Introdução

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  Existem, dentro de todos nós, certas reflexões que são íntimas. Certos pensamentos que são reprováveis. Observações que só conseguem ser observadas por nós. Poemas que são INDECLAMÁVEIS.

  Eles vivem dentro de nós, pulsam em nosso coração, rasgam nossa alma. Mas os trancafiamos no nosso ser, os aprisionamos. Temos que prendê-los, pois são reprováveis. Eles agridem a moral e a ética. Não podemos pensa-los em voz alta, pois seremos, violentamente, rebaixados por algum transuente que seja atingido por eles.

  E vamos guardando-os em nós. Eles nos adoecem, tiram nossa energia, nos envelhecem. Infelizmente, o nosso mundo interno não é aceito pelas pessoas normais. Somos obrigados a nos enquadrar na loucura social. Somos obrigados a viver robotizados como a maioria. A doença da normalidade contamina à todos. 

  Até que chega um momento em que os poemas não conseguem mais ficar presos em nós, tentamos lutar contra a sua fuga, mas eles são mais poderosos que a nossa razão. O nosso coração é o que lhes dá força, e não conseguimos combater a energia do nosso coração. Então, eles se libertam. 

  Esse momento chega para todos nós. O momento em que não conseguimos mais olhar as hipocrisias, as falsidades, as insanidades, sem dizer nada. 

  ... e esse momento chegou para mim. 

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