sua fresta, uma foto de um assassino que havia realizado um massacre numa cidade vizinha a Tokyo. Baixo e de cara limpa, usava um gorro preto e uma jaqueta de couro de mesma cor. Seu nome estava um pouco apagado...
- Quer ir junto?
Arion nega com a cabeça.
- Não posso... Também tenho meu alvo.
Diz enquanto guarda suas agulhas, colocando três em sua besta e o resto em sua aljaiva.
- Você quem sabe... Até mais.
Aceno com a mão enquanto saio, não vejo se Arion retriubuiu o favor. Saindo Leilão me deparo com um corredor longo ao qual tinha por mim a sala principal e, consequentemente, o açougue que tinha uma entrada pequena na lateral do salão.
Passando pelo corredor e pelas várias portas com os dormitorios, chego até a sala do lorde. Em sua entrada estão parados dois guardas portando lanças simples medievais, mas eu sabia que era melhor nao subestima-los, ao chegar ambos cruzam as lanças em minha frente formando um "X". Um dos guardas, alto e de aparencia forte, vira-se para mim com questionamento:
- O que deseja falar com o seu senhor?
Mordo minha boca, eu odiava imensamente esses caras.
- Vim lhe informar o inicio de uma missão.
Ambos se encaram por um momento, permitindo assim minha passagem. Sentado em uma cadeira ao qual chamavam de trono, meu senhor me encara.
- O que deseja, jovem Therion?
Ajoelho, retirando a minha lamina ainda com sua bainha de minha cintura fazendo um gesto de respeito, como se a oferecesse em meu nome.
- Venho anunciar o ínicio de minha missão. Um homem simplório mas que cometera um massacre horrendo em uma cidade vizinha a Tokyo, acredito seu nome ser... - tenho dificuldade em interpretar aquele papel borrado - Mat... Matsuda, meu senhor.
O homem se ajeitava em sua cadeira, entrelaçando os dedos das mãos. Armava um sorriso grande em seu rosto enquanto pensava para enfim dar seu veredito:
- Matsuda, um homem de coração bom... Mas que foi corrompido. Sua morte foi encomendada, apesar de não ser perigoso em situações normais tome cuidado, ele não é burro. Pois bem, tem permissão para começar a sua eliminação. Sabe muito bem a sua lei, correto?
Mordo meu beiço, olhando para minha espada em minhas mãos.
- Sei, meu senhor.
Ele se levanta, apontando para minha katana.
- A sua lei depende do fio dessa espada, a lei individual de cada assassino desta guilda. Uma lei pessoal, a sua como bem sabe é: "Um corte, uma morte". Tenha isso em mente, ou... - Dizia ele enquanto apontava para a entrada do Açougue - Sabe o que lhe espera, não é?
Tento me manter calmo aos olhos de meu senhor, apesar de estar nervoso por dentro. "Essas leis... Vou acabar sendo torturado se não conseguir."
- Claramente, meu lorde.
Mordendo seu lábio inferior, ele senta em seu trono dando sua permissão.
- Tem minha permissão para prosseguir com seu assassinato. Como bem sabe que Deus, ou deuses no seu caso, o protejam e blablabla... Agora vai.
Dizia com impaciência.
- Sim senhor!
Levanto e sigo em direção a saída passando pelos guardas mal-encarados da entrada enquanto colocava a espada em minha cintura, vou até meu dormitório para pegar meus pertences.
Colocando uma roupa comum: Calça de corrida cinza com um moletom com gorro da mesma cor e um tênis branco guardo minha katana em um case de violão, ainda com sua bainha.
Desligando a luz do quarto, saio da mansão... Contemplando o verde das montanhas.
- Esse sim... É o meu lugar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Mansão dos assassinos
ActionUma mansão, assassinos e várias leis a serem seguidas. Uma aventura de mistério e suspense que, com certeza, irá fazer com que você sinta aquele gelar na espinha a cada vez que ler um novo capítulo. Que tal dar uma olhada?