O Aventureiro

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 Me chamo Erike Sanglard, acabo de completar os meus 18 anos e hoje é um dia muito especial, pode se dizer que o mais importante, vou poder finalmente fazer o que eu sempre quis... Eu tenho vontade de ir além do que isso aqui, ficar preso nessas muralhas, nesse lugar esquecido não é pra mim. Fui um pouco encrenqueiro, mas nem sempre fui assim.

Mudei depois da perda da minha mãe, minha avó diz que meu lado bom está trancado em meu interior e que tem medo de se mostrar por causa dos dias caóticos que nos assola a cada dia. Com a guerra entre as duas potências acontecendo não temos muitos suprimentos sobrando, o que torna eles caros.

Minha avó foi minha responsável por um bom tempo, meu pai foi convocado para a guerra a mais ou menos 3 anos e não voltou, ele foi convocado com quase todos os homens maiores de idade, pois naquele momento estava em falta de combatentes, provavelmente morreu em batalha, pelo menos é isso que os companheiros dele disseram. O corpo nunca foi encontrado o que ficou a torturar minha mãe por um tempo...
Eu presenciei a depressão dela de perto e não demorou muito para ela morrer... Mas eu já superei sua morte, quando ela se foi eu tinha acabado de completar meus 16 anos. Enquanto meu pai estava na guerra o Governo mandava um salário para o nosso sustento, mas o salário não dava para sustentar nossa família, minha mãe trabalhou até receber a notícia de que meu pai não voltaria.

Depois que ela morreu só sobrou eu e minha avó de 85 anos, apesar da idade ela está bem de saúde, ela sempre foi forte. Meu pai me contava que meu avô era militar e por isso minha avó já estava acostumada as tragédias, por saber que a qualquer momento meu avô podia não voltar a deixou resistente. Muitos amigos do meu avô foram mortos em batalha, mas ele sempre retornava. Por ter sido um ótimo combatente não demorou pra ele ser promovido e começou a lidera uma das melhores forças de combate, em sua época a guerra estava equilibrada...

Um dia ele estava retornando para casa como sempre fazia, mas foi surpreendido com a notícia de que seu batalhão estava em perigo, pois estavam cercados em batalha, ele e mais alguns que também estavam, retornaram imediatamente e juntaram um grupo de resgate pequeno. Não deu tempo de minha avó se despedir, ela estava esperando ele, pois tinha recebido a notícia de que ele estava vindo, mas dessa vez ele não escapou com vida...
Deu para fazer o velório dele,  diferente do meu pai, entretanto o seu batalhão desapareceu.

Meu pai sempre o admirou em sua infância e tinha o desejo de ser igual a ele, com a morte do meu avô, ele abandonou esse desejo e começou a trabalhar na fábrica da colônia, sabendo que  minha vó precisava dele, assumiu a responsabilidade de manter a casa. Minha vó me conta que eu puxei o jeito do meu avô e por isso sempre fui mais "ativo"

Enquanto meu pai estava na guerra, minha mãe me contava a história de quando eles se conheceram, eu mostrava um desinteresse, mas por dentro eu gostava, mesmo que eu já tivesse ouvido muitas vezes, sempre parecia a primeira vez...

Ele trabalhava na fábrica, viu uma mulher com uma prancheta na mão, comandando a assistência técnica. Logo que meu pai a viu sentiu que ela era a mulher da vida dele e começou a busca informações sobre ela, os amigos percebendo o seu interesse conseguiu os horários em que ela estaria disponível na fábrica com as amigas dela e passou para ele, que seria o horário do almoço e o local onde ela ficava, ele não perdeu tempo e quando deu a hora ele pegou o seu cartão e o bateu para o almoço, foi até o local em que ela costumava a comer e avistou ela sentada em um banco debaixo da sombra de uma grande árvore, com seu cumprido e lindo cabelo preto, ele andando em direção ao lugar onde ela estava chegou e disse — Posso me assentar ao seu lado?

—Sim, claro. —disse ela já sabendo de suas intenções, pois suas amigas contaram que ele estava procurando saber sobre ela.

Sentando ele, logo puxou um assunto
—Essa linda dama tem um nome?

Destrucción ( Em Desenvolvimento)Onde histórias criam vida. Descubra agora